Igreja e Sociedade



ID: 2797

21(16) Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres - 2022

11/11/2022

 


 

Apresentação da proposta

Neste ano de 2022, novamente organizações da sociedade civil, movimentos sociais e muitas igrejas se mobilizam e se somam aos esforços internacionais da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), através da Secretaria de Ação Comunitária, pela Coordenação de Gênero, Gerações e Etnias, , participa da iniciativa e sugere este material de apoio para que comunidades, paróquias e seus grupos reflitam e se engajem na proposta, promovendo a conscientização sobre a realidade da violência baseada em gênero e gerando transformação pelo fim da violência e por uma sociedade mais igualitária e justa para mulheres e homens.

 

 No Brasil, a campanha dos 16 dias transformou-se em 21 dias de ativismo, tendo início sempre em 20 de novembro, dia da Consciência Negra. As outras datas acompanham o calendário da campanha internacional: 25 de novembro, Dia Internacional de Luta pelo fim da Violência contra a Mulher; 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a AIDS; 3 de dezembro, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência; 6 de dezembro, Dia do Laço Branco – mobilização mundial de homens pelo fim da violência contra as mulheres; e 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

 

 A ênfase na celebração conjunta dessas datas visa a aprofundar a consciência acerca da interseccionalidade das formas de violência, que se somam e tornam mais agudas algumas realidades. É o caso da violência contra mulheres negras, muito maior estatisticamente, bem como a violência contra pessoas com deficiência, ou a chamada feminização de HIV/Aids, algo perceptivelmente crescente nos lares brasileiros. A intersecção das formas de luta e engajamento é fundamental para fortalecer a consciência e a mobilização – que não se circunscreve a uma pauta ou uma agenda apenas de mulheres, mas inclui homens e todas as pessoas preocupadas com a defesa dos direitos humanos.

 

 Para este ano, a temática sugerida para os 21 dias é “Unam-se pelo fim da violência contra as mulheres – Unam-se pelo fim do feminicídio”. Para tanto, sugerimos como símbolo a ser adotado pelas comunidades em suas celebrações as mãos. Mãos que se impõem para curar e abençoar, mãos que se unem na resistência e na luta, mãos abertas que acolhem e incluem as vítimas da violência, frequentemente sozinhas e isoladas, mãos que dizem “basta!” à violência e ao feminicídio.

 

 O texto bíblico indicado para a reflexão é de Atos dos Apóstolos 4.29-31. Nele, Pedro e João oram pela imposição de mãos por parte de Deus. Mãos que curam, que promovem milagres, que protegem e cuidam daquelas pessoas que são perseguidas pelo anúncio do Evangelho, pelo testemunho, sobretudo quando pensamos no contexto da denúncia das diferentes formas de violência que as mulheres sofrem. A pergunta que nos move é a seguinte: como nossas mãos, unidas pelo fim da violência e do feminicídio, podem ser extensão das mãos curadoras de Deus, capazes de promover o milagre da libertação e a dignidade de mulheres no nosso cotidiano como comunidades cristãs?

 

 Recursos para trabalhar o tema em comunidade

 

Liturgia

 

Disponibilizamos uma proposta litúrgica para o período da campanha de Ativismo pelo Fim da Violência Contra Mulheres, com impulsos para a pregação a partir do livro de Atos, 4.29-31, e com proposta de dinâmica/participação da comunidade.

 

 Dinâmica de reflexão para grupos

 

A reflexão e o convite ao ativismo pelo fim da violência contra as mulheres e pelo fim do feminicídio pretendem incluir todas as pessoas. Somente com nossas mãos unidas poderemos superar esse mal que mata e destrói vidas em nossas famílias e em toda sociedade brasileira.

 

Para envolver a comunidade nessa reflexão, além da liturgia, oferecemos uma proposta metodológica para trabalhar o tema com grupos da comunidade, como OASE, grupos de mulheres, jovens, casais, homens e quantos mais se achar oportuno.

 

MÃOS UNIDAS é a imagem que escolhemos como símbolo para impulsionar a reflexão.

 

 Desejamos abençoado e empoderado tempo de campanha e de ativismo!

