Educação Cristã Contínua



ID: 2661

Lembrar-se do Evangelho 1 Coríntios 15.1-11

Estudo Bíblico

19/04/2017

 

Lembrar-se do Evangelho 1 Coríntios 15.1-11
Estudo bíblico (P. Alexander Busch – Igreja Ev. Reformada de Castrolanda)

Palavra de Acolhida (Mt 28.5-6a)/ Cantos / Oração / Introdução

(1) Um frequentador de Igreja escreveu para o editor de um jornal e reclamou que não faz sentido ir ao culto todos os domingos: “Eu tenho ido à Igreja por 30 anos - ele escreveu - e durante este tempo eu ouvi uns 3.000 sermões. Apesar de ouvir tantas palavras e reflexões ao longo da vida, eu não consigo lembrar nenhum sequer deles. Sendo assim, eu penso que estou perdendo meu tempo e os pastores estão desperdiçando o tempo deles preparando sermões!”. Esta carta iniciou uma grande controvérsia na coluna ‘Cartas ao Editor’. Por semanas, diferentes opiniões e argumentos eram enviados pelos leitores e publicados no jornal. Até que alguém escreveu a seguinte carta: “Eu estou casado já há 30 anos. Durante este tempo minha esposa deve ter cozinhado umas 32.000 refeições. Eu não consigo me lembrar do cardápio da grande maioria destas 32.000 refeições. Mas de uma coisa eu sei: todas as refeições preparadas pela minha querida esposa me alimentaram e me deram a força e energia que eu precisava para fazer o meu trabalho. Se minha esposa não tivesse preparado estas refeições, eu estaria hoje fisicamente morto. Da mesma maneira, se eu não tivesse ido ao culto para alimentar a minha relação com Deus e com sua igreja, eu hoje estaria espiritualmente morto”. (Autor desconhecido)
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Leitura de 1 Coríntios 15.1-11 / Reflexão

(2) “Quero que lembrem do evangelho que eu anunciei a vocês” (v.1). Assim inicia Paulo este trecho da carta à igreja em Corinto. Faz pouco mais de 4 anos que Paulo havia trabalhado e fundado a comunidade cristã na cidade portuária de Corinto da Grécia Antiga (Em Atos 18 lemos sobre a atuação de Paulo em Corinto). Era uma comunidade cristã mista de Judeus e pessoas de outras etnias. Por ser uma cidade portuária, a cidade recebia pessoas com os mais diversos conceitos e visões do mundo. Também era uma cidade com muitos templos dedicados a diferentes “deuses” e conhecida pela imoralidade reinante. A igreja de Corinto era uma comunidade muito jovem. Não existiam ainda raízes profundas da vivência na fé e no ensino cristão. A igreja estava vulnerável a influências externas, sendo uma delas a negação da ressurreição: “alguns de vocês dizem que os mortos não vão ressuscitar” (v.12- no grego a palavra “mortos” significa literalmente “cadáveres”). Um possível motivo para este grupo negar a ressurreição é a desvalorização do corpo físico. Sabemos que algumas pessoas da igreja pensavam poder fazer o que bem queriam com o seu corpo como se o espiritual e o material estivessem desconectados. Paulo ensina diferente: o corpo físico existe para servir o Senhor (1Co 6.12-14 e 1Co 15.34). Este é o provável pano de fundo para Paulo tratar sobre o tema da ressurreição de Cristo (1Co 15).

(3) No trecho escolhido para nosso estudo Paulo destaca, ao mesmo tempo, um elogio e uma advertência. Por um lado, a comunidade acolheu o evangelho “no qual continuam firmes” (v.1-elogio). Por outro lado, “precisam continuar firmes nele – no evangelho!!!” (v.2-advertência). Ou seja, o evangelho é a obra de Deus, mas as pessoas precisam continuar exercitando sua fé neste evangelho, confiando no Deus que há de completar a boa obra que Ele iniciou nas suas vidas (Fp 1.6). Como nos exemplifica a ilustração acima: assim como nosso corpo precisa constantemente do alimento, assim também nossa fé precisa constantemente ouvir a Palavra de Jesus para ser fortalecida.

(4) O que é o evangelho? Paulo nos oferece uma resposta muito interessante: “Cristo morreu pelos nossos pecados, como está escrito nas Escrituras Sagradas; ele foi sepultado e, no terceiro dia, foi ressuscitado, como está escrito nas Escrituras” (v.3-4). Trata-se, em poucas palavras, de uma confissão de fé. Esta confissão sobre o Cristo que morreu e foi ressuscitado circulava entre as pessoas cristãs para explicar aos não cristãos o que as comunidades cristãs creem e ensinam a respeito de Jesus. Esta confissão foi ensinada ao apóstolo Paulo, que, posteriormente, ensinou à igreja em Corinto, “Eu passei para vocês o ensinamento que eu recebi” (início do v.3). Ou seja, Paulo recebeu o evangelho dentro de um contexto maior, do qual faz parte uma corrente de testemunhas, que passam e repassam adiante o conteúdo da fé. De um modo semelhante, muitas décadas mais tarde, a confissão do Credo Apostólico foi organizada e divulgada entre as igrejas para que houvesse clareza sobre o que as pessoas cristãs creem e ensinam. Se nós observamos a confissão do Credo Apostólico, podemos verificar que cada sentença do Credo tem embasamento no ensino das Escrituras Sagradas. Importante destacar que a fé está firmada em Jesus. Sua obra na cruz e sua ressurreição alimentam a nossa fé. A confissão, por sua vez, quer anunciar e explicar o conteúdo da fé.

Existe uma pessoa – além do círculo da família - que foi importante para lhe ensinar sobre Jesus e sua palavra? Além da morte e ressurreição de Jesus (o evangelho), que outros pontos sobre Jesus e sua Palavra você considera importante nos dias de hoje para ensinar aos seus familiares, amigas e amigos e vizinhos? Porque?

(5) Segundo Paulo, a corrente de testemunhas do evangelho inclui as Sagradas Escrituras (“como está escrito nas Escrituras”). No caso, Paulo está se referindo às Escrituras do AT. Os escritos do NT, como nós conhecemos, ainda não existiam. Paulo, ao se referir ao AT, quer nos dizer que a ação e salvação de Deus reveladas no passado tem seu ponto alto na morte e ressurreição de Jesus.

(6) Outra corrente de testemunhas são as pessoas que viram Jesus vivo novamente: “apareceu a Pedro e depois aos doze apóstolos. Depois apareceu, de uma só vez, a mais de quinhentos seguidores . . . Em seguida apareceu a Tiago e, mais tarde, a todos os apóstolos”. Nos quatro evangelhos nos deparamos com algumas destas pessoas citadas que vivenciaram o túmulo vazio (Pedro e os 12 apóstolos). As circunstâncias em que as outras pessoas (Tiago, os 500 seguidores, os outros apóstolos além dos 12) vivenciaram o Jesus ressurreto nos são desconhecidas. Em todo caso, Paulo quer assegurar à igreja em Corinto que diversas pessoas são testemunhas da ressurreição de Jesus e, por isso, estão motivadas a levar e anunciar o evangelho a outras pessoas.

(7) E por fim, Paulo destaca uma destas testemunhas da ressurreição de Jesus o Cristo, ele mesmo: “depois de todos, ele apareceu também a mim” (v.8). Paulo não diz explicitamente na carta, mas sabemos que ele teve uma experiência marcante na estrada para Damasco (At 9). Com bastante humildade e coragem, ele lembra às pessoas cristãs em Corinto que antes ele era um perseguidor da igreja (“persegui a Igreja de Deus” v.9), mas que a graça de Deus chamou e tem sustentado Paulo no trabalho de anunciar o evangelho nas mais diferentes localidades.

Nós não somos testemunhas diretas da morte e ressurreição de Jesus. Somos as pessoas de quem Jesus fala a Tomé, “Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram!” (Jo 20.29). Portanto, o que significa para você confessar que “Cristo morreu pelos nossos pecados e foi ressuscitado”? Como esta confissão influencia sua vida no dia a dia? Você consegue explicar uma pessoa não cristã a diferença que faz crer e seguir Jesus em tua vida?
 


Autor(a): Alexander Busch
Âmbito: IECLB / Sinodo: Paranapanema
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Bíblia
Área: Missão / Nível: Missão - Formação / Subnível: Missão - Formação - Educação Cristã
Testamento: Novo / Livro: Coríntios I / Capitulo: 16 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 11
Natureza do Texto: Educação
Perfil do Texto: Estudo Bíblico
ID: 46225

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