História do povo evangélico luterano


ID: 2927

Um pequeno resgate histórico do templo da Comunidade de Chapecó - SC

Elaborado para a comemoração dos trinta anos de inauguração

10/05/2011

Quando inaugurada a primeira igreja da Comunidade, já se vislumbrava que seria apenas provisória. À esquerda, o Sr. Norberto Arthur Matte.
Antigo templo
Em 1977, começaram os trabalhos com vistas a construir um templo maior, mais confortável e encantador. No dia 10 de maio de 1981, foi, enfim, inaugurada a nova igreja.
Com poucas construções ao redor, a igreja mostrava-se imponente. Muita gente prestigiava a inauguração.
As autoridades, civis e eclesiásticas, também não faltaram ao evento...
No dia anterior, ainda era concluída a colocação dos pisos. Ante a falta de recursos, muitas cadeiras foram compradas pelos próprios membros. No dia da festa, tudo estava pronto, embora dívidas ainda tenham ficado..
Mas isso não impediu a comemoração. Os evangélico-luteranos confessos de Chapecó e região finalmente tinham o seu templo que lhes enchia de orgulho. E compareceram em peso para louvar a Deus pela conquista...
O Prefeito à época, Milton Sander, cortando a faixa em sinal do convite para todos adentrarem e sempre se sentirem bem-vindos na presença da Comunidade e de Deus...
Faltou lugar para todos se acomodarem!
A festa foi animada pelo Coral de Chapecó...
... e pelo Conjunto Melodia.
Enquanto isso, a comida era preparada para toda a gentarada se alegrar mais ainda...
[Inaug]churrasco
[Inaug]mulheres
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Na década de 1940, famílias de confissão luterana já se reuniam em Chapecó para professarem a fé de acordo com seus costumes. Na ainda pequena vila denominada Passo dos Índios, que teve sua colonização iniciada por imigrantes italianos vindos do Estado do Rio Grande do Sul, cerca de duas décadas antes, os evangélico-luteranos confessos eram poucos, e descendiam, em sua maioria, de imigrantes alemães, também provenientes do Estado vizinho.

Assim como os demais imigrantes que se radicaram no Brasil, tiveram suas vidas marcadas pelo trabalho, destinado à sobrevivência e à melhoria de qualidade de vida, haja vista a falta de auxílio do poder público. Mas também eram muito dedicados à vivência da fé, seguindo os ensinamentos dos seus antepassados e, com isso, obtendo a força e a esperança necessárias a superar os desafios que a nova terra apresentava.

Conta-se que, por volta de 1957, os cultos e reuniões evangélico-luteranos aconteciam na residência da família Stolt. Já em 1960, quando fundada a Comunidade Evangélica em Chapecó (14/06/1960), os encontros eram realizados na Igreja Presbiteriana, localizada onde hoje se situa o imponente edifício Borsatto, com mais de vinte andares. Tem-se notícia de que, no ano seguinte, a sede da Comunidade passou a ser a residência da família do Sr. Norberto Arthur Matte, onde um Pastor da Comunidade Evangélica de Palmitos pregava, educava e conduzia sacramentos.

Em 1966, a Comunidade iniciou a busca de recursos com o fim de construir a sua capela, sendo primeiramente comprada uma casa de madeira e, posteriormente, construído outro templo de madeira, o qual até hoje existe, atrás da igreja (até o início deste ano de 2011, serviu como residência para zeladora e família). Para tanto, um terreno na Rua Sete de Setembro fora comprado, a preço especial, e outro, ao lado, doado pela Empresa Colonizadora Bertaso.

O crescimento da cidade e da Comunidade, aliado à modéstia e limitação física daquela igreja, levou à decisão, em 1977, de se construir um novo templo, cujo projeto ficou a cargo do Engenheiro Civil e membro Plinio Seidler, também Secretário à época. Foram ainda criadas duas comissões: de finanças, representada pelo Sr. Alfredo Lang; e de festas, liderada pelo Sr. Nilvo Hoehn.

