MINHA EXPERIÊNCIA OLIMPIDIANA
Mozart Noronha
Olimpidiana é uma palavra mais bonita do que olimpíada. Lembra-me da deusa da lua e da caça na mitologia romana. A lua é tão bela e sedutora que só poderia ter uma deusa só para ela que também era a musa dos poetas. Também como deusa da caça os caçadores encantados com o prateado do luar se deitavam sobre as folhas das árvores e não caçavam nada. Diana logo foi identificada com a deusa grega Ártemis. Os jogos olímpicos tiveram sua origem na cidade de Olímpia na Grécia antiga para homenagear o deus Zeus. As mulheres também participavam daquele evento para homenagear a deusa Hera, irmã e esposa definitiva de Zeus. Com a marcante participação das mulheres nesta festa planetária gosto mais de recordar nesta competição a Deusa Diana conforme os romanos. Então firmado no princípio jurídico da autonomia da vontade prefiro eu substituir o termo Olimpíada por Olimpidiana em homenagem a Diana que é a Deusa da Lua que estará cheia na quinta-feira dia 18 de agosto e virá visitar o Maracanã três dias antes do término desta grande festa esportista sediada pela bela Rio de Janeiro.
Destaco alguns pontos positivos desta efeméride: Em primeiro lugar vejo a euforia de centenas de esportistas das mais diversas modalidades que, de forma democrática e ordeira, se confraternizam nas experiências de perder ou de ganhar nas diferentes modalidades em que estão competindo. Percebe-se também que brancos, negros e amarelos podem conviver de um modo solidário e amoroso onde o respeito mútuo está além de detalhes meramente ideológicos. O Comitê Olímpico Internacional demonstra está muito além da ONU ao escolher as delegações. A delegação palestina se mistura fraternalmente com a delegação israelita. As delegações cubana e norte americana festejam nos mesmos espaços e os coreanos do norte e do sul se colocam sob a mesma abóbada do Estádio do Maracanã. Os refugiados e os apátridas se sentem acolhidos sob o mesmo céu azul e descobrem que o mundo é de Deus e não tem fronteiras. O sol é uma fogueira acesa que joga com ternura os seus raios quentinhos sobre as pessoas que são atletas com os seus corpos ou com as suas almas.
Como cristão e luterano entendo que o esporte é laico como laicos devem ser os estados. O Espírito do Eterno se faz presente no ar, sopro da vida; nas águas, no sol e nas estrelas. Religiosos, ateus, agnósticos estão sob a proteção do Criador dos céus e da terra. Minha tarefa como Pastor da IECLB no exercício provisório do ministério pastoral durante um período de férias do pároco, Pastor José, foi cumprida. Hoje, durante o culto com celebração eucarística convidei a comunidade para colocar esta festa Olimpidiana diante do altar em forma de oração. Recebemos a visita do irmão luterano Carlos Shultz(desculpem-me se não escrevi corretamente o seu nome de família porque ainda não domino a língua de Lutero, mas nos próximos 30 anos poderei lecionar alemão no Goethe) membro da Paróquia de Cantareira-São Paulo, histórico remador e convicto luterano que veio participar da celebração na Paróquia Bom Samaritano. Finalizo no espírito do Santo Evangelho e da Paz Perpétua de Immanuel Kant rogando as bênçãos do Trino Deus sobre o nosso mundo.