 

Pastora Voluntária Soliana Schneider

Pastor Dr. Felipe Gustavo Koch Buttelli

Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Goiânia – IECLB

Organização: Secretaria de Ação Comunitária, pela Coordenação de Gênero, Gerações e Etnias

  

Organização

Coordenação de Gênero, Gerações e Etnias

Secretaria de Ação Comunitária

 



 

 

INFORMAÇÕES PRELIMINARES

 

1)     Na liturgia de entrada, sugerimos que a comunidade tenha participação na confissão de culpa e no kyrie. Para identificar as partes em que a comunidade responde, utilizamos a seguinte legenda:

L = Pessoa que conduz a celebração (ministra ou ministro)

C = Comunidade

G1 e G2 = Grupo 1 e Grupo 2

 

2)     Na liturgia da palavra, sugerimos introduzir a oração de intercessão com uma dinâmica. Trata-se de compartilhar com a comunidade reunida em culto o resultado da reflexão feita nos grupos comunitários. Para isso, fixe em lugar visível à comunidade o cartaz e os recortes do contorno das mãos com as manifestações dos grupos sobre o tema. Ou, ao introduzir a oração de intercessão, combine previamente com algumas pessoas para segurar o cartaz e os recortes das mãos diante da comunidade.

 

3)     Caso o estudo do tema não tenha sido realizado anteriormente, com nenhum grupo da comunidade, sugerimos a seguinte dinâmica para o culto: entregar, na chegada do culto, um contorno de mãos, previamente recortado, para cada família, casal ou pessoa presente. Disponibilizar canetas e, antes da oração de intercessão, pedir que as pessoas escrevam uma palavra que expresse gratidão ou motivo de intercessão sobre o contexto que envolve ações de superação e a realidade de violência contra a mulher. Em seguida, convidar para que coloquem os recortes ao pé da cruz ou sobre a mesa do altar, com a seguinte motivação: Cremos que Deus pode e quer transformar situações e pessoas. Nessa confiança, coloquemos nossos motivos de gratidão e intercessão diante Dele. Cada pessoa que se sentir à vontade leva o contorno da mão ao pé da cruz e à mesa do altar. A pessoa que dirige esse momento lê algumas intenções e as inclui na oração de intercessão.

  

LITURGIA DE ENTRADA

 

 Prelúdio

 Acolhida

Somos acolhidas e acolhidos neste culto, com o lema bíblico do evangelho de João 10.10, onde Jesus diz: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.”

 

Escolhemos essa palavra como lema bíblico para este culto alusivo à campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A campanha é uma estratégia de mobilização, em todo o mundo, para o engajamento das sociedades e organizações na prevenção e na eliminação da violência contra as mulheres e meninas. 

 

Diferente de outros países, onde a campanha tem início no dia 25 de novembro e término no dia 10 de dezembro, no Brasil ela começa no dia 20 de novembro, abraçando também o Dia da Consciência Negra, somando, assim, 21 dias de ativismo pelo fim do racismo e da violência contra as mulheres. 

 

O lema bíblico para este culto nos recorda que a revelação de Deus em Jesus Cristo tem por finalidade última a promoção da vida. Nós cremos e confessamos que Jesus nos traz vida em abundância. 

 

Porque vida abundante é promessa de Deus para todas as pessoas e exclui toda forma de violência, nos reunimos, na presença de Deus, para interceder pela superação da violência contra as mulheres em nossas famílias, em nossa comunidade e em nossa sociedade; para unir nossas vozes contra as situações de violência doméstica, incluindo crianças, pessoas com deficiência e pessoas idosas; para unir nossas vozes e juntar nossas mãos, num testemunho profético e diaconal em favor da vida. 

 

Saudação Trinitária

 

A graça de nosso Senhor, Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam conosco. Amém

 

 Canto: Momento Novo – LCI 605

 

 Confissão dos Pecados

 

Deus nos chama para a vida em comunhão; contudo, nem sempre nossas relações respeitam a ética do amor divino. Em oração, confessemos a Deus os nossos pecados. Oremos:

L. Deus de misericórdia e justiça, que em Jesus Cristo nos acolheste com amor e nos ofertaste a água da vida. Perdoa-nos quando esta vida é violada e desrespeitada por nós.

