A grande maioria de vocês tem filhos. Como é quando os pequenos começam a caminhar? Eles ainda estão inseguros e facilmente se desequilibram e caem. Os pais precisam estar por perto para incentivá-los e para ampará-los.
Este cuidado que os pais têm para com seus filhos, Jesus teve para com seus discípulos. Depois que Jesus ressuscitou, os discípulos tiveram que aprender a andar sozinhos. Eles estavam tão confusos e cheios de dúvidas. Se Jesus tivesse voltado imediatamente ao lar celeste, com certeza eles não teriam se tornado testemunhas convictas da sua ressurreição, que seria a principal mensagem que levariam ao mundo.
Com muito amor e paciência Jesus foi ao encontro de seus discípulos assustados e incrédulos. Ele veio ao encontro dos dois discípulos que estavam a caminho de Emaús e explicou-lhes todo o propósito divino da sua paixão e morte. Ele apareceu especialmente a Pedro, provavelmente para certificá-lo do seu perdão, a Tomé, que tinha dificuldade em crer sem antes ver.
Temos momentos na vida em que tudo fica escuro, não temos alegria em orar, nosso coração se enche de tristeza, sentimos nosso fracasso, nossa culpa. O inimigo e nosso próprio coração nos acusam.
De início, os discípulos ficaram assustados com as aparições de Jesus, pensando que se tratava de um fantasma, como lemos em Lucas 24.37-43.
Hoje vamos meditar sobre uma dessas aparições de Jesus a alguns de seus discípulos. O cenário é o Mar da Galiléia, também chamado de Tiberíades. Jesus mesmo havia dado o recado aos discípulos que o esperassem na Galiléia, onde lhes apareceria. Sete discípulos, entre eles Simão Pedro, Tiago, João, Tomé, Barlolomeu foram pescar. Eles trabalharam a noite toda e não apanharam nada. Já estava amanhecendo e os discípulos desistiram da sua pescaria. Quando estavam a uns 100m da praia, viram um homem que lhes dirigiu uma pergunta: “Filhos, vocês tem algo para comer?” Eles responderam que não. O homem então deu uma ordem: “Lancem a rede do lado direito do barco e vocês vão encontrar peixes”.
Agora caiu a ficha. Algo parecido já havia ocorrido em outro momento, naquela outra pesca, denominada de maravilhosa. João foi o primeiro a reconhecer Jesus e ele disse a Pedro: “É o Senhor!”
Que cena bonita!
Para completar a refeição, Jesus pede alguns dos peixes recém apanhados. Como sempre, Simão Pedro é aquele que age, puxando a rede com os 153 peixes. Assim Jesus inclui os discípulos, dando-lhes a oportunidade de colocar à disposição de Jesus aquilo que ele mesmo lhes deu anteriormente.
Depois de assados os peixes, Jesus os chama para comer. Também aqui existe grande semelhança com a multiplicação dos pães e dos peixes, mas também lembra a última ceia com seus discípulos antes da sua morte. Com certeza Jesus fez essas conexões com seu agir anterior à sua morte, para mostrar aos discípulos que ele era o mesmo, também depois de sua ressurreição.
Este convite de Jesus tem características litúrgicas: ele convida os seus para a celebração, para a festa da partilha. Igreja é isto: é movimento de festa, de pão, de celebração. Trata-se da graça de Deus que se manifesta no comer e beber em conjunto. A partilha do pão gera vida, nos leva para mais perto de Deus e do próximo. Sem pão e festa, a igreja de Jesus Cristo não é mais igreja.
Depois da refeição, vem outro momento bem especial para o discípulo Pedro. Jesus lhe pergunta três vezes: “Simão, filho de João, você me ama?”
Mas quando a pergunta de Jesus se repetiu pela terceira vez, Pedro caiu em si e ficou triste. Provavelmente a ficha caiu e ele lembrou de seu grande fracasso de ter negado seu Senhor três vezes. É notável que Jesus não acusou Pedro e nem se referiu ao seu fracasso mas apenas perguntou pelo seu amor. Três vezes Pedro negou a Jesus e três vezes ele teve que confessar: Tu sabes Senhor, que eu te amo.
Jesus toca no ponto central. Depois de seu fracasso, ele precisava de maior compaixão de seu Senhor do que os outros discípulos. Pois a quem mais se perdoa, este é o que mais ama.
Jesus perdoou o fracasso de Pedro e o restaurou para o serviço. Como lidamos com uma pessoa que erra, que fracassa? Geralmente a excluímos, a desprezados, e lhe tomamos seus cargos.
Não tenha medo! Quando somos infiéis, ele permanece fiel. Isto vale para cada um de nós.
<p id=MsoNormal style=text-align: justify=> Assim vos abençoe a bondoso Deus e os conduza em fé e perseverança ao seu lar eterno.</p> <p> Saudações fraternas a todas as irmãs e a todos os irmãos!</p> <p id=MsoNormal> Saudades, Missionária Waltraut Muller</p> <p></p>