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ID: 2690

Lucas 13.1-9

Auxílio Homilético

24/03/2019

 

Prédica: Lucas 13.1-9
Leituras: Isaías 55.1-9 e 1 Coríntios 10.1-13
Autoria: Roberto Ervino Zwetsch
Data Litúrgica: 3º. Domingo na Quaresma
Data da Pregação: 24 de março de 2019
Proclamar Libertação - Volume: XLIII

Quem está de pé, cuide para não cair

1. Introdução

O Evangelho de Lucas tem características próprias no conjunto dos sinóticos. E isso fica atestado no texto previsto para este domingo, que será analisado a seguir. Na série de textos para a celebração de culto estão previstos ainda Isaías 55.1-9 e 1 Coríntios 10.1-13. Há um fio vermelho que une esses textos, que se poderia resumir na afirmação de que Deus tem paciência com seu povo, com o povo crente, e escuta a palavra do seu mediador, no caso, o viticultor que apela para preservar a figueira que não produz nada: Deixa-a ainda este ano... Se ela frutificar, bem está. Caso contrário, o jeito é cortá-la, pois para nada presta. Há aí juízo, uma chamada ao arrependimento e uma nova chance para recomeçar. Mas fica uma ameaça dura de Jesus: Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis (v. 5).

Isaías 55.1-9 – A profecia é francamente carregada de esperança: quem tem sede, venha às águas. E até quem não tem dinheiro, venha comprar e comer, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. O profeta proclama que Deus quer que o povo coma o que é bom. O que significa essa bela metáfora? É preciso dar ouvidos ao Senhor. Só assim o povo encontrará vida. Essa vida autêntica – abundante? – será fruto da aliança de Deus, o Deus da vida e da libertação, com seu povo que volta do exílio empobrecido, cansado, humilhado. A promessa misericordiosa feita a Davi continua de pé. E até outras nações poderão partilhar dessa aliança. A promessa ultrapassa o povo eleito. Por isso a urgência de buscar ao Senhor enquanto é tempo. Essa aliança tem requisitos claros: abandonar o caminho da iniquidade, converter-se ao Senhor e aprender dele o que significa perdoar. Que desafio! Porque os pensamentos de Deus são mais altos que os pensamentos humanos. E os caminhos de Deus passam longe dos caminhos humanos. Como aprender a trilhar os caminhos do Senhor? Eis a questão do profeta.

1 Coríntios 10.1-13 – Paulo escreve à comunidade de Corinto, chamada para ser santa porque está firme em Cristo. Essa é a comunidade que Deus chamou para ser seu povo e na qual há poucas pessoas doutas ou de nobre estirpe (1.26ss). Nela se revela a “loucura de Deus”, o Cristo crucificado, escândalo para os gentios, loucura para os judeus, mas para os que creem em Cristo, tanto judeus como gregos, o crucificado se revelou poder de Deus e sabedoria de Deus (1.24). É com essa inversão de expectativas e de concepção religiosa que Paulo exorta sua comunidade a beber da pedra espiritual, que é Cristo. Essa “pedra” já se manifestara na libertação do povo hebreu em sua saída do Egito (Lutero assumiu essa teologia na sua interpretação do Antigo Testamento), em sua passagem pelo mar, em seu “batismo de fogo” durante a fuga da escravidão para a liberdade. Na longa peregrinação muita gente ficou pelo caminho, esqueceu a ação divina, perdeu a fé, cobiçou as coisas antigas, desejou a velha vida de escravidão e pecado. Caiu naquilo que o Antigo Testamento chama de “idolatria”, a vida dissoluta em que a solidariedade deixa de existir e o interesse próprio predomina. Depois não adianta murmurar, falar mal deste ou daquele líder, praticar a imoralidade, a iniquidade, a injustiça. Quando a desgraça chega e campeia, não adianta acusar outros. Cada qual assuma sua parte. Cada geração trate de assumir sua responsabilidade perante Deus e perante si mesma, em sua história. Por isso Paulo se vale de um dito ainda atual: “aquele que pensa estar em pé, veja que não caia”. Humildade e discernimento na hora da amargura não é artigo de luxo. É necessidade imperiosa. Na hora da tentação, há que mudar de vida e renovar a fé no Deus que acompanha sua gente em todo o tempo e lugar; ele não deixará que a tentação supere a nossa força. Junto com a tentação, que nos acompanha sempre conquanto seres humanos contraditórios, ele promete a força que liberta (“livramento” – traduz Almeida) e ajuda a suportar o que por vezes parece insuportável. Paulo chama essa atitude de uma fé ousada (parreisía) e sem sofismas, baseada na honestidade a respeito de nós mesmos e na fidelidade de Deus em Cristo.