G1. Perdoa-nos, quando nos submetemos a uma ordem social patriarcal e machista, que naturaliza e banaliza a violência contra as mulheres.

G.2 Perdoa-nos, quando deixamos que a violência adentre os nossos lares e as nossas vidas.

G.1 Perdoa-nos, quando fechamos nossos olhos para a violência contra as mulheres, presente em todos os cantos, em muitos lares, inclusive nas nossas famílias e comunidades.

G.2 Perdoa-nos, quando não nos damos as mãos para nos erguemos em defesa de mulheres, crianças, pessoas com deficiência e pessoas idosas, que sofrem diversas formas de violência, das mais sutis às mais severas que, em muitos casos, levam à morte.

C. Porque tu és o Deus da vida, a ti nos inclinamos e a ti nos entregamos. Recria-nos! Ó Deus da justiça, tem misericórdia de nós. 

 

 Canto: Ó Deus da Justiça – LCI 34

 

 Anúncio da Graça

 

L. Na 1ª Carta de João 1.9, somos lembradas e lembrados que “Ao confessarmos nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.” Deus é fonte de amor e perdão. Se somos perdoadas e perdoados, não é por nosso próprio esforço ou por nossa própria piedade, mas porque nele o perdão foi manifesto incondicionalmente. Ao confessarmos os nossos pecados, não conquistamos nem produzimos o perdão, que só pode vir de Deus. Ao confessarmos, nos apropriamos daquilo que, em Jesus Cristo, já foi feito por nós, incondicionalmente e por todo o sempre. Assim, eu anuncio a você o perdão dos pecados, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (+). Amém.

 

 Canto: Justiça terá por fruto – LCI 261

 

[Neste momento, enquanto se canta, convide as pessoas para saudar-se mutuamente, desejando a paz com justiça umas às outras, uns aos outros].

 

 Kyrie Eleison

 

[Leitura intercalada do Kyrie com a comunidade. Onde há possibilidade, sugerimos projetar imagens para cada motivo de clamor].

 

 L. Comunidade que se sabe perdoada por Deus, não se fecha em si mesma. É comunidade que se importa com a vida ao seu redor, que traz à presença de Deus os clamores do mundo e por Ele se deixa enviar como mensageira da vida que Cristo nos traz. Na certeza de que Deus tem o poder de transformar pessoas e situações violentas em vivências justas e de paz, unimos nossas vozes e, de mãos dadas, clamamos a Deus:

C. Pela realidade silenciosa da violência que experimentamos em nossa vida, diariamente.

L. Pela memória das mulheres que foram assassinadas por causa da violência baseada em gênero.

C. Pelos casos de violência que conhecemos em nossas famílias, vizinhança e comunidade.

L. Pelo sofrimento invisibilizado de crianças, mulheres, pessoas idosas e pessoas com deficiência.

C. Pelas situações que nos geram angústia, medo e nos levam à falta de esperança.

L. Por tudo isso, clamamos.

C. Ó Deus, vem sem demora. Apressa-te com a tua salvação. Ouve quando a ti clamamos, cantando:

 

 Canto: Pelas dores deste mundo, ó Senhor – LCI 56

 

 Glória

 

Porque Deus ouve o clamor do seu povo, estende sobre ele a sua mão de bondade para libertá-lo do jugo da violência e da morte, nós o glorificamos, cantando: glória nas alturas a Deus!

 

Canto: Glória – LCI 72

 

 Oração do Dia

 

Deus de bondade, que cuida de nós tal qual o bom pai e a boa mãe cuidam de suas filhas e filhos. Pedimos em confiança que nossas vidas sejam transformadas pela Tua Palavra e pelo poder do teu Santo Espírito, a fim de vivenciarmos relações marcadas por amor, respeito, igualdade, justiça e paz. Que a tua Palavra seja edificante em todas as áreas do nosso viver, emponderando-nos para o testemunho corajoso de que, em teu Filho Jesus Cristo, tu prometes vida em abundância ao mundo que criaste. Que, ao sairmos daqui, o façamos de mãos dadas, unidas e unidos para atuar neste mundo pela superação de toda forma de violência. Isso é o que te pedimos, em nome do teu Filho Jesus Cristo, que contigo e com teu Santo Espírito vive e reina, agora e sempre. Amém!

