Forças para a vida
Mais vale o valor da vida a serviço da vida que se possa compartilhar, que a vida bela obscurecida pelo acaso, e mercê da própria sorte esta vida arriscar
O ser humano é uma energia em potencial, que o impulsiona e o motiva ao crescimento, enfim, à própria vida. O conhecimento; a meditação e oração; a razão; as emoções e sentimentos; e, a criatividade; fazem a massa desta energia.
Não observar um destes elementos, a estrutura básica fica abalada, e o sentido da vida, sem rumo.
Mas para onde isto quer nos conduzir? Leva-nos à maior força para a vida: a esperança. Sim, leva-nos à esperança sem limites, que em qualquer situação alimenta nossa fé de que existe Deus. De que diante desta fé, nada, nada mesmo, pode impedir a vida, por mais singela ou conturbada que venha a ser. Esta esperança nos alimenta para que possamos nos dirigir a Deus em oração, e confiar-Lhe nossos anseios e projetos de vida. E ao permitir-nos externar nossas emoções, sejamos criativos, despertemos nossa criatividade, para a vida conduzir com razão e amor. Mas, somente Deus cria. O homem recebeu a graça da criatividade. Este dom, divinamente confiado a nós cresce sem limites quando estamos sendo estimulados na auto-estima, quando nos sentimos verdadeiramente amados, e pelo reconhecimento de que nosso fazer é antes de tudo esta bênção divina, e também quando se tem a certeza que este fazer, se associa ao amor. Na vivência que experimentamos, estes valores para a vida são frutos deste amor, pois é aí que se consegue ver a olhos vivos, os frutos deste fazer por amor.
Esta esperança que para muitos é a verdadeira razão da sobrevivência, é uma mera lusinha no fundo de um túnel. E felizmente, quantas vezes, sim, não poucas, o simples despertar de uma pessoa, o acreditar em sua capacidade, é o bastante para que ela veja esta diminuta luz renascer como a alvorada. A esperança floresce exatamente lá onde o sol se põe, na certeza de que para cada sol poente existe uma alvorada radiante”. A vida não se limita ao que já se viveu, mas é a esperança no viver a plenitude perene.
Esta esperança se solidifica ainda mais quando confiamos nosso viver, nosso fazer, a Deus, este Deus a quem rogamos para que transforme o mundo. Mas é igualmente importante, que cada ser humano, cada criatura deste Criador, faça também a sua parte, e transforme a partir de sua própria vida, sua maneira de ir e vir, sua maneira de ser: (Rm 12,2ª.) “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Esta “recomendação” de Paulo aos Romanos encerra toda esta “transformação” que rogamos a Deus, e nos conduz ao verdadeiro ser humano, como “nova criatura”. Penso assim (parafraseando): “Não vim para servir, nem para ser servido, mas para ser instrumento nas mãos de Deus”. Com isto deixo esta reflexão na esperança de que nesta almejada transformação, cada pessoa (e não “o” indivíduo) saiba medir seu espaço; saiba quando e como servir e quando e como deixar-se servir, pois a missão é de todos nós, portanto, que Deus nos transforme em instrumentos em Sua mão, para um mundo mais digno e humano.