O Dinheiro e a Bíblia (2)
Quando falamos em dinheiro devemos nos lembrar que ele pode ser tanto benéfico como prejudicial. O uso bom: o dinheiro constitui proteção contra a pobreza e os problemas que a acompanham, possibilitando às pessoas adquirir tanto o essencial como o supérfluo. O uso mau: é passar a confiar no dinheiro como fonte de segurança e esquecer-se do seu Criador.
A Bíblia nos alerta: “Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos males: e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” (I Tm 6: 10)
Por isso o uso correto do dinheiro é aprovado por Deus. Isto inclui contribuir para sua Igreja e dar ajuda material aos necessitados. Lembre-se de Provérbios 19.17 “Quem se compadece do pobre ao Senhor empresta, e êste lhe paga o seu benefício”.
Jesus disse:
“Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai Celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas?” (Mt 6:26)
Porém, a tendência do ser humano é ter sempre mais, e, para isso, não mede esforços, deseja sempre o melhor. Isto é correto se for para a família, se não for superflúo, e, se para conseguir esse conforto adicional, a pessoa não se endividar em demasia. Mas, nem todos tem essa visão do bom uso do dinheiro e por diversos motivos: doença, desemprego, auxílio a um parente, algumas compras a prazo e, de repente, o cristão encontra-se todo endividado. Esse endividamento acontece com quem ganha pouco ou muito. Qualquer renda é insuficiente e desaparece de imediato. A pessoa torna-se gastadora e não poupadora. Comparando-nos com uma caixa d'agua vemos que a saída de água (gasto) é maior do que a entrada de água (renda). O cano de saída tem diâmetro maior do que o de entrada!
Para evitar tal situação de endividamento perene seguem algumas regras que podem nos auxiliar a controlar nosso orçamento. As dicas são simples, mas é necessário força de vontade para aplicá-las.
Básico I: Planeje seus gastos (despesas) de acordo com a sua renda (receita). Faça um ORÇAMENTO mensal e poupe, mesmo que seja uma pequena quantidade. O importante é começar. Faça como as formigas em Provérbios 30.25: “as formigas, povo sem força; todavia no verão preparam sua comida.”
Básico II: Poupança. Impossível! - dirão alguns. Mas, lembre-se da crise energética: a maioria das famílias cumpriu a meta. O mesmo deve ser feito com o orçamento mensal e familiar. DISCIPLINA!
Básico III: adote alguns princípios de administração de dinheiro:
Prepare um orçamento financeiro mensal: Isso ajuda a planejar as receitas e despesas. O destino de cada R$ deve ser feito em conjunto pelo casal e filhos.
Evite as compras compulsivas: Pese bem a diferença entre desejo e necessidade. Evite comprar por impulso.
Reserve parte de sua receita: Separe 5% a 10% do que você receber. Não espere sobrar para guardar. ACREDITE, NUNCA SOBRA!
Evite dívidas a longo prazo, exceto para moradia. Imóveis para investimento, atualmente, são difíceis de vender e têm muitas despesas mensais : Iptu, condomínio, reformas, etc.
Cuidado com os juros: Cuidado com as vendas onde o preço à vista é igual ao preço para pagar em N vezes sem juros. Aí tem muito juro embutido. Dê preferência a lojas que concedem descontos para pagamento à vista.
Separe as despesas em grupos de prioridade: Essa é uma boa estratégia: alimentação, básico, contornável e desnecessário. Os dois primeiros grupos são os menos sujeitos a cortes e os 2 últimos são os tipos de despesas que corroem o orçamento.
Anote todos os gastos, inclusive os supérfluos.
Cartão de crédito: Somente é bom se pago dentro do mês. Deixe-o em casa.
Cheque especial: Crie coragem e peça ao seu gerente para cancelá-lo, ou o evite ao máximo. Só use nas emergências, jamais como complemento de salário.
Finalizando, não deixe dinheiro na conta corrente, para evitar despesas desnecessárias. Aplique na poupança.
A Bíblia nos ajuda em nossa tarefa de organizarmos nossa vida financeira ao lermos: Provérbios 16.1 “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR”, com isto em mente façamos nosso orçamento.
Já que estamos próximos do Natal, receba nossos votos de Feliz Natal e um abençoado e esperançoso 2003. Mas cuidado com as compras.
Luiz Fernando Gornattes - Presbítero