  

LITURGIA DA PALAVRA

 Canto: Pela Palavra de Deus – LCI 152

 

 1ª Leitura: Atos 4.29-31

 

 Aclamação do Evangelho

 

A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho. Salmo 119.105

 

 Canto: Aleluia

 

 Leitura do evangelho: Mateus 9.18-26

 

 Pregação

 

 [Impulsos para a pregação]

 

- O texto de Atos 4.29-31 é um pequeno recorte de uma passagem mais longa. Remonta ao início da atuação dos apóstolos no testemunho público de sua fé, pela qual davam também sinais às pessoas necessitadas.

- Na perícope mais ampla, que se inicia no capítulo 3, Pedro e João realizam a cura de um coxo, que pedia dinheiro na porta do templo de Jerusalém. Após a cura e o despertar da fé de mais de 5 mil, como diz o texto, Pedro e João testemunharam sua fé no pátio do templo, e foram interpelados e presos pelas autoridades do templo. Por fim, foram soltos em virtude da pressão do povo que creu ao ouvir sua mensagem e ver os sinais que realizavam.

- O nosso texto é parte do reencontro de João e Pedro com seu grupo, momento no qual oram a Deus para que “estenda sua mão para curar”, para que “milagres e maravilhas sejam feitos”. Esses milagres e maravilhas estão, no contexto das e dos apóstolos, relacionados com o testemunho do Evangelho em sua missão como igreja que prega e vive o Reino anunciado por Jesus.

- O símbolo escolhido para este culto são as mãos. Mãos que podem ser instrumento de violência, como, em muitos casos, de violência contra mulheres, em casos de feminicídio, em casos de violência doméstica contra pessoas com deficiência e pessoas idosas.

- O tema da campanha de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres este ano é Unam-se pelo fim da Violência contra as Mulheres, com especial ênfase na união contra o feminicídio. O Brasil é o país com 5º maior índice de feminicídio no mundo, ou seja, assassinato de mulheres pela sua condição de gênero. Não se trata de violência fortuita, mas, em sua maioria, violência exercida por familiares: pais, padrastos, irmãos, tios, vizinhos etc.

Entendemos que testemunhar o Evangelho hoje é erguer-se e unir-se contra todas as formas de violência. Algo que não se circunscreve apenas a mulheres, mas uma responsabilidade também de homens – e aqui enfatizamos o dia 6 de dezembro, Dia do Laço Branco, mobilização mundial de homens pelo fim da violência contra as mulheres. Uma preocupação de toda a sociedade, portanto, um momento de luta pelos direitos humanos, celebrados no dia 10 de dezembro. Trata-se de um testemunho e do ativismo na defesa pela vida em abundância prometida por Jesus, também, e sobretudo, em sua Igreja. É nossa responsabilidade, como discípulas e discípulos de Jesus, assumirmos a tarefa de atuar pelo fim das diversas formas de violência.

- O texto de atos nos remete ao pedido pela extensão das mãos de Deus sobre seu povo, para dar-lhe a cura e conceder-lhe o Espírito para que, através de seu testemunho e ação diaconal, promova curas e milagres.

- Nós, Igreja de Jesus, temos a incumbência do próprio Deus de sermos no mundo também pessoas que estendem as mãos. Que as estendem para curar, para proteger, mãos abertas que acolhem e cuidam, mãos unidas que dizem “basta!” à violência contra mulheres e ao feminicídio.

- A cura e o milagre, promovidos pelo poder do Espírito Santo concedido à igreja, no contexto desses 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, são a transformação da realidade de violência que reside por vezes em nossos lares e que é uma verdadeira epidemia, que gera dor, sofrimento e morte na nossa sociedade, quando não, às vezes, em nossas famílias e comunidades.

- Neste dia, sugere-se que as comunidades estendam também suas mãos, porque o Trino Deus já estendeu e estende permanentemente suas mãos sobre nós, nos oportunizando a cura e o milagre da transformação das vidas, pelo poder do Espírito Santo.