2. Exegese

O texto se encontra na segunda das três partes em que se pode dividir o conteúdo do Evangelho de Lucas: infância e início do ministério na Galileia; a viagem rumo a Jerusalém; finalmente, a longa descrição da chegada em Jerusalém, a rejeição de Jesus pelos líderes judeus, sua paixão, morte e ressurreição. O texto de Lucas 13 se encontra naquele bloco da viagem (9.51 – 19.28) e pertence ao material exclusivo do autor do evangelho. Por isso há que examinar com atenção o que o evangelista quer transmitir com essa narrativa, imbricada num debate teológico que diz respeito a fatos históricos e sua interpretação doutrinária. O texto felizmente já foi bem trabalhado em números anteriores desta coleção: no PL 17, por Valdemar Witter (p. 83ss); no PL 23, por Valério G. Schaper (p. 72ss); no PL 29, por Anete Roese (p. 93ss), e, ainda, no PL 37, por Fernando Henn (p. 111ss). Em todos esses estudos há informações interessantes para quem quiser acessar. Informo que todos esses textos hoje se encontram disponíveis no Portal Luteranos (www.luteranos.com.br).

Pesquisadores e estudiosas do Evangelho de Lucas não confirmam os fatos mencionados no debate que se deu entre Jesus e, possivelmente, fariseus. Mas independente disso, o que releva para a compreensão da mensagem é, sem dúvida, como avaliar a morte de galileus a mando do governador Pilatos, que violou até mesmo o rito sagrado em que aqueles estavam inseridos. Sabe-se que havia movimentos revolucionários que existiam naquela região ao norte da Palestina. O poder romano não admitia oposição. Qualquer sintoma de revolta tinha de ser combatida. A questão levada a debate era se aqueles homens eram ou não pecadores (qual sua culpa?), o que seria entendido como razão para sua morte cruel a partir de uma leitura formal da lei judaica (v. 1-2). O segundo caso diz respeito a 18 pessoas sobre as quais desabou a torre de Siloé, matando-as tragicamente. Que torre seria essa não se sabe. Novamente a pergunta que se levanta é sobre a culpa que pesava sobre elas e que teria motivado o desastre (v. 4). Desastre, crime político, doença, numa palavra, desgraça é sempre fruto de pecado e culpa, nessa interpretação dogmática dos fatos. E quem faz esse julgamento se sente fortalecido em sua pureza doutrinal e moralidade exemplar. Difícil não recordar aqui a parábola do fariseu e do publicano que vão ao templo para orar. O fariseu, de pé, orava de si para si mesmo: Ó Senhor, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem como este publicano [...] (18.11). Em tal atitude encontramos a autossuficiência arrogante de quem se julga a si mesmo acima de qualquer crítica, correto e seguro diante de Deus. Jesus contrasta esse tipo de crente com outro, tido como publicano, pecador. Esse, segundo o texto, nem ousava levantar os olhos ao céu, mas apenas batia no peito e dizia: Ó Deus, tem piedade de mim, pecador! Jesus desconcerta seus ouvintes quando afirma: Digo a vocês que este desceu justificado para sua casa e não aquele. Porque quem se exalta, será humilhado; mas o que se humilha, será exaltado (18.13s). Trata-se da mesma profecia que encontramos no cântico desconcertante de Maria, mãe de Jesus (Lucas 1.52s).

