Ao dar a lei/mandamentos para seu povo, através de Moisés, Deus tem o objetivo de preservar as relações humanas e direcionar a convivência para o bem. Ele quer que as pessoas, seu povo em especial, viva bem entre si, respeitando uns aos outros, fugindo do preconceito, dando um testemunho de amor ao seu semelhante para mostrar que o Senhor quer um mundo de paz e bem. Deus não quer um mundo desigual do ponto de vista social, econômico, político, mas criou tudo para a harmonia de sua criação. Suas leis foram dadas para serem as referências para esta boa vivência e para delimitarem os direitos e deveres do seu povo e de todas as nações. A lei é boa e saudável. A interpretação que pessoas passaram a fazer é que desvirtuou seu sentido. A lei foi dada exatamente por causa desta dificuldade que o ser humano tem para viver de forma fraterna e harmoniosa, com o mau hábito do orgulho, da ganância, da ostentação, da necessidade de preservar a si mesmo em detrimento das outras pessoas. O Senhor não queria um conhecimento estéril da lei, mas uma vivência racional e diária desta lei, para que sua utilidade fosse benéfica ao seu povo. Por isso é dito que a lei precisa estar no coração das pessoas, isto é, na vivência diária de seu povo. Muito rapidamente o povo optou pelo conhecimento sem consequências desta lei e preferiu viver a seu modo e segundo seus próprios propósitos, deixando a palavra de Deus de lado. O que vemos hoje é muito mais um conhecimento estéril da palavra do Senhor, dos ensinamentos de Jesus, pois eles não se tornam realidade no dia a dia dos cristãos. É um conhecimento que não frutifica em amor a Deus e ao próximo. O povo deveria aprender a lei, vivenciá-la e ensiná-la às gerações seguintes. Isso aconteceu apenas no ensino catequético, mas não pragmático.
Paulo exorta a que Timóteo ensine sua comunidade a viver a palavra de forma prática e com uma vivência da fé em Jesus. Ele exalta a necessidade do amor, em atitudes bem práticas, na relação com as pessoas. E não apenas um conhecimento sem consequências na relação com as pessoas. O coração puro é o coração de quem vive a fé em Jesus de forma prática e não se esconde de seu próximo. Os mandamentos de Jesus são para direcionar a vivência fraterna, para que as pessoas vivam segundo Cristo e sejam suas discípulas. O amor vivido e ensinado por Jesus não é prosa nem poesia, para ser guardado apenas na memória e no conhecimento inconsequente, mas é para que esse amor seja recíproco e atenda as necessidades mútuas das pessoas. Façamos assim. O Senhor se alegrará e nossos semelhantes serão atendidos em suas necessidades.