Deus age como esse pastor de ovelhas, como essa mulher (Lucas 15.1-10), evangelho deste domingo. Se no caso do pastor e da mulher trata-se de uma ovelha e da dracma, o adorno nupcial daquela mulher, já no caso de Jesus trata-se do amor de Deus pelas pessoas. Esse amor é demonstrado por Jesus quando acolhe e celebra com os pecadores, pessoas consideradas perdidas. Ao virem para ouvi-lo é um indicativo de que a vida delas na verdade mudou.

Ao contar duas parábolas Jesus aponta para um Deus que ama e para quem o ser humano tem um valor imenso (Salmo 8.4s). Para falar desse amor incondicional pelas pessoas Jesus não se limita apenas a uma parábola, mas conta três com o mesmo indicativo. Tudo isso para não deixar dúvidas de que o amor de Deus é incondicional. Tão incondicional que os ´certinhos´, os escribas e os fariseus, ficam indignados com a proposta que ele tem.

Para os que se consideravam justos aos seus próprios olhos era um absurdo deixar para trás 99 ovelhas e sair à procura de uma que se perdeu. No entanto, também esta ovelha que se perdeu é propriedade de Deus. Muitas vezes o mundo nos faz pensar que cada pessoa precisa provar que fez por merecer o investimento. Quem é encarregado, por exemplo, de um exame de seleção, é treinado para classificar em quem vale à pena investir e garantir o retorno ao investimento feito.

Mas Jesus surpreende-nos com o seu inconcebível amor. Sua vontade é puxar para dentro o que estava perdido. Ao contar as duas parábolas, do pastor e da dona de casa, Jesus refere-se às pequenas alegrias do cotidiano. Certamente você já fez a experiência de alegrar-se imensamente depois de encontrar algo que estava perdido depois de muito procurar.

Assim é Deus, fica alegre, quando voltamos ao seu convívio. E esta alegria não se limita a você, a mim e a nós. É aí que entra a nossa parte. Graças à ação do Espírito Santo de Deus, pela palavra e sacramentos, Deus segue encontrando pessoas que não vêem mais sentido em sua vida. Basta que nossos corações e mentes percebam e também experimentem o incondicional amor de nosso Deus, estendendo-o a quem ainda não experimentou na vida as pequenas alegrias do cotidiano e que dão sentido à vida como um todo.

Dietmar Teske
Pastor Sinodal no Sínodo Sul-Rio-Grandense
(Publicado no Diário Popular em 12/09/10)