“Posto que as nossas maldades testificam contra nós, ó Senhor, age por amor do teu amor.” (Jr 14.7)
“João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: ‘Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29)

Os versículos acimalembram da impossibilidade humana em realizar qualquer tipo de ação em favor de si mesmo quanto a sua situação espiritual. È fato, as nossas próprias ações, nossos comportamentos e nosso modo de vida testificam contra nós de que somos pecadores e culpados diante de Deus. Não temos nem a nós mesmos como aliados, pois nos atraímos, enganamos e iludimos. É como o profeta Jeremias diz mais avante, 17.9: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”. Por causa desta compreensão,também no cap.17, Jeremias audaciosamente afirma: “Maldito o homem que confia no homem” (5). Frente a tal situação, só nos resta clamar ao Senhor.
 Porém, o profeta sabe que não dá pra clamar a Deus protestando em favor da sua vida como se fosse merecedor de compaixão. Além de tudo, Deus é Justo e com justiça agiria em nos condenar nos nossos pecados. A única coisa pela qual se poderia clamar é pelo amor de Deus.Mas clamar que tivesse amor por nós e agisse por amor a nós, seria pobre e infeliz, pois Deus jamais deixou de nos amar e tão pouco poderia anular a sua Justiça. Então o profeta clama a Deus para que aja pelo pecador por amor do seu próprio amor, por amor a Ele mesmo.
Todos os pais que tiveram de passar pela dolorosa situação de não mais ter um filho consigo, sabem quão terrível é a dor de perder. Deus nos ama, Ele nos criou por amor para que ficássemos para sempre com Ele, e sabe o quanto sofreu quando fomos para o pecado, e ainda, sabia o quanto sofreria se nos perdesse para sempre. Então a única razão que faria valer uma ação salvadora em nosso favorseria, como é, o amor de Deus.
Assim, na Palavra do NT, o evangelista João registra o dia em que João Batista viu a Jesus. João Batista então afirmou: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” Deus não nos deixou entregues aos nossos pecados. Ele já estava agindo por nós por amor ao Seu santo amor. O Cordeiro Celestial, seu único Filho precioso seria oferecido em sacrifício por nós pela nossa salvação. Com isso, Deus não se tornaria injusto ao nos salvar, mas todo o pecado receberia o devido castigo no corpo do seu amado Filho.
Assim, Jesus andou por esse mundo propagando o amor de Deus até que a sua hora chegou. No alto de um monte, uma cruz, Ele morre a minha e a sua morte para que agora, pela fé nEle, Ele e o Pai Celestial testificassem em nosso favor.
Que assim, possamos orar agradecidos por um amor tão grande e pelo sacrifício imerecido de Jesus por nós como Lutero orou:

“Senhor Jesus Cristo, Tu és minha justiça,
eu, porém, sou teu pecado:
Levaste sobre Ti o que é meu,
e deste a mim o que é Teu.
Tomaste sobre Ti o que não eras,
e deste a mim o que eu não era”.
 

Missionária Elfriede Krause - Paróquia da Paz de Ijuí