O salmista expressa, ao menos, duas compreensões que temos de Deus. A primeira nos diz que Deus é o que tem a última palavra sobre a salvação da humanidade: ...tu és o juiz de todas as pessoas. Tudo está nas mãos de Deus e, na verdade, Ele já tomou a última decisão que é a salvação do mundo em seu Filho Jesus, o Cristo. Isso precisa nos alegrar e nos fazer querer, cada vez mais, servir a este Deus maravilhoso que quer apenas o bem dos seres humanos. Ele quer uma vivência de harmonia, de comunhão, de fraternidade, de amor entre todos os seres humanos, começando pelos cristãos que são o seu testemunho no mundo hoje. A segunda compreensão nos diz que apenas Deus é capaz de julgar verdadeiramente e com isenção os seres humanos. Apenas Ele conhece o coração de cada pessoa e suas reais intenções e propósitos, e o que motiva a cada uma a agir como age. Ele é o juiz capaz e capacitado para todo e qualquer julgamento. Precisamos aprender isso e nos esforçarmos nas relações com nossos semelhantes para que não sejamos apenas julgadores parciais. Somos parciais, por isso a necessidade de esforço por tirar do nosso subjetivismo os julgamentos e conceitos em relação aos outros. Precisamos de algo que esteja fora de nós para nos ajudar em nossa parcialidade.
O autor de Hebreus nos diz o que pode e nos ajuda nesta tarefa de procurar olhar nosso semelhante com o máximo de imparcialidade: a Palavra de Deus. Ela pode julgar cada pessoa e ajudar a que não sejamos apenas subjetivos em nosso agir em relação ao próximo. Assim, é preciso conhecer esta Palavra e aprender a usá-la em benefício da construção de relações harmoniosas, livres de preconceitos subjetivos e exclusivistas. Nesta Palavra está o que existe de melhor para nos ajudar nesta tarefa: Ama a teu próximo como a ti mesmo! A Palavra revela o coração de Deus, em Jesus, que é a salvação de todas as pessoas. Não sejamos nós a querer limitar a salvação de Deus. Não temos autoridade para isso e nem capacidade de julgar os desejos e pensamentos dos corações das pessoas. Apenas enxergamos os atos, mas não as motivações. Oremos a que Deus nos ajude nesta tarefa tão difícil que é viver um relacionamento saudável com as pessoas que nos cercam. Pensemos nisso.