Prédica: 1 Pedro 2.13-17
Autor: Richard Wangen
Data Litúrgica: Dia da Independência
Proclamar Libertação - Volume: I
Tema: Dia da Independência
I - Introdução
Fazer exegese de um texto apresenta um problema em relação ao texto em si, contexto, lugar vivencial e crítica de formas. Fazer exegese em vista de uma situação ou ocasião determinada apresenta outro problema, pois logo existe uma moldura diferente que determinará a interpretação do texto e, concomitantemente, um condicionamento do intérprete, o que também determinara o sentido do texto para aquela ocasião. Tudo isto influi, em última análise, sobre o desfecho final de um texto, que é a prédica. Levanto o problema porque a tarefa de que fui incumbido é pesquisar e meditar sobre um texto designado para 7 de setembro, semana da pátria. Em si o assunto já é bastante delicado. Segundo Paul Tillich, a fé poderia ser distorcida quando uma coisa finita ¨reivindica infinitude para si¨1 Isto acontece com maior facilidade com as pessoas quando empregam o símbolo que chamamos nação. ¨O delírio nacionalista pode gerar um estado em que o sujeito é quase tragado pelo objeto¨2 Consciente deste dilema, o autor navega por águas turbulentas com o leitor, oscilando entre dois pólos. Fortes paixões atraem o pregador para ambos os lados, conforme a tomada de posição dele. Por conseguinte, seria desonesto não alertar o leitor para esse perigo.
1 Pedro é, sem dúvida, uma obra pseudônima3 . Ela não tem destinatário determinado. É, antes, uma circular dirigida aos cristãos dispersos em pequenas comunidades da Ásia Menor. Essas comunidades constituíam uma percentagem pequena numa população cuja maioria era pagã. A área toda estava sob a dominação do governo romano.
A epístola em si parece ser uma homilia, sobretudo parenética, endereçada a cristãos novos (ou catecúmenos) a respeito de sua relação com a comunidade secular. Conforme o conteúdo, os destinatários desta epístola passaram por sofrimentos. Alguns comentaristas utilizam esses indícios de sofrimento como recurso para datar a carta. Embora haja dificuldades em precisar a data, a maioria dos pesquisadores situa a composição durante uma das grandes perseguições do governo romano. Isto poderia ter sido durante o governo de Nero (60-65), de Domiciano (81-96) ou de Trajano (98-117)4. Devido ao conteúdo de 1 Pe 4.12-5.11 a data 98-117 parece ser mais provável, pois durante esse tempo houve a primeira perseguição sistemática aos cristãos, isto é, cristãos como tais, e não como uma seita judaica5. No entanto, os sofrimentos também poderiam ser consequência de um pogrom local6. Essas datas são importantes para a consideração exegética na comparação com Rm 13.1-7, já que ambos os textos pertencem a mesma tradição catequética7.
No caso do apóstolo Paulo e especialmente no autor do evangelho de Lucas é possível constatar uma forte preocupação no sentido de demonstrar, partindo do evangelho, uma lealdade possível e até obrigatória, que corresponde ao reconhecimento da fé cristã como ¨religio licita¨8 . O famoso texto de Paulo em Rm 13.1-7 trata desse relacionamento com o estado romano duma forma básica.
Contudo, quando a carta de l Pedro foi enviada às comunidades, a situação tinha mudado. No tempo de Paulo havia uma lealdade incluída na catequese dos cristãos, pois ainda não havia, nos decretos romanos, algo que comprometesse a consciência cristã. Agora o culto a César, imperador romano, tinha assumido proporções tais que ameaçava a vida do cristão que não levasse a sério o decreto. Esta nova situação é espelhada de uma maneira mais sutil, mas clara, no texto de 1 Pe 2.13-17. Já que a epístola é uma homilia, é difícil extrair um trecho sem relacioná-lo com o seu contexto.
Passamos a considerar os dois textos, Rm 13.1-7 e 1 Pe 2.13-17, apontando a modificação da tradição manifesta na 1a. epístola de Pedro9.
