Afinal, o que importa em tua vida? Na vida profissional certamente é um bom emprego. Na família importa o amor, uma relação marcada por um bom convívio, respeito. Na vida pessoal poder-se-ia acrescentar o entusiasmo, estar bem consigo mesmo. Esta pergunta relaciona-se com os valores que determinamos para as diferentes fases da vida.
Aquilo que importa pode ter o seu valor de acordo com a sua função na existência da vida. E nem sempre o que importa provem de nossa ação. Algo pode ser dado e acolhido com entusiasmo. Numa árvore, por exemplo, importa que esta tenha raízes, tronco. As frutas ou sombra desta árvore são conseqüências de algo fundamental dado ao ser desta planta. Toda sustentação não provêm das frutas, mas da sua base que está no tronco permeado pelas raízes profundas no solo. Nem sempre admiramos a árvore pela base, fixamo-nos facilmente apenas nos frutos, folhas.
A partir desta observação perguntamos pela sustentação da nossa fé. O que importa na vida cristã? As boas ações - frutos são imprescindíveis, mas não sustentarão por si a fé cristã. A base da fé tem a ver com o receber, presentear-se. Somos o que somos como cristãos graças a iniciativa de Deus em nos presentear com a fé, aceitando-nos como filhos e filhas. O sinal visível desta aceitação de Deus está no sacramento do Batismo. O Batismo é para a vida cristã o que é o tronco com as suas raízes para a árvore. A fé é um constante receber, viver da seiva do amor de Deus para que frutos alimentem a paz, o amor de Deus no mundo.
Todas as atividades da Igreja, os seus grupos, são respostas ao receber a dádiva da fé. Por isso, a pergunta o que importa precisa considerar o que também recebemos de Deus. Nisto está o Batismo, sinal visível ofertado, selo do amor de Deus que nos sustenta em meio ao mundo.
As perguntas pelo Batismo de nossas crianças ou mesmo adultos é se queremos importar-nos com o que Deus nos dá. E, num segundo momento, se temos disposição para testemunhar a ação de Deus tornado visível aos nossos olhos. A tarefa do padrinho e madrinha necessita ser acordada na sua função de testemunhar o que Deus faz em nossas vidas. Importa saber, testemunhar que “Deus te chamou, tu pertences a mim”. Isto Deus proferiu no Batismo. E se isto importa então algo muito importante acontece em tua vida. A vida não se resume no que faço ou não consigo fazer, mas está no que Deus faz e dá para mim, para ti.
Como te importas?
Pais e mães, padrinhos e madrinhas vivem, muitas vezes, certa inquietação na sua relação com as crianças diante da complexidade deste mundo. O que fazemos está certo? Essa é uma pergunta legítima de quem se preocupa com a vida. Nem sempre saberemos a resposta. O que importa é ser propositivo através de ações simples de amor e de cuidado. Conte histórias bíblicas. Construa vínculos afetivos saudáveis através do companheirismo e do contato com a criança.
A indiferença em relação à educação cristã assumida no dia do Batismo deixa muitas crianças “órfãs”, sem orientação, não só de seus pais, mães, mas também de padrinhos e madrinhas. Que a pergunta o que importa em nossa vida possa considerar o que Deus faz e nos dá, bem como em traduzir esta importância em gestos de cuidado com os quais, de forma especial nos comprometemos no Batismo. A IECLB está traduzindo este importar-se na construção do Plano de Educação Cristã Contínua – PECC. O que Deus faz ao importar-se conosco é tão precioso que perpassa em todas as fases da vida.
Batizar pressupõe que venhamos a nos importar nas conseqüências deste fato. É preciso viver o Batismo como processo de iniciação contínua de vida cristã. O Batismo não se resume ao rito. Vivamos e testemunhemos: somos batizados e batizadas! Deus nos selou com o seu eterno amor. Isto é o que importa! Graças a Deus!
P. Werner Kiefer
CEPA – Paróquia Matriz
Porto Alegre RS