O salmista está passando por um momento difícil em sua vida. Alguma situação o está incomodando e tirando seu sossego. E pessoas, do seu convívio estão tornando-a mais difícil ainda. Ele clama a Deus pedindo libertação e restabelecimento do bem em sua vida. Ele sabe que o amor de Deus é presente com o seu povo e por isso seu clamor se ergue ao Senhor. Também sabe que não é digno de receber alguma coisa, porque é pecador, por isso aponta para a bondade e o amor do próprio Deus. Se fôssemos querer exigir algo de Deus, esbarraríamos em nossas próprias limitações e incoerências. Mas nosso clamor precisa se dirigir sempre ao coração do Senhor, no qual há graça, misericórdia e amor por nós.
Maria expressa a sua alegria em ter sido escolhida para gerar o Filho de Deus. Ela sabe que não é merecedora disso, mas sobre ela se expressou a graça de Deus. Ela sabe que não são seus méritos que fazem Deus a escolher, mas a preciosa graça do Senhor. Alguma mulher precisava participar do plano de salvação da humanidade, gerando o Salvador, e Maria foi a escolhida por Deus. No encontro com Isabel, Maria canta sua alegria de ser a escolhida e a bendita entre as mulheres. Nesta semana do Dia Internacional da Mulher este texto é significativo, pois ele expressa que Deus não precisou de um homem, mas apenas de uma mulher para colocar em prática seu plano de salvação da humanidade. Isso precisa nos fazer contestar a visão machista de nossa sociedade, muitas vezes também presente em nosso cristianismo, pois Deus não age assim. Se houvesse alguma primazia, essa seria da mulher, pois ela é parceira direta do Senhor na salvação e redenção da humanidade, mesmo que quem morreu por nós tenha sido um homem. Somos carentes da graça de Deus, mulheres e homens, e na mesma condição somos necessitadas e necessitados da salvação trazido pelo Filho de Deus, Cristo Jesus. Façamos assim e vivamos segundo a quase incompreensível graça de Deus sobre nós.