SENHAS DIÁRIAS - 24.09.2020
E agora?! O que comentar com respeito a textos como estes? Eles são tão claros que não seria necessário qualquer comentário a respeito. Mas vamos refletir um pouco.
A maldade humana não tem raça, sexo, idade, situação econômica ou profissão. Ela se manifesta em todas as esferas da humanidade. Jeremias nos ajuda a perceber isso. Os exércitos da Babilônia se aproximam de Judá, e com isso Jerusalém, para dominar tudo e a razão disto acontecer, diz o profeta, é exatamente a maldade de Israel como povo e de cada pessoa deste povo. Nossa própria experiência mostra que a maldade está no dia a dia de cada ser humano. E das mais diversas maneiras. É verdade que muitas pessoas procuram, com grande força de vontade, resistir ao mal e manter sua integridade em cada situação. Porém, Jeremias acusa o povo de corrupção e desonestidade. Até os profetas e sacerdotes, diz Jeremias, são enganadores. Não cuidam do povo e minimizam as dores das pessoas, pois o que importa é ganhar mais e mais com suas dores. Nos dias de hoje também é assim. Vemos tanta corrupção, em todos os níveis da sociedade: executivo, legislativo, judiciário, etc. e etc. e etc... É difícil achar algum político que não tenha algum processo de corrupção contra si (e se não tem, é porque não foi bem investigado?). Também em ONGs, em instituições, em entidades, nas igrejas e em tantos grupos de nossa sociedade. Jeremias está falando para hoje, 2020. Os sacerdotes, das mais diversas denominações, pregam amor ao próximo, mas na primeira oportunidade usam de esperteza para tomar os bens dos próprios membros; pregam a honestidade, mas usam de brechas da lei para grilar terras e imóveis do governo; ensinam que não se deve ofender pessoas, mas são os primeiros a usar de fofocas e palavrões para se referir a pessoas; falam em cuidar dos fragilizados, mas são os que acham as mais diversas razões para não ajudar, por exemplo, as Pessoas em Situação de Rua. E continuam dizendo que vai tudo bem em nossa sociedade, pois suas contas e seus bens estão garantidos. Jeremias precisa continuar a falar para dentro de nossa sociedade hoje.
Jesus continua neste pensamento do profeta e diz que cada árvore é conhecida pelas frutas que produz. E aqui precisamos ter clareza nos que significa as frutas que produz. O ser humano sabe usar de artifícios, até da honestidade e da eficiência, para produzir bons frutos quando e onde for necessário. Assim, são os frutos produzidos no silêncio de nossos quartos que nos identificam verdadeiramente. Isto é, quando estamos longe do olhar das pessoas. A pessoa boa é a mesma na presença ou na ausência das pessoas, pois tira o bem do depósito de coisas boas que tem no coração. A pessoa que se rende ao mal, normalmente, é boa na presença dos outros e tira o mal do seu depósito de coisas más quanto está longe dos olhares dos outros. Diante das pessoas, os espinheiros conseguem produzir figos e as urtigas conseguem produzir uvas. Jesus criticava os fariseus e dizia que as pessoas deveriam ouvir muito bem o que eles falavam, mas, de maneira alguma, fazer o que eles faziam. Isto é, usavam a perniciosa máxima do faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. E ela continua sendo usada em todos os níveis de nossa sociedade. Repito a afirmação de que muitas pessoas procuram, com grande força de vontade, resistir ao mal e manter sua integridade em cada situação. Cada uma e cada um de nós sabe quem é e o que faz longe dos olhares das pessoas. Jesus e Jeremias continuam falando e exortando a nós todas e todos. Termino a reflexão afirmando que se Deus mantivesse a invasão de países por causa das maldades do povo, conforme Jeremias anuncia, pouquíssimos países (ou quem sabe nenhum) não estariam em guerra uns com os outros. Pensemos nisso e clamemos diante do Pai por uma nova postura e vivência da ética, da justiça e do amor ao próximo. Jesus nos ensinou isso e Ele é por nós.