A presente situação de injustiça social que vivemos é repulsiva a Deus e vai daí que se faz necessária uma mudança bem ampla nesse jeito brasileiro de ser e agir. Eu não creio mais em utopias terrestres, mas também não sou pessimista: continuo esperando por mudanças.
A pobreza e a riqueza excessiva somada à injusta distribuição de capital, de terra e de recursos constituem problemas que tem a ver diretamente com poder e impotência. Sem uma mudança de poder através de mudanças estruturais, esses problemas não poderão ser resolvidos.
A nossa Igreja, juntamente com o resto da sociedade, está inevitavelmente envolvida na política, que é “a arte de viver em comunidade”. Os cristãos bem que poderiam expressar o senhorio de Deus em seus compromissos políticos, econômicos e sociais, e em seu amor ao próximo, participando do processo político do nosso Brasil. Como podemos contribuir para a mudança?
Em primeiro lugar, nos caberia orar pela paz e pela justiça - como Deus ordena. Em segundo lugar, deveríamos procurar educar o povo cristão nas questões morais e políticas onde estamos envolvidos; esclarecer-lhes nossa visão; apontar para as expectativas cristãs. Em terceiro lugar, deveríamos agir. Alguns cristãos são chamados a exercer tarefas importantes junto ao governo, no setor econômico e ou em assuntos de desenvolvimento. Todos os cristãos deveriam participar ativamente do esforço pela criação de uma sociedade justa e responsável. Em algumas situações, a obediência a Deus exige resistência a um sistema injusto. Já em quarto lugar, precisaríamos estar preparados para sofrer. Como seguidores de Jesus, sabemos que o serviço sempre envolve sofrimento.
Concluindo esta reflexão, preciso deixar claro: Continuo sempre convicto que a ação política sem o compromisso pessoal foi, é e continua sendo inadequada e incompleta. Engajemo-nos neste projeto...
Renato Luiz Becker
Joinville (SC)