A Copa do Mundo passou, porém ainda paira no ar aquele esportivo tão presente em nossa sociedade brasileira. Por falar nisso, as Olimpíadas estão chegando.
Nunca na história do nosso país se investiu tanto na preparação de atletas, na capacitação de técnicos, na construção de estádios e na valorização de diversas modalidades esportivas. Tudo para que alcancemos a tão sonhada medalha olímpica ou no caso recém vivido, a taça.
Sim... a taça: Desejada por todos os amantes do futebol. Por todos que viam na seleção de seu país uma esperança de vitória, motivo de festa, de celebrar. Uns desejam-na pela primeira vez. Outros voltaram para casa mais cedo. Há os que buscavam o bicampeonato, e há aqueles que anseiam em conquistar a taça pela terceira, quarta ou quinta vez. Para o Brasil é o hexacampeonato era o que estava em jogo.
Em todos os casos, quem entra para jogar, entra com um objetivo: lutar pelo prêmio. E isso exige preparação, disciplina, confiança, atenção, motivação, empenho, determinação, sacrifício, despojamento, privações, trabalho em grupo, trabalho individual, compromisso, responsabilidade, entrega, e por que não... fé.
Características de todo atleta que sabe onde quer chegar. Características de todo aquele que foi convocado para o jogo da vida.
Por falar nisso, como vai sua vida? Como tem sido as partidas do dia-a-dia? Onde está o seu alvo? Qual é o seu alvo? Como tens se preparado para correr a corrida que lhe foi proposta (Cf. Hebreus 12.1)?
Nós cristão também somos chamados a lutar por um prêmio. Ou, como disse o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 9.24-27: “Vocês não sabem que dentre todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que alcancem o prêmio. Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado.”
Nos tempos de Paulo, competições atléticas eram comuns entre os gregos, assim como é comum em nossos dias. Em Corínto, comunidade para a qual Paulo escreve a sua carta, os jogos Ístmicos eram disputados de 2 em 2 anos no canal (istimo) das cidade. Ele era inferior apenas aos Jogos Olímpicos em Atenas. Aos vencedores dos Jogos eram dados como prêmio, uma palma e uma coroa de folhas de pinheiro ou louro.
Paulo se apropria de tais jogos como analogia à vida cristã, em especial, a sua própria vida como apóstolo dos gentios. Tal ênfase ele reforça em sua carta aos Filipenses 3.12, on diz, “Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos. Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.”
A analogia de Paulo é extremamente didática, direta e exortativa.
Paulo anseia que os cristãos de Corinto tenham, pela causa do Reino de Deus – cujo prêmio da soberana vocação de Deus é incorruptível e garantido – a mesma ou maior dedicação como se tinha para com os jogos e competições humanas – cujo prêmio é perecível e incerto. O apóstolo fala de três coisas:
1) Dedicação – treino e trabalho duro (v24)
2) Determinação – correr direto rumo a linha de chegada (v25)
3) Disciplina – Esmurrar o corpo (v26)
Se Paulo vivesse me nosso contexto, talvez ele dissesse, usando o futebol como analogia: “não entro em campo como se não soubesse minha posição e não chuto a bola como se não soubesse onde está a goleira, mas com muito treino e determinação, jogo, passo, driblo e chuto com o fim de fazer o gol e conquistar a taça de campeão”
Caro/a leitor/a, a vida cristã foi nos dada para vivermos de forma consciente, ativa, com objetivo, com luta. A vida cristã não é inerte, estática, muito menos um faz de contas. Há muita coisa em jogo, a começar pela nossa própria vida e a vida de nosso próximo
Todos nós fomos convocados pela promessa do batismo a ingressarmos na seleção da fé cristã. Tal convocação teve um preço, que foi pago na cruz. Isso significa, que diferente do futebol, não fomos convocados por causa de nossas próprias capacidades e merecimento, mas por causa do amor de Deus em seu filho Jesus. Por pura graça.
Isso significa que o alvo já foi conquistado por Cristo na Cruz, as instruções já foram dadas, o campo já está preparado, o apito já foi soado, a bola já está rolando.... e nós jogadores, o que estamos fazendo com este privilégio que é fazer parte da verdadeira Copa das Copas?
Na corrida rumo a taça que dura para sempre, não há banco de reservas, não há recompensa financeira, não há patrocinador, não há autopromoção. Todos tem o mesmo valor, todos tem vez, todos tem dons. Basta vestir e honrar a camisa que representa a nação santa, a Igreja de Jesus Cristo.
Faz pouco tempo que o Brasil sediou sua segunda Copa do Mundo.
Daqui a dois anos, o Brasil será palco de sua primeira Olimpíada.
Porém todo dia é dia do palco do jogo da vida. Tal jogos já começou e continuará até que o apito final seja dado pelo árbitro dos árbitros. Para isso, é necessário: preparação, disciplina, confiança, atenção, motivação, empenho, determinação, sacrifício, despojamento, privações, trabalho em grupo, trabalho individual, compromisso, responsabilidade, entrega e fé.
Características de todo atleta de futebol que foi convocado por Filipão para a Copa do Mundo,
Características também de todo atleta de Cristo que foi convocado por Deus para a Copa da Vida.
Bom jogo a todos, que Deus nos abençoe... Nos vemos na linha de chegada. Amém.