Quem conhece a Amazônia sabe que boa parte da população utiliza barcos para seu deslocamento diário. É uma região de chuvas abundantes e as pessoas estão habituadas a enfrentar temporais em meio a enormes baías. A dimensão da região e a falta de fiscalização tornam os acidentes e mortes praticamente diários.
Quem navega de barco pela primeira vez experimenta a sensação inevitável de instabilidade, insegurança e medo. Não era esse o caso dos discípulos de Jesus quando o Mestre os convida para atravessar o Mar da Galiléia para a região de Gadara. (Lucas 8:22-25) Eram pescadores habituados aos perigos de navegar sob o mau tempo. Mas mesmo assim foram tomados de pavor.
Todos nós conhecemos bem o final da narrativa: Jesus ordenou e as forças da natureza se acalmaram. A pergunta que se destaca geralmente é a que os discípulos se fizeram: quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?
Mas anterior a esta, há uma pergunta muito mais desafiadora: quem é este que permite que passemos por situações de insegurança, perigo e pavor? Por que Jesus nos colocou neste barco? Esta pergunta nos revela a natureza do discipulado e no que implica entrar no mesmo barco que Jesus. Não há nenhuma promessa de sombra e água fresca, pelo contrário; “no mundo vocês passarão por tribulações”.
Não existe vida cristã imune a tempestades; na verdade os temporais e perigos serão sempre uma constante. Nossa força para enfrentar e sobreviver vem unicamente da certeza de que o Senhor está sempre junto e jamais está indiferente ao nosso temor.
Oração: Bondoso Senhor, que a certeza da tua presença constante ao nosso lado nos dê forças para que jamais o medo e o pavor paralisem a nossa caminhada de fé. Amém.