Lendo um texto do Pastor Dr. Martin Dreher, Reflexões em torno de Lutero, vol. III, Ed. Sinodal, me chamou a atenção o que ele diz sobre a Reforma da Igreja. Ele diz que a Reforma Luterana dá o grito: Deixai Deus ser Deus. Depois de quase 500 anos de Reforma, parece que esse grito ainda é extremamente necessário. Quantas vezes ouvimos: “Eu creio em Deus”, ou, “ Eu aceitei a Jesus”. Mas, na verdade, será que Jesus tem sido realmente o Deus do nosso povo que se diz cristão?

Eu penso que a grande maioria das pessoas só quer receber a Jesus por conveniência: É Ele quem perdoa; é Ele quem abençoa. Mas não quer recebê-lo como Deus, como Aquele que dirige a vida.

A minha impressão é que o deus da grande maioria dos cristãos é o próprio ser humano. Porque, via de regra, é ele quem quer controlar seu próprio destino. É ele quem quer escolher os seus próprios caminhos. Deus, quando tem palavra, é só para perdoar e abençoar, mas não para guiar. Essa triste constatação nos faz refletir sobre os descaminhos do cristão. Ao tentar, ele mesmo, guiar a sua própria vida, tem trazido miséria e tristeza para o mundo, para a sua própria existência. Não só no âmbito familiar, do trabalho, dos estudos e dos negócios isso acontece, mas também a nível governamental. Quantas decisões são tomadas sem nem ao menos buscar a direção, a orientação de Deus.

Quem confia em Deus, entrega toda a direção da sua vida nas Suas mãos. O fato de não deixar Deus ser Deus faz com que a vida seja feia em vez de bonita. Pois, a vida com Cristo na direção, é a vida plena, abençoada que Deus quer dar. Por Ele ser o nosso Pai, Ele só quer o melhor para as nossas vidas.

Não entregar a direção da sua existência a Jesus, é desconfiar do mesmo. É não crer que Ele tem uma vida maravilhosa para nós.

Reflita um pouco sobre a sua vida, sobre a sua fé. Consulte a Deus em oração antes de tomar decisões, de concretizar planos. Diria mais, não planeje sem a orientação de Deus. Deixe Deus ser Deus e você verá mudanças na sua vida.

Pastor Telmo Noé Emerich - Publicado no Jornal Tribuna de Petrópolis.