A Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Manaus iniciou com o processo de migração ao Oeste e ao Norte do Brasil, que se aproveitou dos incentivos do governo brasileiro e da preocupação de “integrar para não entregar” a Amazônia. Os membros da IECLB estavam entre os que vieram tentar a vida nessa região. O Amazonas teve outro incentivo que foi a criação da Zona Franca de Manaus, em 1967, mas foi efetivamente implementada na década de 1970, quando também os projetos de colonização agrária abriam a floresta amazônica no MT, RO, AM, AC. Nessa época, a Amazônia possuía outro significado na geopolítica brasileira.
A Comunidade de Manaus iniciou com algumas famílias que pediram a alguns pastores que atendessem essa comunidade de modo itinerante. Assim, no dia 04 de agosto de 1985 surge a Comunidade nas dependências da churrascaria da família Schneider, juntamente com outras famílias de tradição alemã como Radtke, Mundstock, Kehl, Voigt, Arnold, Adis, Catanhede, Lindenberg, Tauber, Spies, Lago, Caldeira, e, posteriormente, outras famílias deram a sua contribuição para a consolidação da igreja como Hellman, Mutz, Schweickardt, Finger, Freese, Radinz, Follmer, Bonassa e Guimarães. Com recursos de projetos de missão foram comprados o terreno e a casa pastoral no Bairro da Paz, onde ainda está sediada a Comunidade, e um carro. A Comunidade está no seu sexto pastor (Miguel Fortes, Luiz Dirceu Wassenberg, Júlio Cesar Schweickardt, Ricardo Bloss, Traude Margarida Kraemer e atualmente Adriano Adão da Rosa) nesses 27 anos de história.
Aos poucos os nomes alemães foram se misturando com os nomes do Amazonas como Ribeiro, Sahdo, Souza, Silva, Cruz, da Rosa, Lisboa, Barbosa, Araújo, Fróes, Cabral, Pontes, Oliveira, Guedes, Nascimento e Araujo. Esses foram se agregando à tradição luterana, dando uma nova identidade para a Comunidade de Confissão Luterana. Promove-se assim o encontro da Igreja com os novos significados que a Amazônia contemporânea passou a ter como sendo a maior fronteira de biodiversidade do planeta, com uma igualmente rica sociodiversidade. Hoje somos essa mistura alegre de ter pessoas de berço luterano com novas gerações amazônicas e outros que foram se agregando a um jeito de ser de confissão luterana. Nesses anos todos, tivemos altos e baixos, mas sempre na tentativa de formar comunidade nessa metrópole de quase dois milhões de habitantes. Assim, o trabalho com crianças, jovens e mulheres fosse fundamental para a sobrevivência a divulgação do evangelho na região norte.
A Escola Luterana é uma das estratégias de subsistência da Comunidade, pois em todos os seus anos de vida sempre dependemos de ajuda externa que foi fundamental para a manutenção do trabalho missionário. Sempre defendemos a solidariedade interna da Igreja e foi o que realmente aconteceu, pois tivemos auxílio de várias comunidades da IECLB e também de pessoas e comunidades do exterior. No novo Planejamento Missionário (PAMI) buscamos o compromisso maior de todos os membros, almejando a maior visibilidade e a ampla participação de todos nas atividades da Comunidade. Ainda perseguimos a autonomia financeira, mas o mais importante é mantermos a presença luterana no Estado do Amazonas, pois entendemos que podemos contribuir com uma cidade melhor dando sinais de esperança, paz e justiça.