No texto de Romanos, que contém instruções para o relacionamento dos cristãos com o Estado, destacam-se os seguintes pontos: em primeiro lugar, fala-se de exusiais - poderes soberanos que receberam sua existência de Deus (13.1). Quem se opõe a essas autoridades opõe-se à ordem de Deus (13.2). Quem faz o bem, não tem razão de temer essas autoridades (13.3), pois elas receberam sua existência com o fim de agir contra o mal (13.4). Os magistrados são ministros de Deus (13.4-6). Os cristãos devem sujeitar-se a eles (13,0, porque é necessário por obrigação de consciência (13.5): Dai a todos o que lhes é devido: tributo a quem compete tributo, imposto a quem compete imposto, temor a quem compete temor, honra a quem compete honra (13,7).
As linhas básicas deste texto foram usadas na 1a epístola de Pedro, porém a ênfase foi modificada de acordo com a nova situação.
Quando se fala em autoridade, o texto usa anthrõpinë ktisei - criação humana. Onde esta autoridade quer arrogar para si poder divino, o cristão é lembrado de que esses poderes, embora respeitáveis, são criações, e a sujeição radical deve-se ao Deus Criador. Em todo o caso, Estado e império são aqui demitizados, e isso justamente numa situação caracterizada por uma crescente tendência de superexaltacão religiosa do poder estatal10. Nesta epístola todas as autoridades são relativizadas com ho kyrios - o Senhor. Também as autoridades estão colocadas numa escala de valores, são mais precisamente denominadas do que em Rm 13, porque todas são criações humanas. Pela prática do bem (agathopoiein), os cristãos devem fazer calar os boatos sobre eles. A parênese alcança seu auge em 2.16 - como livres (hós eleutheroi) - hós theou douloi, os cristãos são escravos de Deus e pertencem a ele somente - não são, portanto, escravos de homens - e são responsáveis unicamente para com Deus, mas devem autenticar sua fé cristã praticando o bem. Se não fizessem o bem, os cristãos estariam agindo contra Cristo e abusando da liberdade por ele outorgada. Além disso, frente à perseguição iminente, a prática do bem poderia eventualmente desviar a truculência dos opressores. Mas, mesmo que isto não acontecesse, sofrimento sem culpa ainda tem sentido para o cristão, pois Cristo tomou este caminho e permanece vitorioso na ressurreição (3.18-22). Os versículos que concluem este trecho são precisos e põem todo o relacionamento do cristão com a comunidade no seu devido lugar. Respeitai a todos, amai aos irmãos - nota-se aqui que não é dito que eles devem ser amados por todo o mundo, mas pelos irmãos. Ton theon fobeiste, ton basilea timate - mais uma vez a escala é obedecida. Temei a Deus, honrai o rei: honra e estima para a autoridade criada, mas somente a Deus deve-se temer.
Em confronto com a situação histórica e com o texto de Rm chegamos a compreender o valor e a acuidade do texto de l Pe. A comparação entre os dois textos demonstra tanto a continuidade como desenvolvimento. Para ver mais nitidamente a linha mestra desta reflexão, colocaremos a seguir os pontos chave:11
1. 1 Pe não contém nenhuma instrução ética que comprometesse o cristão com o status quo, pois isto seria contrário a sua proclamação básica sobre a esperança em Cristo e a descrição do cristão como peregrino.
2. O governo do império romano e a ordem monárquica não são projetados como modelo político (como analogia para o Reino de Cristo); mas como criação humana, são relativizados frente a Cristo.
3. A irmandade (2.17; 5.9) é colocada como dádiva e exigência da comunidade, mas não como ordem política. Conforme a carta, a irmandade baseia-se na dádiva do evangelho e na fé pela qual o cristão aceita essa dádiva.
4. A comunidade cristã atua na sociedade por meio de seu testemunho em palavra e ação (2.9). Desta maneira, ela afeta também a ordem política. O caminho dessa atuação está marcado pelos passos de Cristo: fé, verdade, amor, sofrimento, que devem ser autenticados na ordem política concreta.
5. Portanto, abstenção da vida política torna-se uma impossibilidade tanto para a comunidade cristã como para o indivíduo. Recuo espontâneo frente à sociedade seria desobediência contra a incumbência dada por Cristo.
6. Cabe ao cristão preocupar-se em viver na sociedade e em viver em paz com as estruturas de poder. Esta preocupação serve tanto para espalhar o evangelho como para construir a sociedade. Por causa do Senhor o cristão deve sujeitar-se as instituições humanas.
7. O poder mundano é relativizado no texto - o cristão é forasteiro e guarda, portanto, distância, mas ao mesmo tempo também é solidário na sociedade.
