Ao morrer na Cruz, Jesus deu novo sentido à morte, à vida e à dor. A pergunta desesperada do ser humano sobre a morte, na sexta-feira Santa foi possível encontrar uma resposta. Mas isso não significa que podemos ficar de braços cruzados e acomodar-nos em ensinar que a morte de Jesus significou mudanças na vida da humanidade. A mudança deve manifestar-se em nossa existência, porque Ele não aceitou a sua morte com resignação de quem se submete simplesmente ao destino. Não, Ele aceitou sua morte como missão de Deus.
É por isso que a sua morte condena a injustiça, crimes e assassinatos e ao mesmo tempo sua morte pede que façamos algo contra toda injustiça. A morte de Jesus, além de condenar a exploração dos oprimidos, exige que lutemos por vida digna a todas/os os injustiçados/as. A morte de Jesus não é simplesmente um rechaço ao abandono da multidão, mas uma exigência para que nos aproximemos a todos os desvalidos.
A morte de Jesus não é somente uma recordação que revivemos cada sexta-feira santa, mas um chamado a melhorar o mundo, a destruir as estruturas do pecado, a restabelecer as condições da paz, a construir uma sociedade baseada na concórdia, na colaboração e na justiça.
Jesus, hoje, segue morrendo em nossos bairros marginais, nos soldados e guerrilheiros que lutam nas selvas, nos doentes e em aqueles que injustamente não tem acesso à educação. A todos e todas devemos fazer ouvir o grito de dor de Jesus: Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste? (Mateus 27.46) Que esse grito se converta num grito de esperança: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! (Lucas 23.46) Por isso é que hoje temos esperança!
Por eso es que hoy tenemos esperanza;
por eso es que hoy luchamos con porfía;
por eso es que hoy miramos con confianza,
el porvenir en esta tierra mía.
(Estribilho da canção Tenemos Esperanza de Federico Pagura e Homero Perera)
Meditação postada pelo Pastor Gerardo Hands (Iglesia Evangélica Luterana en Venezuela) - Congregación El Redentor de Valencia. Tradução livre.