No dia 22 de agosto minha mãe, Leonida Keunecke, faleceu. Ela tinha apenas 62 anos. Era uma mulher linda, trabalhadora, saiu de uma área rural de Blumenau e com apenas escolaridade de terceira série ela venceu e hoje a Cuca (doce alemão) dos Keunecke é a mais famosa de Joinville, graças a ela. Mesmo todos orando ... E seja feita a Tua vontade nós queríamos que ela ficasse muito mais tempo aqui conosco.
A luta foi difícil. A radioterapia e as quimios não fizeram efeito. E a cada dia seu corpo ficava mais fraco até chegar o dia em que não conseguia mais levantar da cama com aproximadamente 35 kilos. Com os meus pensamentos mundanos e pecadores eu pensava que deveria ser proibido uma pessoa chegar neste estado. Mas... Eu tinha a certeza de que Deus estava olhando por ela e por todos nós. Que daquele momento difícil nós aprederíamos muita coisa.
A pastora Cibele Kuss da Igreja Luterana frequentada pela minha família, organizou um culto em memória à vida de minha mãe e meu pai pediu que eu cantasse. Como a perda estava recente eu não tinha certeza de que conseguiria cantar sem me debulhar em lágrimas. Mas, como boa teimosa que sou eu disse sim e escolhemos 3 músicas.
Eu sabia que teria que estar concentrada para não chorar. Eu tinha a certeza de que ali, naquele momento, eu tinha um papel muito claro: estava sendo usada por Deus como instrumento da Sua palavra, dos Seus feitos. Nunca cantei para tanta gente chorando... E eu?? Eu estava louvando Seu Nome porque eu fazia parte daquela familia linda que Ele tinha me dado. Estava feliz porque Ele deu à minha mãe uma vida maravilhosa! Estava feliz porque meu pai é um homem de Deus e um exemplo a cada palavra que diz! Estava feliz porque eu tenho irmãos e cunhadas que doaram seu tempo para cuidar dela. Eu tenho amigos que me escreveram palavra lindas, ligaram, me confortaram nos momentos de dor. Estava deliz porque eu tenho um marido que me ama, é meu companheiro, meu amigo, meu pianista! Estava feliz porque dois filhos lindos que a cada vez que olho pra eles me sinto mais lisonjeada. Como posso ser mãe de duas criaturas tão encantadoras?
Por isso e por tantas bênçãos que não caberiam nestas linhas eu tinha mesmo é que cantar com alegria: ... Se tomar as asas da alva, se habitar no extremos do mar, até ali a Tua mão me guiará. Tua destra me susterá. Eu Te louvarei! Louvarei Senhor! Ó pai te louvarei! (Asas da Alva inspirada no Salmo 135, Linda A. Spencer; cantada no culto em Memória de minha mãe).