Chama a atenção que no debate que os fariseus trazem para Jesus não parece haver a mínima preocupação com a tristeza, o sofrimento e a desgraça alheia. Eles desejam uma resposta a partir de uma discussão fria, neutra, sem compromissos. A solidariedade com a dor alheia parece fora de cogitação. Jesus, porém, não aceita os termos da questão como colocada pelos seus interlocutores. Ele coloca todas as pessoas no mesmo patamar diante de Deus, independente das circunstâncias em que se encontram. Vocês pensam que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram, eu afirmo a vocês! E digo mais: se, porém, vocês não se arrependerem, todos igualmente irão perecer (v. 2s). Sobre os que morreram por causa do desabamento da torre, o argumento é o mesmo: Vocês pensam que esses eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu afirmo a vocês! Se vocês não se arrependerem, todos igualmente perecerão (v. 5). Todas as pessoas – incluídas aquelas que vieram a Jesus – são pecadoras e necessitam de arrependimento. Há uma igualdade básica diante de Deus, e quem nega tal situação mente a si mesmo e diante de Deus. Jesus não diz isso, mas quem por acaso se solidarizou com as famílias dessas pessoas tragicamente falecidas? Quem se solidarizou com as famílias que ficaram na rua em São Paulo depois que o prédio da Polícia Federal, na rua Antonio Godoy, no largo do Paissandu, desabou, comprometendo praticamente todo o prédio da Igreja Matriz da IECLB no centro da capital paulista?

Como é difícil confrontar-se consigo mesmo, colocar-se diante do espelho e ser honesto consigo mesmo, com sua consciência e diante de Deus. É mais fácil apontar culpados, acusar os outros como pecadores, adúlteros, corruptos, assassinos. Jamais, porém, sentir-se implicado nesses crimes e pecados. E com essa “boa consciência”, lavar as mãos, levar a vida e buscar os próprios interesses sem interferências de ninguém, tanto quanto possível. Apresentar-se como “pessoa de bem” e não andar com “gente de má fama”. Esse tipo de ser humano era muito comum naquele tempo e é hoje ainda.

Jesus desfaz a aparente justiça própria e chama ao arrependimento, à conversão, à mudança de vida. A palavra central do texto metanoēte (arrepender-se, dar meia-volta, mudar de vida ou direção) desconcerta os interlocutores de Jesus porque não aceita um debate distanciado. A vida dos galileus e a nossa está unida pelos mesmos dramas e pecados. Não adianta querer justificar a si mesmo. Mais ainda: pode-se imaginar que a injustiça que campeia no mundo é fruto do acaso e não tem responsáveis? Há que ser mais honesto com as pessoas e consigo mesmo. Diante de Deus não há desculpas falsas que sobrevivam. Por isso o chamado à meia-volta, ao arrependimento, à mudança. Só assim a pessoa descobre o sentido da vida autêntica, da vida liberta e libertadora. Vale aqui a advertência de Paulo: quem acha que está de pé, cuide para que não caia.

Na segunda parte do texto de Lucas 13.1-9, encontramos outra parábola de Jesus bastante conhecida. O dono de uma vinha tinha uma figueira plantada no meio do vinhedo e por vários anos não encontrou nela fruto. Chama o viticultor e manda arrancar a árvore que só toma lugar e nada produz. O trabalhador responde em defesa da planta: Senhor, deixa-a ainda este ano até que eu escave ao redor dela e lhe ponha adubo orgânico. Se vier a dar fruto, está bem; se não, mandarás cortá-la (v. 6-9). Temos aqui um gesto de intercessão em prol de uma árvore infrutífera. Imaginemos que a árvore seja o povo de Israel ou a nossa comunidade cristã. A falta recorrente de fruto – passado um bom tempo – não será motivo suficiente para descartar e cortar a árvore? O trabalhador pode ser o próprio Jesus, que ainda pede tempo, intercede, promete fazer tudo o que sabe para adubar a árvore, cuidar dela, a fim de que se emende, recobre a força e o vigor, para assim frutificar. Caso contrário, o corte virá. O juízo vem, mais dia, menos dia. Palavras duras e confrontadoras para os ouvintes de Jesus.

