Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. 1 Coríntios 15.19
Conta-se que num país das Américas uma menininha escreveu ao presidente. Por algum descuido do secretário, a cartinha da criança foi parar na mesa desse presidente. Em sua ingenuidade, ela pedia que, quando fosse à sua cidade, ele a visitasse. O endereço estava anotado no final. Alguns meses depois aconteceu uma visita presidencial justamente à cidade em que a menininha residia. Depois do roteiro oficial, para surpresa da segurança, o presidente pediu que o levassem ao endereço da menina. Quando lá chegaram, o próprio presidente fez questão de bater à porta. Atendeu o pai, barbudo, todo sujo de graxa, com uma enorme chave de fenda na mão e um charuto fumegante atravessado nos lábios. “O que o senhor deseja?”, pergunta ao ilustre visitante. Quando este se apresenta, o homem quase desmaia de susto.
Agora, imagine se a visita tivesse sido anunciada. Certamente todo o clima na casa da menina seria diferente. Estariam esperando a visita presidencial e se preparando para ela. Poderíamos dizer que o foco de sua vida seria diferente.
Essa é a razão pela qual precisamos aprender da esperança que a palavra de Deus nos anuncia. Por ela, aprendemos sobre a vida e o ministério de Cristo, mas também que ele voltará; aprendemos que Deus promete novos céus e nova terra em que reina a justiça. Com isso, somos animados a uma atitude ativa, que nos leva a buscar a promoção da vida e dignidade humanas e a servir ao próximo. O próprio apóstolo Paulo, na carta de Romanos 12.12-13, já recomendava: Que a esperança que vocês têm os mantenha alegres; aguentem com paciência os sofrimentos e orem sempre. Repartam com os irmãos necessitados o que vocês têm e recebam os estrangeiros em suas casas Segundo o Plano de Educação Cristã Contínua da IECLB (PECC), na p.16, a prática da esperança permite olhar para além dos problemas e desencantos. Ela motiva e inspira a vivência de um projeto de vida digna e justa.
A esperança cristã muda o foco de nossa vida. Não vivemos mais apenas no aqui e no agora. Sabemos que precisamos nos preparar para aquilo que Deus promete e que ainda está por vir.
Assim, quando falamos de Educação Cristã Contínua jamais podemos excluir o ensino da esperança cristã vivida, que nos leva a focar na ação misericordiosa de Deus: a que ele já fez (a obra da salvação em Cristo) e a que ainda está por vir (a salvação tornada plena).
P. Dilmar Devantier
Pastor na Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Aririú e Santo Amaro da Imperatriz, Palhoça/SC - Sínodo Centro-Sul Catarinense