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Mateus 9.9-13

28/07/2008

Jesus chama para ser seu discípulo um publicano e se senta à mesa em casa com publicanos e pecadores juntamente com seus discípulos. Mistura os bons e os considerados maus. Aqui lembramos o que Martin Luther acentua a palavra do apóstolo Paulo dizendo que somos justos e pecadores ao mesmo tempo. Jesus tem convivência íntima com as pessoas que eram mal vistas por aqueles que dominavam a opinião pública. Por outro lado os rejeitados e mal falados aceitam a convivência com Jesus.

Fariseus eram as pessoas que entendiam a Lei e os profetas – entendiam a letra, mas não espírito da letra. Eram consideradas pessoas justas. Eles diziam para o povo o que se podia e o que não se podia fazer. Como se devia viver e como não se devia viver. Eles eram considerados os santos e corretos. Os fariseus tinham Jesus em alta conta, mas não admitiam que Jesus se sentasse com pessoas desqualificadas e pecadoras, segundo eles. Quem nós hoje consideramos desidificados? O v.12 diz: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes”. Jesus veio para curar a sociedade e seus males. Ele sabia que os publicanos deveriam mudar de vida. Ia a seu encontro com este objetivo – mudar o jeito de viver dos publicanos e pecadores.

O texto mostra que não são apenas os publicanos que precisam de Jesus e precisam mudar de vida, mas os fariseus também. Estes precisam tanto de Jesus como os outros porque estão cheio de preconceitos e se julgam os bons e os corretos.

Que preconceitos nós temos? Desviamos-nos de caboclos, dos negros, dos índios, dos sem terra, das pessoas que participam dos movimentos sociais. Por quê? Porque são diferentes, tem outra cultura e pensam e agem diferente do que nós. Estão eles errados ou nós, que nos desviamos deles?

Nós achamos que somos melhores que os outros e marginalizamos pessoas que não julgamos tão santas como nós? Os que são do outro partido político achamos que são piores que nós. Os que são da outra igreja nós achamos que são piores que nós. Os que são da outra raça nós achamos que eles são piores que nós. Esquecemos que nós somos tão pecadores quanto eles. Jesus morreu na cruz por nós e por eles.

Fariseus e nós temos que aprender o v.13b: “Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento”. Aqui Jesus propõe uma nova espiritualidade. Era comum as pessoas oferecer holocaustos no Templo e achavam que isto basta. Bastava-lhes esta forma de culto. Achavam que culto a Deus é isto e ponto final. Jesus diz que não basta participar do culto, mas tenho que ter também misericórdia para com os outros. Misericórdia vem do latim: miser = miséria e cordis = coração; quem tem o coração perto dos miseráveis, dos pobres, dos sofredores.

Jesus aqui fala da prática da fé. Aqui lembramos Tg 1.27 onde se mostra o verdadeiro culto a Deus que é a prática em favor dos empobrecidos e enfraquecidos: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”.

A fé se espelha na prática da vida; fé e vida são inseparáveis.

Guenter Adolf Wolff . pastor .Coordenador do Conselho de Formação. Coordenador Sinodal da PPL
Paróquia Evangélica de Condor


Autor(a): Guenter Adolf Wolff
Âmbito: IECLB / Sinodo: Planalto Rio-Grandense
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8495

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