Vêm aí as eleições de outubro. Nós, mais uma vez, vamos votar em Deputado Estadual; Federal; Senador; Governador e Presidente da República. Confesso que sempre admirei as pessoas cristãs que se engajam na política; que articulam seus pensamentos em meio aos vários segmentos de lideranças comunitárias; que sempre visam o bem comum com seus atos. A vida me ensinou a ser crítico. Hoje, este aprendizado me autoriza a observar a dignidade com que certos indivíduos servem a Deus, enquanto comprometidos com cargos públicos.
Todos nós crescemos enquanto exercemos nossas profissões. Agir politicamente tem a ver com o chamado que Deus nos faz. É Ele quem nos desafia a “administrarmos” Sua criação. Estou querendo dizer que o “ofício” da política não tem nada a ver com o que aprendemos na Escola Técnica e ou na Faculdade. Um dos maiores mártires da Igreja do século passado, Dietrich Bonhoeffer, sempre deixou claro que a “política era um espaço de responsabilidade onde se podia fomentar vida em comunhão com quem está próximo”.
Sendo assim, estamos todos comissionados por Deus para articularmos funções políticas. Sim, todas as pessoas que reconhecem os seus dons como presentes de Deus, acabam obedecendo este mandato. O reformador Martin Luther era enfático quando dizia que “ao indivíduo cabia exercer a sua profissão com responsabilidade diante de Deus e dentro do mundo secular”.
Quem mora na cidade (polis) é cidadão (político). Aqui me paro a pensar nos políticos que vamos eleger em poucas semanas. Gostaria de alertá-los (Será que eles me lêem?) que fazer política em causa própria nunca foi e não é vontade de Deus. Sua função primordial foi e sempre será a de trabalhar no sentido de que os interesses opostos convirjam num denominador comum e isso, de forma justa e objetiva. Se conseguirem este objetivo, enquanto se desincumbem desse chamado específico de Deus, então os interesses mútuos serão mantidos e se dialogará; se viverá em equilíbrio.
Tu e eu vamos exercer o direito do voto e temos que pensar como cidadãos, como políticos comissionados por Deus para votar em gente que verdadeiramente represente a cidade. O que é representar a cidade? É promover a força do amor; é se esforçar em favor dos mais fracos; é fazer prevalecer a verdade sobre as próprias ambições políticas. Votemos nestes! Para que as boas reformas aconteçam no Brasil, não precisamos de “estrategistas” e ou de “conversadores”. Hoje carecemos de pessoas que contribuam de forma construtiva, a partir do fazer política. Aquele que vota conforme os critérios de Deus, mais do que ninguém, pratica ato político e quer o bem da cidade.
P. Renato Luiz Becker