
Sou o Missão Criança:
um programa de educação cristã a partir do batismo
Toda vez que eu ouço esse canto, lembro-me da minha infância. Que fase bonita! O sono embalado por canções de amor e fé, as orações de mesa, as brincadeiras no salão da igreja, os cartões que vinham com o meu nome. Tudo isso fez diferença na minha vida!
E, dia após dia, um livro especial me acompanha:
Nesta ordem está o sentido da minha vida.
Sou o Missão Criança: um programa de educação cristã a partir do batismo. Mesmo com esse nome longo e pomposo, sou simples e valorizo as coisas simples. Talvez por isso a maioria das pessoas me chama de “Missão Criança” ou, simplesmente, MC.
Gosto muito de me relacionar com as pessoas e ajudá-las a viver com fé, esperança e amor. E viver a fé em conjunto é muito melhor do que sozinho ou sozinha! Em comunidade, a história de cada pessoa se encaixa uma na outra, como num quebra-cabeça. E todas as pessoas podem ajudar de alguma forma: orando por uma criança e sua família, confeccionando a lembrança de um culto de aniversário de batismo, cozinhando num encontro com as famílias ou mesmo doando dinheiro para os materiais.
Converso com pessoas de todas as idades, mas eu adoro em especial as crianças. Podem ser as mais bebezinhas, elas inspiram o que há de melhor em mim. Batizar alguém é uma grande responsabilidade, por que o batismo não acaba com o término do culto, mas continua por toda a vida e também na morte. O mais incrível é que, ao ajudar outra pessoa a viver o seu batismo, a gente vive o nosso batismo também.
Nasci em abril de 1993, em Blumenau/SC, mas, hoje, sou alguém do Brasil ou, até mesmo, do mundo. Estou presente na maioria dos Sínodos da IECLB e em várias regiões do país. Também estou na Alemanha e soube que outros países me observam com atenção. Fico até um pouco ansioso ao pensar em tudo o que ainda poderei viver.
Como eu me adapto a tantas realidades diferentes? Acho que tá no sangue! Minha família tem muitas origens. Uma parte é do sul do Paraná. Culto de quatro anos de batismo, convite para padrinhos e madrinhas de oração, encontros com mães, pais, madrinhas e padrinhos, tradução do “Meu livro de Deus” vieram de lá. Eles foram para Blumenau por meio da missionária Inger Oybekk. Hoje temos pouco contato, mas muito do que faço é resultado do trabalho que ela organizou.
Este talvez seja outro ponto que faz eu me adaptar a lugares maiores, menores, de contexto urbano ou rural, com ou sem internet: fui criado por várias pessoas, na verdade, por uma comissão: a Comissão-Batismo! Ela tinha a tarefa de analisar a prática do batismo nas paróquias do Distrito de Blumenau e pensar como as comunidades poderiam fazer para manter o contato com a família a partir do batismo do seu filho ou da sua filha. Está vendo?
Eu não nasci por acaso!
Não foi uma gestação fácil. A expectativa era grande, as pessoas eram poucas e os recursos financeiros inexistiam. Foi preciso muito trabalho e muita conversa. Com o país em crise financeira, seu ex-presidente recentemente impeachmado e às vésperas de um plebiscito para decidir se o Brasil continuaria sendo república ou voltaria à monarquia, o Concílio Distrital reafirmou seu compromisso com o batismo e eu nasci. Vivi meus primeiros anos em Blumenau. Mesmo co tanta conversa, recebi e ainda recebo muitos olhares desconfiados. Até hoje escuto: