Paróquia em Doutor Maurício Cardoso

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É o craque da camisa número 10?

Êxodo 18.13-24

17/07/2018

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Estivemos acompanhando em alguma medida a Copa do Mundo 2018. E vimos algumas coisas interessantes acontecerem. Talvez a grande maioria de nós quisesse, ou talvez não quisesse, que a Seleção Brasileira ganhasse o Hexa. E não ganhou. Na verdade, as grandes seleções mundiais que ficaram se firmando e fixando na imagem do craque do time, tipo “o Camisa 10”, acabaram saindo decepcionados. Esse foi o caso da Alemanha, Espanha, Portugal, Argentina, Brasil e outras.

Nesta Copa, além do VAR (Árbitro de Vídeo), vimos um fenômeno muito interessante acontecer. Seleções pequenas, ou de pouca tradição, com grupos pouco conhecidos, mas muito unidos conseguiram fazer boas campanhas e até mesmo mostrar um futebol animador para o público. Isso foi tão contagioso que muitas pessoas que estavam acompanhando os jogos começaram a torcer justamente para essas equipes, por acreditar num outro tipo de expressão do esporte mais famoso do planeta. A exemplo disto temos as equipes da Islândia, Rússia, Croácia e Bélgica.

Essa também foi uma Copa onde pudemos brincar um pouco de rememorar e reescrever famosas batalhas da história da humanidade. Logo de cara constatamos que a Alemanha não se dá bem na Rússia. A Alemanha, última campeã mundial, foi eliminada ainda na primeira fase. Algo surpreendente! Na história mundial as tropas Nazistas do III Reich estavam vencendo todas as batalhas. Quando chegaram à Rússia, acabaram sucumbindo à resistência soviética em 1942, durante a II Grande Guerra.

Brincando com mais uma aula de história, quando chegou à Semifinal fiquei pensando o que aconteceria se desse França e Inglaterra na Final. Porque, no passado, quando estas duas nações guerrearam, a batalha durou mais de 100 anos, mas a partida de futebol tem apenas 90 minutos. Seria um jogo quase interminável. A Guerra dos Cem Anos durou 116 anos. Começou em 1337 e só terminou em 1453.

Fazendo a última comparação do futebol com a história da humanidade, podemos dizer que o Técnico Francês Didie Dechamps se tornou um verdadeiro herói, pois ele, com sua Equipe, realizou o que Napoleão Bonaparte e seu Exército não conseguiram. Ele venceu na Rússia. Napoleão perdeu a guerra em 1812, no inverno Russo. Já o Técnico Dechamps foi Bicampeão no verão russo.

Deixando de lado as brincadeiras da historia passada e falando sobre uma nova história, vamos voltar ao tema central. As Equipes que ficaram se firmando na ideia de que um craque, um atleta, um personagem principal seria a solução saíram perdendo nessa Copa. Quem saiu ganhando, mesmo que não tenha levado a Taça, foram as Equipes que pensaram em conjunto, em grupo. Quem trabalhou buscando a contribuição de cada integrante da equipe se saiu melhor. Vejamos:

A Islândia é um pequeno país nórdico. Uma ilha entre a Europa e a Groelândia. Não tem nenhuma tradição no futebol, mas trouxe uma equipe com espírito viking, lutador, aguerrido e unido e para a competição. Entre eles não havia uma disputa para um deles ser o craque do time. Estavam trabalhando pela equipe. A torcida fazia questão de jogar junto com os atletas animando e motivando minuto a minuto. Isto ficou tão claro que o modelo de torcida e comemoração viking-islandês foi copiado por outras torcidas durante a copa (abrir os braços e bater as mãos, todos ao mesmo tempo).

A Equipe da Rússia surpreendeu a todos fazendo uma campanha histórica ao chegar as Quartas de Final. Sempre mostrando um estilo de jogo grupal onde não havia um atleta preferido, mas uma ideal em conjunto.

Outra equipe que animou aos que acompanhavam os jogos foi a Bélgica. Muitos torceram para que se tornasse a campeã. Talvez, depois de vencer o Brasil, se tornou uma opção para muitos brasileiros, por se mostrar uma equipe forte ao não se basear em um único atleta como a esperança de vitória. Demonstraram que o que fez a equipe chegar aonde chegou foi o trabalho em conjunto.