Encontrei um resumo muito bom no Comentário Bíblico Africano, que cito aqui de forma livre: tragédia, diz Jesus, não representa a medida da pecaminosidade de uma pessoa, nem sua necessidade de arrependimento. Os que não experimentam tragédias também necessitam de arrependimento. No caso da figueira estéril, a ausência de julgamento aqui e agora não pode ser tomada como sinal de integridade. Ao contrário, se o julgamento não acontece imediatamente, é sinal da misericórdia de Deus e não de sua aprovação. Em suma, a tragédia não é um sinal válido de pecado, assim como a ausência de tragédia não significa a certeza de honestidade. Todas as pessoas, independentemente de suas situações particulares ou intenções, são igualmente pecadoras e precisam arrepender-se diante de Deus. E arrependimento não é apenas algo espiritual, mas abrange toda a vida das pessoas, mente, coração, espírito e atitudes.

3. Meditação

A narrativa de Lucas é muito sugestiva e atual. Nos meios evangélicos, de modo geral, é muito comum apontarmos as falhas dos outros: é gente preguiçosa, malvada, desleixada, interesseira, numa palavra, corrupta. Nesse julgamento, cuidadosamente procuramos nos eximir de relação mais próxima com tais pessoas. Nem pensar naquelas palavras do evangelho que nos comprometem a nos abaixar na beira do caminho para cuidar do ferido e assaltado (Lc 10.25ss). Não nos atrai a solidariedade samaritana, que mais parece coisa de gente sem nada para fazer, meio utópica.

Como superar esse tipo de maneira de ser que se apresenta em nós e entre nós? Jesus chama ao arrependimento, à mudança de vida, de direção e sentido de vida. Quem se habilita a entrar nesse caminho?

Um caso verídico pode servir de espelho para nos questionar. A jornalista mineira Daniela Arbex acaba de publicar o livro Todo o dia a mesma noite (Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018), uma pesquisa cuidadosa e exaustiva sobre a história não contada da boate Kiss, tragédia acontecida em 27/01/2013 na cidade de Santa Maria/RS; em virtude do incêndio morreram 242 jovens, rapazes e moças, estudantes em sua maioria, 233 no momento da tragédia e várias outras pessoas nos dias subsequentes. Mais de 600 pessoas se salvaram, milagrosamente, mas ficaram marcadas por toda a vida. A autora escreveu no livro: “Abrir os olhos e enfrentar a realidade era tão doloroso quanto perceber o corpo mutilado. Não seria nada fácil carregar o rótulo de sobrevivente. Depois da Kiss, ninguém seria mais o mesmo. Ninguém” (p. 173). Daniela procurou dar voz às pessoas que atenderam à tragédia, como bombeiros, agentes públicos, médicos, enfermeiras, pessoas da comunidade, mas também às famílias que sofrem ainda hoje a perda de pessoas queridas. Trata-se de um drama que vai continuar a ferir, por muito tempo, as pessoas que sobreviveram, algumas das quais jamais se recuperaram do trauma. É um livro que merece ser lido e meditado.

Para essa reflexão, tomo um exemplo triste vindo de uma igreja evangélica, de corte pentecostal, que não soube acompanhar com verdadeiro cuidado pastoral a família que dela participava e sofria pela perda do filho adotivo. Augusto, filho de César e Cida, foi velado na igreja. Pai e mãe receberam muito apoio de pessoas amigas, mas não dos pastores e algumas outras pessoas da comunidade. Essas pessoas culparam pais e mães das vítimas pelo falecimento dos filhos e filhas. Cida e César descobriram que os pastores atribuíram o episódio a um “castigo divino”, condenando quem fora à casa noturna para aquela festa. Pior: foi durante o velório que César, de profissão pintor, chamado pelo pastor para uma conversa reservada na cozinha, teve de ouvir a repreensão por estar sofrendo: “Vocês não deveriam estar chorando, pois Augusto não gostava de vocês. Se gostasse realmente, ele não lhes teria desobedecido e ido à boate”. Na alocução pública, o pastor ainda acrescentou: “Que a morte desse rapaz sirva de exemplo para todos os filhos que desobedecem aos pais. Se ele estivesse na igreja, não estaria morto”. E para Cida, o homem disse: “Irmã, tu não deverias estar chorando,  pois desobedeceu a Deus. Se ele não te deu um filho natural, por que tu foste teimar em adotar?” (Arbex, 2018, p. 154ss). Deixo aqui o relato, pois o que segue é ainda mais cruel. Se aquele pastor soubesse com que carinho o casal criou e educou o filho desde que nasceu e foi adotado, como era forte a relação filial e de amor na família e o carinho desse filho por sua mãe e por seu pai, se tivesse um mínimo de bom senso, possivelmente pensaria dez vezes antes de proferir esse discurso condenatório e no momento de maior dor. Mas não se parece ele com aqueles fariseus que queriam saber de Jesus quem pecou e quem foi o culpado pela morte dos galileus?

