Sínodo Planalto Rio-Grandense



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ID: 15

A cortina do Templo se rasgou!

29/03/2010



Estamos vivendo o tempo da quaresma, logo estaremos vivendo o tempo pascal. Neste tempo percorremos novamente o caminho da cruz. Ao nos deparar com a cruz não há como não escutar os gritos de Jesus. Um pouco antes de morrer ele grita: Deus meu, Deus meu por que me desamparaste? (Mateus 27. 46). São palavras fortes que expressam o mais profundo dos sentimentos do Filho de Deus. Sentimentos esses que não estão apenas presentes no momento da cruz, mas que na verdade caminham com Cristo a cada passo dado em Jerusalém.

Logo em sua chegada é recebido como rei pela multidão. Todos se alegram, mas na verdade Cristo está sozinho. Ele sabe da euforia no momento da vitória, mas também sabe que está sozinho no caminho até a cruz. O sentimento de desamparo também se faz presente quando em lágrimas Cristo olha para Jerusalém e constata que seu povo não quer saber dos profetas e dos mensageiros de Deus; se faz presente quando sabe que haverá um traidor, um dos seus apóstolos o negará e todos fugirão e ficarão atordoados e perdidos; se faz presente, como nunca, no Jardim do Getsêmani. Jesus diz: Sinto no coração uma tristeza tão grande, que parece que vai me matar. Fiquem aqui vigiando comigo (Mateus 26.38). Jesus sente a fragilidade de seus apóstolos. Ninguém consegue vigiar, todos dormem. O sentimento de desamparo se faz presente no sofrimento físico das chicotadas, nos espinhos em sua cabeça, no peso da cruz, nos pregos em seu corpo. Está presente nas palavras “crucifica-o, crucifica-o”. Está presente nas palavras de humilhação dos que assistem o absurdo da tortura, o absurdo da cruz.

Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Na verdade, estas palavras são o grito de Jesus em nosso lugar. Alguém certa vez disse: “A voz de Jesus na cruz é a voz de todas as pessoas às quais só resta mais clamar a Deus”. Sim, é o grito de todas as pessoas que se sentem desamparadas, se sentem abandonadas pelas pessoas e por Deus.

Com este grito, Jesus assume na cruz a nossa situação humana de pessoas desamparadas e solitárias. Em Jesus, Deus demonstra que não nos deixa desamparados, mas nos carrega em seus braços. Ele vence a morte para nos possibilitar vida. A partir da cruz todo desamparo por pior que seja não pode mais nos separar de Deus. Lemos no relato de Mateus sobre a crucificação (27.51): “Então a cortina do Templo se rasgou em dois pedaços, de cima até embaixo...”. Nada mais pode nos separar do amor de Deus. Nada mais pode estar entre eu e Deus, entre você e Deus, entre nós e Deus...

Logo depois de Jesus demonstrar todo sentimento humano de desamparo, logo depois de sua morte nós ouvimos o testemunho dos soldados romanos: Ele era mesmo o Filho de Deus! (Mateus 27.54). A partir da morte e ressurreição de Jesus não estamos mais sozinhos e desamparados. Deus conhece a nossa dor, o nosso sentimento de desamparo. Deus nos carrega e nos ampara por mais difícil e escura que seja a nossa vida. Pense nisso e tenha um tempo pascal abençoado!


Autor(a): Sínodo Planalto Rio-grandense
Âmbito: IECLB / Sinodo: Planalto Rio-Grandense
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7917

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