Essa afirmação da ação de Deus para com os pobres, fracos, marginalizados se repete ao longo da Escritura. O salmista lembra isto para exortar os que tratam mal os pobres, fazem pouco caso de sua situação de marginalidade ou usam seu poder para prejudicá-los mais ainda. O salmista diz que Deus é o defensor do carente. Ele não quer o mal que há no mundo e criou tudo para que houvesse, e há, condições de todos os seres humanos terem vida digna, alimentação, cuidados médicos, medicina fraterna, educação, lazer e prazer na vida. Quando alguém, além de não ter acesso à esta vida digna, ainda sofre nas mãos de pessoas injustas, preconceituosas e mal intencionadas, o Senhor se ergue para defender o sofrido. É uma afirmação bíblica que quer chamar nossa atenção para um jeito diferente de viver em nossa sociedade. É o jeito cristão de viver.
Jesus foi taxativo em suas afirmações, ensinos, interpretações e aplicações dos mandamentos e palavras da lei mosaica. Ele reafirmava a necessidade de ver a lei de Deus, que sempre foi boa e dada para a vida de todos, como algo para todos viverem segundo ela e não apenas para alguns cumprirem, enquanto os outros apenas exerciam o juízo sobre quem caía em falta publicamente. É o caso da mulher adúltera. Estava sendo condenada por quem tinha tantos pecados quanto ela e mereciam ser apedrejados também. Não podemos simplesmente julgar e desprezar pessoas. Precisamos, isso sim, procurar tirá-las de sua situação complicada e restaurar sua dignidade. Era o que Jesus fazia com as pessoas em situação de pobreza e carência, bem como de vida em pecado. Façamos nós também.