Após tirar o povo de Israel do Egito,e antes de conduzi-lo para dentro na terra prometida, Deus deu seus mandamentos e seus preceitos para que o povo tivesse um rumo a seguir. Através de Moisés, o Senhor ensinou seu povo nos caminhos que deveriam andar para viver sob sua graça e sua misericórdia. Seus mandamentos eram os luzeiros que fariam Israel ser testemunha da ação misericordiosa do Senhor e ser um povo diferente dos povos que habitavam em Canaã. Entre estes mandamentos estava, e ainda está, a proibição do adultério e da cobiça em relação à esposa de outro homem. O mandamento de não cobiçar se refere a tudo o que pertence ao próximo. Sabemos que na época em que foi dado o mandamento a mulher era tida como uma espécie de propriedade do homem. Assim podemos ampliar e dizer que o mandamento se refere à esposa e/ou esposo de outra pessoa. A ideia é garantir os bens e a vida do semelhante, preservando a sua possibilidade de viver em paz e com dignidade.
Paulo amplia este mandamento ao dizer que quem ama, conforme o amor de Cristo, vai evitar ao máximo fazer o mal e prejudicar seu próximo. Nisso está implícito a cobiça do que faz parte da sua vida. Não como bens que lhe pertençam, mas como aquilo que lhe dá segurança e paz para viver. É o que se deduz do ensino de Jesus: Não faça aos outros o que não queres que façam a ti. Ou, faça aos outros o que queres que façam a ti. Da mesma forma, este mandamento procura evitar a leviandade em relação aos sentimentos e ao respeito para com as pessoas com as quais convivemos. Inclusive para com sua esposa ou esposo, que sofrem muito quando acontece o adultério. Deus, especialmente em Cristo, quer nos preservar vida digna e quer que ajudemos os outros a preservá-la também. Façamos assim.