- Nesse sentido, esta mensagem pode focar no convite ao corajoso testemunho e diaconia pública, cheia de amor e de poder transformador, por parte das comunidades e das pessoas cristãs individualmente, somando-se aos esforços da sociedade civil organizada, dos movimentos sociais e de diversas igrejas que visam a atuar conjuntamente para o fim da violência contra mulheres, crianças, pessoas com deficiência e pessoas idosas.

- O Evangelho sugerido para este dia enfatiza, na prática, o exemplo de vida de Jesus, que se preocupa e age em favor das mulheres e meninas que sofrem, que são marginalizadas e invisibilizadas pela sociedade patriarcal em que ele vivia. Uma oportunidade de enfatizar suas mãos que se estendem sobre as mulheres, dando-lhes a cura e o milagre da vida em abundância por ele prometida.

 Confissão de fé Credo Apostólico

 

 Avisos e anúncio das ofertas

 

[Sugere-se a observação do plano de ofertas nacional da IECLB e, quando possível, a destinação de oferta a entidades que trabalham com mulheres que são vítimas de violência].

 

 Canto: Unidos, Unidas – LCI 560

 

DINÂMICA – MÃOS UNIDAS

1)     Este é o momento de apresentar o cartaz confeccionado anteriormente, nos grupos que utilizaram a proposta de dinâmica de estudo, anexa no final desta liturgia. Sugerimos incluir na oração geral as frases, palavras e situações evidenciadas no cartaz e nos recortes de contornos de mãos como motivos de gratidão, intercessão. Informe à comunidade sobre o processo de elaboração do material apresentado e quais grupos trabalharam o tema. Os cartazes ou recortes dos contornos de mãos podem ser fixados em local visível à comunidade reunida. Também podem ser colocados ao pé da cruz ou sobre a mesa eucarística. Outra sugestão é pedir, previamente, para algumas pessoas se colocarem diante da comunidade, segurando os cartazes e contornos de mãos e apresentá-los.

 2) Caso o estudo do tema não tenha sido realizado anteriormente, com nenhum grupo da comunidade, sugerimos entregar um contorno de mãos, previamente recortado, para cada família, casal ou pessoa presente no culto. Disponibilizar canetas e pedir que escrevam uma palavra que expresse gratidão ou motivo de intercessão sobre o contexto que envolve ações de superação e a realidade de violência contra a mulher. Em seguida, convidar para que coloquem os recortes ao pé da cruz ou sobre a mesa do altar, com a seguinte motivação:

 

Na certeza de que Deus pode e quer transformar situações e pessoas, confiamos nossos motivos de gratidão e intercessão a Ele. Unamos nossas mãos em oração ao Deus da vida pelo fim de toda forma de violência.

 

Oração Geral da Igreja

Oremos,

Deus de bondade, que em Jesus Cristo manifestaste amor pelo mundo. Pelo Espírito Santo nos fortaleces e animas a lutar por um mundo sem violências, para que todas as pessoas tenham vida em abundância. Coloca tua mão sobre o mundo, transforma-nos e fortalece-nos na busca pela superação da violência contra as mulheres, meninas e meninos, contra pessoas com deficiência e pessoas idosas. Por isso, oramos:

 

Canto: Ouve nossa oração e atende a nossa súplica – LCI 196

 

 Deus da justiça, agradecemos pelas mãos que se unem em defesa da vida contra a violência. Agradecemos por... (citar os motivos que foram apresentados no cartaz e nos recortes de contorno de mãos). Intercedemos pelas situações que ainda carecem de transformação... (citar os motivos de intercessão apresentados no cartaz e contorno de mãos). Por isso, oramos:

 

Canto: Ouve nossa oração e atende a nossa súplica – LCI 196

 

Intercedemos, Deus de amor, por esta comunidade, pelas famílias que aqui frequentam, pelas pessoas que conhecemos e amamos e que passam pela situação degradante da violência. Olha com bondade cada situação, para que possam sentir tua mão curadora e libertadora. Que a tua Ruah, a força do Santo Espírito, as envolva em sabedoria e resiliência e nos dê coragem para sermos agentes de transformação neste mundo. Por isso, oramos...

