O brasileiro está mais religioso. Caiu o número dos que se declaram sem crença. O Brasil tem quatro vezes mais pastores evangélicos do que padres. Mas no século XXI a Igreja Católica deixou de perder fiéis. Essas são conclusões da pesquisa A Economia das Religiões: Mudanças Recentes, que a fundação Getúlio Vargas divulgou nesta quarta-feira, dia 02 de maio.
Os mantras revelam a escolha religiosa de Vivian Scortegagna. O budismo deu a ela a paz que sempre procurou. “Quando você começa a estudar o budismo você começa a prestar mais atenção no teu interior, nas coisas que você pensa, nas coisas que você fala“, diz a artista plástica. Mulheres como Vivian, que eram católicas e mudaram de religião fazem parte da estatística da Fundação Getúlio Vargas, que além de usar dados do IBGE, saiu a campo em 2003 para entrevistar mais de 200 mil brasileiros sobre religiosidade e economia.
As mulheres hoje são menos católicas que os homens. Somente 76,16% delas se dizem católicas, contra 79,49% deles. Esse espaço foi ocupado pelos evangélicos. O estudo aponta que uma das explicações é o número de pastores, quase quatro vezes maior do que o de padres. Os católicos ainda são maioria, 73,8% da população. E estão mais presentes entre os brasileiros pobres da zona rural e os mais ricos no meio urbano.
A pesquisa também revelou que a Igreja Católica parou de perder fiéis no Brasil. Na década de 1990, o número diminuía cerca de 1% a cada ano. A partir de 2000, não houve mais queda. “A própria globalização. A Igreja é uma instituição transnacional, o mundo cada vez mais globalizado, mais imigração etc. Se torna uma referência muito importante a Igreja Católica. E também uma certa reação da própria Igreja a essa queda, o lançamento de novas linhas, Igreja Carismática”, diz Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas.
* matéria veiculada no Jornal Hoje – Central Globo de Jornalismo e extraída do portal www.globo.com