SENHAS DIÁRIAS - 09.09.2020
Através dos tempos, os povos foram criando formas de comunicação com as divindades nas quais criam. Formas estas, que entendiam serem capazes de mover o querer e a determinação da divindade. Assim, pensavam em agradar aos seus deuses e fazer com que os mesmos atendessem os pedidos e fossem propícios aos crentes. Entre estas formas vemos, ao longo dos séculos, o sacrifício de animais, de pessoas, de bens pessoais, a consulta à posição de astros, a consulta a vísceras de animais, a criação de imagens representativas das divindades e outras tantas formas. Vemos ainda hoje a ofertas de animais nos ritos afros, por exemplo. São formas, honestas e autênticas, segundo quem as usa, para mover as dividades em sua determinação. Estas formas também seriam propícias para saber o futuro e assim determinar, para o bem, o que as pessoas deveriam fazer, ou não, durante o dia, a semana, o mês, etc. O povo de Israel usou muitas formas, ao longo dos séculos, para cultuar a Deus, até chegar na compreensão de um Deus único, Javé, que não queria imagens e outros ritos que lembrassem povos que cultuavam outros deuses. Uma das forma que se mantém até hoje é a consulta dos astros, ou a astrologia. Há cristãos, hoje, quem não têm uma compreensão clara da fé em Jesus e seu modo de comunicação com o Pai, que acreditam neste artifício. Sem julgar o mérito deste artifício de prever futuro ou conseguir as benesses da divindade, precisamos dizer que ele não se coaduna, segundo a teologia cristã convencional, com a fé em Jesus. Os profetas israelitas, como Isaías, já condenavam tal prática, pois era de uso de povos não israelitas e com culto a vários deuses. Essas práticas se perpetuaram por milênios e o apóstolo Paulo, bem como os outros apóstolos e os primeiros cristãos, confrontou-se seguidamente com as mesmas. Para manter sua pregação clara e precisa, ele seguiu o que havia aprendido dos discípulos e dos cristãos que o auxiliaram a entrar na fé cristã. Para Jesus, não era necessário a criação de ritos específicos, pois Deus poderia ser louvado e adorado em todo e qualquer lugar (João 4), embora o próprio Jesus se submetia aos ritos da fé israelita em sua época. Como os cultos a incontáveis divindades estavam presentes entre as populações das cidades e regiões em que ele evangelizava, Paulo exortava a que deixassem isso de lado e focassem apenas na fé em Jesus e no que Ele havia deixado como modo de ser e viver para Deus, o Pai. Hoje, os ritos diversificados tornam a receber atenção, também em inúmeras igrejas e denominações cristãs, bem como em um número enorme de outras doutrinas e credos. Somos exortados a manter nosso foco em Jesus e em sua singeleza de oração e devoção ao Pai, sem muitos ritos determinados e que lembram cultos a outros deuses. Façamos assim e tenhamos firmeza no amor a Deus, sobre todas as coisas, e antes de todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmo.