Escopo: O cidadão cristão deve viver como pessoa livre, o que significa que ele está livre para envolver-se em sofrimento ativo em prol do outro, como servo de Deus.
II - Meditação
A meditação sobre o texto gira em torno de dois fatores: 1) a utilização de uma tradição catequética expressa em Rm 13.1-7 e 1 Pe 2.13-17 e sua modificação de ênfase diante de duas situações histórico-contextuais diferentes; 2) a consideração prática do bem (agathopoiein) perante a legalidade e as normas comuns de cidadania atual.
1) A problemática geralmente demonstrada no tocante às relações Estado-igreja parte de um desejo característico do homem, o de ter seus limites éticos claramente demarcados - o que posso e o que não posso fazer. Para evangélicos, contudo, esse delineamento não pode ser traçado, a não ser em linhas gerais. A formulação evangélica para determinadas situações e contextos permanece dinâmica e viva, nunca legalista. Este aspecto se vê novamente como resultado da pesquisa do texto em pauta. Infelizmente essa dinâmica evangélica não é tão evidente na atuação da igreja na história, e a exegese de 1 Pe 2.13-17 nem sempre revelou essa dinâmica. Sem considerar duas situações históricas nitidamente diferentes, e, portanto, duas interpretações desta tradição catequética,em quase todos os trabalhos sobre a posição do cristão para com o Estado se interpreta praticamente só Rm 13. Esse relacionamento resume-se, então, a uma série de princípios imutáveis. Não há duvida de que o autor de 1 Pe se apoiou fortemente no texto de Rm. Esta dependência seguramente modelou as relações Estado-igreja já cedo em sua história. Podemos até levantar a pergunta sobre a influência que esses textos provavelmente tiveram na legalização da igreja cristã no império romano sob o reinado de Constantino.
Todavia, a comparação acima colocada entre os dois textos ilumina de uma maneira diferente a possível interpretação do nosso texto e expressa a dinâmica evangélica adequada a nova situação em que a igreja se achava. Hermeneuticamente, este fator demonstra como já dentro das próprias Escrituras havia reformulações de linhas mestras que orientavam a vida do cristão no seu contexto social. Embora não seja possível precisar com exatidão a data da composição da epístola, é claramente evidente que as comunidades cristãs estavam sofrendo, e a parênese levou a sério esse sofrimento, advertindo os crentes sobre o perigo de idolatria que a nova situação apresentava (culto exigido ao imperador). O texto deixa bem claro que o importante é o senhorio de Jesus Cristo sobre pase anthrõpine ktisei.
Nem o rei nem os governadores podiam arrogar para si o lugar deste único Senhor! A nova conjuntura em que os súditos romanos foram obrigados a prestar culto ao imperador como sinal de fidelidade levou os cristãos a uma verdadeira situação revolucionária. A prioridade do senhorio de Cristo forçou uma decisão. Como diz Jacques Ellul: Este senhorio é o elemento objetivo da situação cristã revolucionária, assim como a esperança é seu elemento subjetivo, e somente isto nos permite assumir nossas diferentes posições políticas em nossos sucessivos julgamentos dos problemas concretos da política e da economia”.
Homileticamente falando, convém frisar dois pontos quanto a esta parte:
a) Idolatria permanece um dos maiores problemas do mundo, não obstante vivermos em pleno século XX. Mt 6.2 coloca o problema em palavras simples: Porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. Todos nós, nos dias de hoje, sofremos mais do que nunca a influência de uma propaganda sutilmente dirigida com o fim de aliciar discípulos. Este fator torne-se mais forte onde há controle unilateral dos meios de comunicação ou onde há censura, especialmente quando há falta de notícias e comentários de diversas fontes que poderiam equilibrar as informações.