Agora, a Seleção que trouxe um ar especial, que mostrou um jogo novo, que deu uma lição de trabalho em conjunto e de diálogo constante foi a Equipe da Croácia. Na Final, acredito que os franceses estavam torcendo pra França e o restante do mundo para a Croácia.

A Equipe Croata, que até a década de 90 pertencia à antiga República Socialista Federativa da Iugoslávia, teve a sua melhor participação em Copas no ano de 1998, ficando em 3º lugar. Desta vez, conseguiu chegar à final da Copa. Não levou a Taça pra casa, mas deixou grandes lições para todas as equipes. Mostrou que devemos batalhar e insistir em nossos objetivos até final. Jamais devemos perder o ritmo do jogo. Em hipótese alguma devemos apelar para violência ou agressão. O sentido do trabalho em grupo é mais importante do que o estrelismo de uma pessoa somente.

Por esses e por outros tantos motivos, podemos afirmar que os verdadeiros campeões dessa Copa de 2018 são Islândia, Rússia, Bélgica e Croácia. São campeões não porque venceram, mas porque ensinaram como trabalhar em equipe e isso fica como lição também para a nossa vida.

Não devemos ficar esperando ou achando que um craque da camisa número 10 vai ficar resolvendo e solucionando as coisas a todo o momento. Seja na família, na escola, no nosso grupo, na comunidade. Não podemos ficar colocando toda a carga ou a expectativa em uma pessoa. Um craque que vai fazer tudo e resolver todas as coisas. Os melhores resultados que conseguimos acontecem quando agimos em conjunto, com a colaboração e a participação de todas as pessoas.

Na Bíblia encontramos um exemplo parecido com essa história do futebol. Moisés, o grande líder da Equipe dos Hebreus chegou a pensar que ele era o craque da camisa número 10. Pensou que deveria e conseguiria vencer tudo sozinho sem ninguém junto com ele. Mas foi então que o técnico da Seleção dos Judeus, Jetro, deu um conselho muito importante para Moisés. Falou para Moisés confiar nas pessoas que podem formar, junto com ele, uma equipe forte e capaz, para vencer juntos, cada um fazendo a sua parte, em prol do bem de todos (Êx 18. 13-24)

Baseados no testemunho bíblico de Êxodo, confirmados pelos belos exemplos vistos neste campeonato mundial, aprendemos que, quando colocamos nossas expectativas de mudança e transformação em um só indivíduo, nos torna fracos enquanto grupo, comunidade e sociedade. Se ele ganha, ganhamos. Se perde, sofremos. Isto não é o modelo bíblico.

Estamos vivendo tempos onde não podemos mais ficar simplesmente torcendo pelo craque da Camisa Número 10. Acabou o tempo de achar que um presidente vai transformar o país; o diretor da escola vai mudar o jeito de educar; o delegado vai resolver o problema da segurança pública; o pastor vai fazer a nossa comunidade crescer. Não é uma pessoa com superpoderes que vai mudar as coisas da noite pro dia. Somos nós, comunidade, família, grupo de pessoas que trabalha em conjunto, que vamos seguir juntos em prol de uma vida melhor, um mundo melhor, uma experiência de fé diferenciada.

Muitas vezes, na vida, perdemos tempo demais esperando o craque da Camisa Número 10 resolver o jogo. Na verdade, devemos jogar juntos, cada qual em sua posição, colaborando pelo bem da nossa Equipe: seja na família, na Comunidade ou na Sociedade.

Pela fé em Jesus, cremos e confiamos que não é o talento individual que resolve, mas a persistência, a colaboração e o companheirismo do trabalho em conjunto. No jogo da vida, para ganhar de verdade é preciso jogar junto. Amém!

Pastor Marcelo Peter
Paróquia em Doutor Maurício Cardoso – RS
Sínodo Noroeste Riograndense - IECLB

 


Autor(a): Pastor Marcelo Peter
Âmbito: IECLB / Sinodo: Noroeste Riograndense / Paróquia: Maurício Cardoso (RS)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Antigo / Livro: Êxodo / Capitulo: 18 / Versículo Inicial: 13 / Versículo Final: 24
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 47989

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