 

Canto: Ouve nossa oração e atende a nossa súplica – LCI 196

 

Intercedemos por tua Igreja no mundo, para que resista a toda forma de violência e injustiça. Que nela e por meio dela pessoas possam unir as mãos para acolher quem sofre de violência baseada em gênero, raça, etnia, orientação sexual, classe social. Por isso, oramos...

 

Canto: Ouve nossa oração e atende a nossa súplica – LCI 196

 

Oramos pelas autoridades que dirigem cidades, estados, País, para que governem com honestidade, justiça e transparência, tendo em vista o bem-estar de toda a população. Intercedemos por políticas públicas que garantam uma vida livre de violências e de opressão a todas as mulheres. Por isso, oramos...

 

Canto: Ouve nossa oração e atende a nossa súplica – LCI 196

 

Muito mais trazemos em nosso coração e em silêncio colocamos diante de Ti, quando, de mãos dadas, nos unimos e oramos como Jesus Cristo nos ensinou:

Pai-Nosso

  

LITURGIA DE SAÍDA

Bênção

 

Que a mão do Deus, criador da vida, se estenda sobre Ti, para te proteger e curar,

Que o amor do Deus, revelado em Jesus Cristo, seja abundante em tua vida,

Que o poder agregador e santificador de Deus, atuante pelo Espírito Santo, a Ruah divina, esteja sobre ti e permaneça contigo.

 (+). Amém

 

 Envio

Abençoadas e abençoados por Deus, sigamos de mãos dadas, para testemunhar com coragem e perseverança a paz que vem de Deus.

C. Demos graças, a Deus!

 

 Pósludio

 Proposta de liturgia elaborada pela Pastora Soliana Schneider e pelo Pastor Dr. Felipe Gustavo Koch Buttelli, ambos atuantes na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Goiânia – IECLB.

 

Organização

Coordenação de Gênero, Gerações e Etnias

Secretaria de Ação Comunitária 


 

 
 
 

MATERIAL

 

Uma folha A4 (cores variadas) para cada participante

Canetas e tesouras em número suficiente para compartilhar nos grupos

 

 Oração inicial

 

 Canto: Momento Novo – LCI 605

 

 Impulso para a reflexão

 

Para começarmos a falar de violência contra a mulher, partimos da informação de que cerca de 40% das denúncias feitas nos órgãos especializados são realizadas por mulheres que se denominam evangélicas. Provavelmente, o número de mulheres e meninas que sofrem com a violência doméstica é muito maior, pois muitas não denunciam por medo ou por vergonha da comunidade religiosa em que vivem, e, quando buscam ajuda, muitas vezes escutam que devem orar para que tudo se resolva. Porém, o que temos visto e ouvido são mulheres sofrendo com relacionamentos abusivos e violentos. Com frequência, vemos casos culminarem em feminicídios, deixando toda a sociedade estarrecida.

 

O Brasil é o 5º país com maior número de feminicídios no mundo, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. De acordo com a Lei 13.104/2015, o feminicídio é caracterizado como um crime de homicídio praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, quando o crime envolve violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

 

Como pessoas cristãs, é importante compreender que onde Cristo verdadeiramente habita não há violência. Em casas onde a violência é presente, não só as mulheres são afetadas pela violência, mas os filhos e as filhas também. Dos meninos que sofrem ou assistem à violência em casa, muitos podem vir a se tornar potenciais agressores, e as meninas, por sua vez, podem achar que é normal sofrer qualquer tipo de agressão e repetir essa situação quando adultas.

 

 Enquanto pessoas cristãs, somos chamadas e chamados a romper com o silêncio que sustenta a violência doméstica, clamando pelas mulheres e crianças que não conseguem expressar sua dor, acolhendo as que buscam ajuda. Homens e mulheres precisam se unir pela superação da violência contra as mulheres. Como está escrito em Atos 4.29b-30, “Dá aos teus servos confiança para anunciarem corajosamente a tua palavra. Estende a mão para curar, a fim de que, por meio do poder do nome do teu dedicado Servo Jesus, milagres e maravilhas sejam feitos”.