Como explica Bosch a respeito dessa narrativa, Jesus não condena, mas chama ao arrependimento, ao exercício do perdão, à não violência, à superação do espírito de vingança. Alguns intérpretes até chegam a afirmar que Jesus aqui parece um sujeito apolítico, que teria fechado os olhos para o massacre perpetrado pelas autoridades e pelos soldados romanos. Mas o que fica da mensagem de Lucas é que Jesus se recusa a pagar mal com mal. E isso se mostra claramente quando ele próprio é preso, torturado, crucificado e morto na cruz. Na hora da agonia, Jesus ora pelos seus algozes e profere uma palavra de perdão a um dos criminosos que estava ao seu lado (material exclusivo de Lucas). Jesus anuncia e pratica uma ética totalmente contrária ao conhecido olho por olho, dente por dente. A paz, a verdade e a mudança de vida não se alcançam com o ódio ao inimigo, por mais pecador que ele seja, mas sim amando-o e chamando-o ao arrependimento, a caminhar com quem sofre em suas mãos, assumindo que não somos nem melhores nem piores que qualquer pessoa e que todos precisamos mudar de vida.

4. Subsídios litúrgicos

Há hinos muito apropriados para esse culto, que se encontram no Livro de Canto da IECLB. O Kyrie, do colega Rodolfo Gaede Neto (nº 56), não poderia ficar de fora pela sua contundência e súplica pela misericórdia de Deus pelo mundo e por nós. Sugiro ainda o canto do Lava-pés (nº 422), do reverendo anglicano Jaci C. Maraschin; o tradicional A Jesus só pertencemos (nº 509); o canto do colega Oziel Campos de Oliveira Jr, Arde a voz em meu peito (nº 591); e como hino final Dá-nos esperança e paz (nº 293), canto bem latino-americano.

Uma ajuda para despertar a atenção da comunidade e fazê-la entrar na reflexão de uma forma mais emocional ou contemplativa seria chamar jovens da comunidade para encenar as duas histórias que são apresentadas a Jesus. Ao final, uma pessoa poderia interpretar Jesus sentado no meio e proferindo as palavras do texto que colocam todas as pessoas em pé de igualdade diante dos outros e de Deus, desafiando para o arrependimento ou a mudança de vida. Toda a encenação não leva mais de cinco minutos. Se o grupo tiver alguma música instrumental de fundo para acompanhar a cena será útil.

As orações necessariamente incluem os sofrimentos das pessoas e do país, este entregue nos últimos tempos a um governo que tem sido responsável por muito sofrimento entre nossa gente. Não se deve esquecer as pessoas enlutadas, das crianças que necessitam de acompanhamento e carinho, das pessoas idosas abandonadas e esquecidas, das lideranças das igrejas cristãs, dos novos governos que foram eleitos nas eleições de 2018, dos juízes e das juízas para que sejam fiéis à Constituição Brasileira (1988), sem partidarismos. E sempre pela comunidade reunida para que caminhe com Jesus em arrependimento e fé, fé que transforma e liberta de todas as escravidões.

Bibliografia

ADEYEMO, Tokunboh (Ed.). Comentário bíblico africano. São Paulo: Mundo cristão, 2010.
ARBEX, Daniela. Todo o dia a mesma noite: a história não contada da boate Kiss. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018.
BOSCH, David J. Missão transformadora. Mudanças de paradigma na teologia da missão. 2. ed. São Leopoldo: Sinodal; EST, 2007.


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Autor(a): Roberto Ervino Zwetsch
Âmbito: IECLB
Área: Governança / Nível: Governança - Rede de Recursos / Subnível: Governança-Rede de Recursos-Auxílios Homiléticos-Proclamar Libertação
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2018 / Volume: 43
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 50279

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