A nação torna-se com facilidade o centro da nossa existência e assume sutilmente um papel prioritário na nossa lealdade. Nos Estados Unidos é costume colocar duas bandeiras no coro da igreja. Uma é a bandeira nacional e a outra a bandeira cristã. Se fosse tirada a bandeira nacional, na maioria dos casos haveria mais alvoroço na comunidade do que se o mesmo acontecesse com a bandeira cristã. Os destinatários desta epístola foram lembrados do perigo desta idolatria nacionalista. No v 11 eles são advertidos: Vós sois paroikous kai parepidêmous. Nós somos cidadãos do céu, disse Paulo (Fl 3.20). A distância recomendada pela identidade cristã dá-nos ampla perspectiva para sermos bons patriotas, no melhor sentido da palavra, porque o nosso amor e honra pelo país seriam dia ton kyrion, por amor ao Senhor.
b) Mesmo correndo o risco de repisar chão batido, gostaria novamente de levantar e salientar a mudança de tradição catequética da igreja primitiva (Rm até l Pe) frente a novas situações hodiernas. Tendemos a legalizar a parênese bíblica em termos de regras e leis. A casuística é sempre mais fácil do que uma decisão perante uma nova situação. O que é significante na minha própria comunidade hoje, perante um programa da semana da pátria que merece uma nova decisão face ao evangelho de Jesus Cristo? Ousemos, com as diretrizes esboçadas na parte que segue e com a criatividade motivada pelo Espírito Santo, refletir esta realidade na prédica ou nos estudos com os membros da nossa comunidade. Qual é a diferença hoje em dia frente ao fato de que cristãos e membros da nossa comunidade fazem parte dessa instituição (criação) que constitui o governo? Qual é a responsabilidade dessas pessoas dia ton kyrion (por causa do Senhor) perante a comunidade secular? Qual deve ser o agathopoiein, a prática do bem, dessas pessoas?
2) A prática do bem (agathopoiein)
Entre cristãos, o assunto mais falado, mas talvez menos conhecido, é o da prática do bem. Seria difícil encontrar uma pessoa de qualquer classe, elite ou pobre, que negasse a importância de praticar o bem. Até mesmo malandros e criminosos concordariam que não há virtude mais importante para a pessoa humana do que praticar o bem. Contudo, em geral, a maioria das pessoas para de perguntar adiante. O que é fazer o bem? Às vezes imaginamos uma patrulha de escoteiros fazendo sua boa ação diária. Mas qual é o padrão para fazer o bem? As leis dos escoteiros? Os dez mandamentos? O ponto paradoxal deste assunto é que apesar de afirmar a importância de praticar o bem, poucas pessoas compreendem o perigo e a coragem necessária para de fato fazer o bem. A meu ver, subentendemos padrões de ação não baseados nas Escrituras, mas num conceito da sociedade, baseada, na maioria das vezes, na lei do estado. Identificamos irrefletidamente o maior bem com aqueles preceitos comuns ditados por uma sociedade que visa coibir maiores distúrbios nas praças públicas. Se alguém foi levado ao cárcere, o que pensamos? O sujeito praticou o mal. Mas por que a pessoa não poderia ser encarcerada pela prática do bem? Impossível, você diz. Por que encara a lei do Estado como regra última? Às vezes achamos uma sombra de idolatria escondida atrás dum julgamento de valor.
Como é que vamos encarar seriamente uma série de encarceramentos na Bíblia? Não podemos dizer que foi devido a um Estado primitivo em que a justiça ainda não era considerada. Vamos deixar uma coisa bem clara: O império romano dos primeiros anos da era cristã era uma das instituições mais estáveis, liberais e humanas da história (incluindo nosso próprio século). Esse foi o período da ‘pax romana’ , a paz de Roma, quando, devido a uma atitude surpreendentemente tolerante e liberal para com os povos que lhe estavam sujeitos, o império romano existiu numa paz quase total por muitas décadas. A lei romana, com a qual os cristãos estavam se envolvendo continuamente, é um dos melhores produtos do intelecto humano, o modelo e fundamento da maioria das leis do mundo ocidental de hoje”.
O que diremos então? Que aquela série de pessoas encarceradas que encontramos no livro dos Atos foram para o xadrez porque praticaram o mal? Vejamos só: Pedro e João são presos no cap 4, novamente presos e açoitados no cap 5; Estevão é preso e apedrejado até a morte nos cap 6 e 7; seguem-se muitas prisões e encarceramentos no cap 8. Tiago e Pedro são presos no cap 12 e Tiago é executado. Paulo e Silas são presos no cap 16, e novamente no cap 17- O mesmo acontece de novo com Paulo em 18. E assim continua: prisões, julgamentos, espancamentos, encarceramentos, uma longa luta com a lei. Muitas das epístolas do Novo Testamento foram escritas de celas de prisões, enquanto que o livro do Apocalipse foi a obra de um prisioneiro cristão nas minas de sal da ilha de Patmos.
