Pessoas de algumas denominações cristãs uniram-se na tarde do domingo, 14 de fevereiro, para a celebração ecumênica de lançamento da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016. Com a igreja cheia, na Catedral São Paulo Apóstolo, em Blumenau (SC), elas refletiram sobre o tema “Casa comum, nossa responsabilidade” e lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca. Amós 5.24”.
A pregação foi dirigida pelo pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Clóvis Horst Lindner, que perguntou sobre qual a forma que o ser humano está conduzindo o planeta e que ações concretas de responsabilidade conjunta estão acontecendo em prol da criação de Deus. “Não tem jeito. Estamos diante de um problemão e não adianta espernear. Não dá mais para colocar urgência ambiental na lista dos adiamentos. Aliás, isso vem sendo empurrado com a barriga pela humanidade há décadas. Estamos sendo convocados, nesta Campanha da Fraternidade Ecumênica, como igrejas, como cristãos e cristãs das diversas confissões, a agirmos profeticamente”.
Clóvis disse que os cristãos estão sendo convidados a serem fraternos, irmãos uns dos outros, em especial de outros irmãos na fé, sendo ecumênicos, pela responsabilidade da Casa Comum. “Amós nos torna profetas em defesa de toda a criação. Que a Campanha da Fraternidade cumpra o seu propósito principal, ou seja, que nos torne fraternos, que nos torne irmãos e irmãs uns dos outros, mas, principalmente, dos mais pequeninos entre nós, como o próprio Cristo nos ensina”.
Esta é quarta edição da Campanha da Fraternidade Ecumênica. A maior novidade é que ela transpõe fronteiras nacionais, já que conta com a participação da Misereor – entidade episcopal da Igreja Católica da Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento na Ásia, África e América Latina.
A motivação para as campanhas da fraternidade ecumênica fundamenta-se na compreensão de que, no centro da vivência ecumênica está a fé em Jesus Cristo. Isso se dá porque o movimento ecumênico está marcado pela ação e pelo desafio de construir uma Casa Comum (oikoumene) justa, sustentável e habitável para todos os seres vivos. Essa luta é profética, pois questiona as estruturas que causam e legitimam vários tipos de exclusão: econômica, ambiental, social, racial e étnica. São discriminações que fragilizam a dignidade de mulheres e homens.
A liturgia da celebração foi conduzida por representantes das igrejas Católica Apostólica Romana, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e Evangélica Luterana do Brasil (IELB). O Núcleo Ecumênico de Blumenau ainda realizará o encerramento da Campanha, no Domingo de Ramos, 20 de março, na Catedral São Paulo Apóstolo, em Blumenau (SC), quando também acontece a Coleta Ecumênica Nacional da Solidariedade.