MANIFESTAÇÃO DO SÍNODO SUDESTE
ESTUPRO E A CULTURA MACHISTA BRASILEIRA
Na semana passada, os noticiários do mundo inteiro expressaram sua indignação sobre o estupro sofrido por uma adolescente no Rio de Janeiro (área do Sínodo Sudeste). Menos o delegado, designado para investigar o acontecido (entrementes substituído). Numa atitude claramente machista, ele perguntou à adolescente se ela já havia praticado sexo coletivo anteriormente. Fato comprovado ou não, a mulher é sempre o lado mais frágil na história. Lamentavelmente, ainda somos um país com forte cultura machista. Não adianta se horrorizar com os estupros, comuns na Índia. Aqui acontece igual ou pior.
No Brasil, dizem as estatísticas, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. No Metrô de São Paulo, diariamente há denúncias de assédios sexuais contra mulheres. Ex-maridos e ex-namorados matam suas companheiras para lavar a honra (e até são admirados por isso). O amor eterno, jurado antes do casamento, rapidamente vai se transformando em pilota de fogão e operadora de máquina de lavar roupa como obrigação da esposa, enquanto o marido está ocupado em ler o jornal e ver o noticiário esportivo na TV. Esquece-se que a mulher assume dupla ou até tripla jornada diariamente. Em boa parte, no Brasil a mulher ainda é tratada como objeto-propriedade do homem. Na agressão sexual, a suspeita de culpa sempre recai primeiro sobre ela.
O Sínodo Sudeste baseia-se em Gênesis 1.27; 2.18 e nos evangelhos para afirmar que o machismo faz parte de uma cultura machista pecaminosa e que agride frontalmente a vontade de Deus, que criou homem e mulher com direitos e deveres iguais, e a ação de Jesus Cristo (somos todos e todas um em Cristo - Gálatas 3.28). O Sínodo conclama as comunidades para aprofundar o assunto em seus encontros comunitários realizando ações concretas para vencer e eliminar tal cultura.
Pastor Sinodal Geraldo Graf