Introdução
Martin Luther protestou abertamente no dia 31 de outubro de 1517, em Wittenberg. Depois daquele dia, sempre no final do mês de outubro, a Comunidade Luterana de todo mundo festeja o Dia da Reforma. O que motivou esta Reforma? Ora, o fato da Igreja da época tentar fazer negócio com o perdão dos pecados.
Fé e Dinheiro
Para Martin Luther o ato de tentar conquistar o perdão de pecados com dinheiro era algo abominável. Foi esse jeito de pensar que minou suas relações com Igreja Católica da época. Enquanto os anos se passavam, mais e mais pessoas; mais e mais comunidades e até cidades inteiras aderiram a esta nova idéia: Não se pode comprar o perdão dos pecados com dinheiro. Observem que Luther não objetivava a criação de uma nova Igreja. Ele só queria discutir melhor esse assunto; desafiar as lideranças eclesiásticas a repensarem suas atitudes.
O protesto de Martin Luther se baseia na Bíblia. Para ele Deus não podia ser comprado; ninguém podia comprar o amor, o perdão e as bênçãos de Deus com o próprio esforço, com boas obras, com dinheiro. “Quem paga muito ganha o melhor lugar no céu!” Para fazer frente a este pensamento Luther apoiou-se na Carta aos Romanos. Nela o apóstolo Paulo escreve que “nem Abraão, com todas as suas obras, poderia se colocar diante de Deu”, uma vez que elas, as obras, não contam absolutamente nada. A questão era que Abraão tinha crido em Deus e essa atitude era suficiente para o alcance de toda graça, de todo o perdão. Ora, isso vale para todas as pessoas. Nós somos perdoados por causa da nossa fé e isso não depende se fazemos tudo certinho ou se cumprimos com a totalidade dos Dez Mandamentos.
Uma pessoa desavisada poderia ouvir esta palavra e dizer: Aha! Então quem crê cegamente na Bíblia e a leva em conta de capa a capa é uma pessoa que cabe na proposta de fé luterana... Não é bem assim! Jesus nos esclareceu esta questão quando se voltou para certa mulher e disse: - Tua fé é grande! Por que Ele disse isso? Porque ela Lhe declinou a Credo Apostólico de cor, sem respirar? Nada disso! Aquela tal mulher era oriunda de Caná e lá as pessoas professavam um outro tipo de fé. A fé daquela mulher era grande porque pediu ajuda para sua filha que estava doente; porque se achegou a Jesus confiando que Ele poderia lhe ajudar; porque esperou que Jesus a ajudasse. Pode ser que sua filha nem tenha sido curada imediatamente. O fato é que ela creu que Jesus poderia ajudar sua família e sua filha; que Jesus poderia lhe fazer um bem. Essa foi a sua grande fé e Jesus a elogiou por causa da sua confiança em Deus.
Conclusão
Hoje, quase todas as pessoas que dizem crer em Deus, logo pensam no Credo Apostólico; nos relatos que brotam de dentro da Bíblia. Para a maioria de nós crer significa aceitar tudo o que é dito sem duvidar de nada! Essas duas palavras “fé” e “crer” se misturam com tanta facilidade que muita gente entende a fé como a petrificação de uma verdade que nos pode capacitar a nos colocarmos em pé diante de Deus. Jesus não entende a fé desse jeito. Crer é confiar que Deus nos ajuda; que Ele não nos deixará na mão quando a situação apertar; quando a vida terminar. É desta fé que nós podemos viver, calmos e consolados. Que boa descoberta esta de Martin Luther: O Justo viverá pela fé!
Meditação compartilhada pelo Pastor Renato Luiz Becker - Blumenau/SC