Segundo noticiado por um jornal da época (provavelmente o jornal Diário da Manhã, de Passo Fundo/RS), a construção do novo e belo templo da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Chapecó seria um desafio que os evangélicos de Chapecó, somente unidos, conseguiriam vencer.

Relata o Sr. Orley Ikert, então Presidente da Comunidade, que a maior dificuldade enfrentada para a construção consistia em obter recursos. De fato, muitos se mobilizaram diuturnamente, buscando junto a membros, demais cidadãos e empresas locais, doações financeiras, materiais, descontos ou disponibilização de mão-de-obra para o empreendimento, que levou cerca de quatro anos para ser concluído. E, à medida em que entravam recursos, a construção avançava.

Além disso, muitas promoções foram organizadas para angariar fundos à construção, sendo muito lembradas as rifas de veículos Opala (veículos de luxo, à época), mondongos, churrascos e bailes de Kerb - em conjunto com a Igreja Católica (Comunidade São José Operário, do Bairro Passo dos Fortes). As outras Comunidades da Paróquia procuravam ajudar participando dessas promoções, sendo um compromisso recíproco que a Comunidade de Chapecó também participasse de suas festas.

Várias foram as ideias recebidas para a obra, e, assim, por diversas vezes, o projeto sofreu modificações. O salão comunitário, por exemplo, não havia sido previsto inicialmente. Com a escavação do terreno propiciada pela Prefeitura, foi possível implementá-lo. O Poder Público e seus representantes políticos colaboraram consideravelmente (citam-se, por exemplo, o Deputado Estadual Vinicius Torcatto, o Deputado Federal João Valvite Paganella e o Prefeito Milton Sander).

Enfim, em 10 de maio de 1981 aconteceu a tão esperada inauguração da nova igreja. Ainda no dia anterior eram colocados os pisos no interior do templo. Para que os presentes pudessem se acomodar, algumas cadeiras foram doadas e outras eram compradas pelos próprios membros, de acordo com a quantidade de pessoas que integravam a família.

O culto de inauguração teve animação especial do Conjunto Melodia e do coral de Chapecó. Na mesma oportunidade, foram batizados Vinicius Rafael Seidler (filho de Plinio e Maria Helena Seidler) e Daniela Gonçalves da Rosa (filha de Lucas e Roselice Gonçalves da Rosa). Após a celebração, um grande churrasco aguardava os membros, visitantes e autoridades presentes, que totalizavam grande número de pessoas - razão pela qual, inclusive, não couberam todos no templo.

Mesmo finalizada a obra, muitas obrigações ainda ficaram pendentes, inclusive com a Paróquia. Diversas promoções e muita dedicação dos membros foram imprescindíveis para regularizar as contas.

Trinta anos depois, vê-se que o esforço para a manutenção da Comunidade não diminuiu, com a diferença de que, nesse tempo, já havia um lugar para encher de orgulho os evangélico-luteranos confessos de Chapecó, em que inúmeros cultos, sacramentos, confraternizações, ensino e comunhão alimentavam a fé dessa gente.

A cidade cresceu, sempre acolhendo mais pessoas vindas de outras localidades, e isso também teve reflexos na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Chapecó, hoje formada por 289 famílias, que, com seus inúmeros dons, diariamente contribuem, na igreja e na sociedade em geral, para o anúncio do Evangelho e a concretização da vontade de Deus no mundo.

Após algumas ampliações e adaptações, o templo permanece com seu tamanho original e características essenciais de trinta anos atrás. E, certamente, a vontade daqueles que o construíram é a mesma hoje. Ter um lugar bonito e confortável para encontro com a palavra de Deus e com os irmãos na fé, possibilitando às presentes e futuras gerações compartilhar e viver os ensinos de Cristo e da doutrina luterana.

A Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Chapecó é grata por todos aqueles que contribuíram para a sua consolidação, em especial aqueles que se dedicaram à construção do templo que neste ano completa trinta anos de existência.

A história certamente não se resume a esta folha, e tampouco para por aqui. Junte-se a nós e faça parte dela!

Ajude também a ampliar o resgate da história da Comunidade. Se você tem conhecimento de fatos ou documentos interessantes, procure-nos para relatar, ou faça parte da nossa Comissão de História.
 


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