 

 O feminicídio não é o primeiro ato de violência, e sim, o último. Sabe-se que o feminicídio vem precedido de outras violências. Geralmente por um comportamento mais sutil, às vezes camuflado como um gesto de amor ou cuidado excessivo. Por isso, conhecer o ciclo da violência e entender seu funcionamento para identificar o grau de perigo no qual a mulher se encontra é fundamental para poder ajudar ou buscar ajuda e criar estratégias de enfrentamento. Para saber mais sobre esse tema, acesse o link e baixe o material https://fld.com.br/publicacao/nem-tao-doce-lar-uma-vida-sem-violencia-e-um-direito-humano/

 

 Leitura e Diálogo sobre o texto de Atos 4.29-31

 

Perguntas motivadoras

 

1)     Este texto corresponde a uma oração que Pedro e João recitaram num contexto de perseguição e de ameaça às apóstolas e apóstolos que pregavam o Evangelho de Jesus Cristo e realizavam sinais em seu nome. Quais são as ameaças e censuras que sofremos hoje quando denunciamos a violência contra as mulheres?

 

 2)     No versículo 30, os apóstolos oram pela imposição das mãos de Deus, para que possa haver cura e milagres. Onde podemos clamar pela imposição das mãos de Deus em nosso contexto de violência? Como podemos estender nossas mãos e onde essas mãos estão sendo impostas sobre a realidade da violência contra as mulheres em nosso contexto de vida, gerando cura e libertação?

 

 Reflexão em grupos

 

 Primeiro momento

 

Em pequenos grupos, refletir sobre como a violência contra as mulheres acontece. Dar exemplos, desde os comportamentos mais sutis do início do ciclo da violência até as atitudes que levam ao feminicídio. Aqui, é importante compartilhar as diferentes formas de violência doméstica estabelecidas pela Lei Maria da Penha (11.340/2006): violência física; violência psicológica; violência sexual; violência patrimonial; e violência moral.

 

 Segundo momento

Conversar sobre estratégias de enfrentamento da violência contra a mulher. A fé cristã nos chama a defender a vida e a superar relações de violência e opressão. Enquanto mulheres e homens, o que é possível fazer para prevenir e superar a violência contra mulheres na família, na comunidade e na sociedade?

 

 Terceiro momento

Disponibilizar para cada grupo tesouras, canetas e uma folha (podem ser de cores diversas). Cada pessoa desenha o contorno de sua mão sobre a folha e depois recorta. Dentro do contorno da mão, escreve uma palavra que expresse gratidão ou motivo de intercessão na busca pela superação da violência contra a mulher. Essa palavra pode estar relacionada à reflexão feita no grupo.

 

Plenária:

Cada grupo terá oportunidade de compartilhar algo a respeito da sua reflexão. Ao final, cada pessoa coloca o contorno da sua mão no centro do círculo, no chão ou sobre uma mesa. As mãos, colocadas lado a lado, formam um círculo. A pessoa poderá dizer se a palavra que escolheu remete a motivos de gratidão ou intercessão.  

 

 OBS. É importante que cada pessoa tenha a liberdade de falar ou silenciar. Fale sobre a importância do respeito e compromisso em relação ao que está sendo confiado naquele momento. Firme um compromisso de sigilo no grupo, especialmente se surgirem manifestações de pessoas que sofrem violência. Caso isso aconteça, a prioridade deverá ser o acolhimento e os devidos encaminhamentos.

 

Por fim, pergunte ao grupo se está de acordo que os recortes do contorno das mãos com os motivos de oração sejam compartilhados no culto comunitário.

 

 Oração final

 

Finalizar o encontro com uma oração, incluindo os motivos de gratidão e intercessão indicados pelo grupo.

 

 Canto: Justiça terá por fruto – LCI 261

 

 Elaboração: Pastora Voluntária Soliana Schneider e Pastor Dr. Felipe Gustavo Koch Buttelli, ambos atuantes na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Goiânia – IECLB

 

 

Organização

Coordenação de Gênero, Gerações e Etnias

Secretaria de Ação Comunitária


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Quando eu sofro, eu não sofro sozinho. Comigo sofrem Cristo e todos os cristãos. Assim, outros carregam a minha carga e a sua força é também a minha força.
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