Há uma relação nessas palavras?
Qual a relevância da fé hoje?! Vc faz a diferença? A fé luterana faz a diferença?
Estou vivendo dias intensos na consulta/conferência internacional em Halle, Alemanha, nesses dias. Que é a segunda parte desse processo que começou ano passado em São Leopoldo. Somos cerca de 130 pessoas de mais de 40 países, envolvidas em várias atividades diferentes seja na formação, no ministério eclesiástico. Trabalhando direta ou indiretamente com a igreja de Jesus Cristo, que é as pessoas.
Construir Igreja de Jesus Cristo é muito mais do que “levantar” templos/prédios. Aqui, em meio a muitas línguas diferentes de se comunicar percebemos com maior ênfase o Pentecostes, quantos mal-entendidos acontecem porque não entendemos o que a outra pessoa realmente queria dizer. Ouvir a outra pessoa em suas necessidades e expectativas é um bom exercício na caminhada da fé cristã-luterana. Ouvir o que a outra pessoa pensa, como ela pensa é mais outro passo. Pois muitas pessoas, hoje, estão envolvidas somente com um diálogo interno dela com ela mesma.
O que percebi e aprendi que compartilho é que de uma forma mundial o cristianismo está se tornando“maioria” nos países da parte sul do planeta, tem mais pessoas luteranas na Africa, na India, no Brasil e na Asia do que na Europa. Na Europa está se pensando o secularismo, o individualismo, a fé luterana ficou desvinculada da vivência comunitária e é minoria. Essa é uma das perguntas que me faço aqui e agora, é possível viver a fé cristã lendo a bíblia em casa e orando em casa, somente você e Deus?! Lutero desenvolveu isso, no sentido de dizer que há um acesso da pessoa com Deus diretamente, mas isso não quer dizer que “ fica nisso”, qual a consequência dessa relação com Deus?!
Outra questão importante que está posta e foi levantada, nesses dias, nas oficinas de discussão é a educação cristã ecumênica/ educação teológica ecumênica a fim de não repetir o erro do colonialismo, negar a fé do outro, como se isso fosse evangelização. Pior ainda, demonizar a fé da outra pessoa. Graças a Deus vivemos num Brasil laico, temos direito a viver a fé em liberdade, como escolha própria, não por obrigação. Mas, essa escolha precisa ser feita, não pode mais ser por tradição, “porque minha família é”. Em outras palavras, desenvolver a consciência, dar nome e responder maturamente o que sigo, quem sigo, porque sigo. Uma educação teológica ecumênica nos dá suporte para buscar caminhos no cuidado da criação de Deus e a paz justa, não queremos só paz, queremos uma paz justa.
“Nós buscamos caminhos criativos e inovativos para um aprendizado global do ecumenismo, dialogo intercultural, parcerias transnacionais entre igrejas de diferentes tradições. Ao mesmo tempo nossas comunidades e igrejas necessitam de transformação para que nenhuma pessoa visitante se sinta excluída, que todas as pessoas que vem em busca da fé sejam acolhidas, bem vindas”.
(na foto, rosa de Lutero feita em sal, presenteada no culto, neste domingo da trindade, na Igreja luterana Nossa Senhora do Mercado Halle/Saale, pároca: Sabine Kramer)