É chocante confrontarmo-nos com o nosso próprio modo de pensar. Com que facilidade chamamos outras pessoas de criminosos? O nosso Senhor Jesus foi crucificado - como criminoso. Nós sabemos que ele praticou o bem. Qual foi o bem que ele praticou? O testemunho de Lucas cita Jesus na sinagoga lendo do livro de Isaias: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos e apregoar o ano aceitável do Senhor (Lc 4,l8s). A lista dos cristãos que sofreram pela prática do bem é longa, e continua até o presente momento. Inclui pessoas como Dietrich Bonhoeffer e Martin Luther King. Mas esta lista chega muito mais perto de casa. Sabemos que inúmeros cristãos brasileiros sofreram e estão sofrendo por causa da prática do bem (agathopoiein].
O fulcro do testemunho da 1a epístola de Pedro não acha seu ponto central em hypotassesthai (sujeitar-se), mas em agathopoiein (praticar o bem).
A prática do bem testemunhada pelo autor da carta transcende as leis do Estado, transcende as normas comuns, que, no final das contas, apenas visam a sobrevivência de cada um (e nem isto), numa sociedade que precisa disto para continuar sua própria existência institucional (anthropine ktisei). Em contraste, o cidadão cristão, pela prática do bem, promove a vida do outro. Ele está livre para fazer isso porque é doulos tou theou (escravo de Deus), e de nenhum outro. Logicamente, o desfecho disto é sofrimento (a cruz), que está incluído na liberdade cristã.
Qual e então a mensagem de boa nova neste trecho? Digo que é a esperança que o cristão tem em direção ao novo mundo. Confiando nas obras de Cristo, sua morte e ressurreição, alegrai-vos na medida em que sois participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também na revelação de sua glória vos alegreis exultando (4.13).
A comunidade cristã, como sinal do Reino de Deus no mundo, leva a sério sua cidadania neste mundo. Portanto, a prédica também precisa furar qualquer chauvinismo que quer promover a salvação pelo falso patriotismo (idolatria à nação) e precisa enfatizar o verdadeiro testemunho pela prática do bem. Lembramos o texto de Isaías 8.11-13: Porque assim o Senhor me disse, tendo forte a mão sobre mim, e me advertiu que não andasse pelo caminho deste povo, dizendo: Não chameis conjuração a tudo quanto este povo chama de conjuração; não temais o que ele teme, nem tomeis isso por temível. Ao Senhor dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o vosso temor, seja ele o vosso espanto.
Notas:
1. Paul Tillich, Dinâmica da Fé, pág 12;
2. Ibid;
3. Gerhard Barth, A Primeira Epístola de Pedro, pág 12;
4. Karl Philipps, Kirche in der Gesellschaft nach dem ersten Petrusbrief, pág 12;
5. Norman Perrin, The New Testament, an Introduction, pág 257;
6.The Interpreter's Dictionary of the Bíble, vol K-Q, pág 762;
7. Gerhard Barth, Op Cit, pág 62;
8. Karl Philipps, Op Cit, pág 29;
9. Apresento aqui um resumo de Karl Philipps op cit cujos argumentos considero claros, lógicos e coerentes;
10. Karl Philipps, Op Cit, pág 31;
11. Karl Philipps, Op Cit, pág 33.
III- Bibliografia
- BARTH, Gerhard. A Primeira Epístola de Pedro. São Leopoldo, 1967.
- BUTTRICK, George A. (Redator Chefe). The Interpreter's Dictionary of the Bible, vol K-Q. Nashville, 1962.
- ELLUL, Jacques. The Presence of the Kingdom. Nova York, 1967.
- MOFFAT, James. The General Epistles . 7a. ed. Londres, 1953.
- PERRIN, Norman. The New Testament, an Introduction. Nova York, 1974.
- PHILIPPS, Karl. Kirche in der Gesellschaft nach dem ersten Petrusbrief. Augsburg, 1971.
- SCHLATTER, Adolf. Die Briefe des Petrus, Judas, Ja-kobus, der Brief an die Hebraeer. Berlim, 1953.
- SCHWEIZER, Eduard. Der erste Petrusbrief. Zuercher Bibelkommentare, Zurique,1972.
- TILLICH, Paul. Dinâmica da Fé. São Leopoldo, 1974.
Proclamar Libertação 1
Editora Sinodal e Escola Superior de Teologia