Tininha sofreu demais quando menina em casa. Ela era a filha do meio. Seus pais viviam em guerra até a separação. O mano mais velho ficou com o pai. A maninha com a mãe. Ela “sobrou” para sua madrinha, porém não se conformava com “tais” situações e descarregava sua raiva em quem a cercava. Na escola vivia isolada. Era mal vista e odiava os demais colegas. Em especial, odiava o simpático Josué, que vivia trazendo doces às colegas e professora. Tininha, em todas as oportunidades, deixava bem claro seu desprezo por Josué. Foi assim até aquele dia fatídico... Quando bateu o sinal, como um raio, ela disparou em direção à sua bicicleta e saiu na frente de todo mundo. Saiu tão rápido que derrapou junto ao portão da escola. Caiu e esfolou seu joelho. Gemia de dor enquanto seus colegas riam do tombo. Mas, Josué não riu. Encostou sua bicicleta. Levantou a colega. Derramou o restante da água que havia na sua garrafinha sobre o joelho dela. Em meio às lágrimas, brotou um sorriso tímido. Criou-se ali um laço de amizade. Tininha descobriu que os pais de Josué tinham uma padaria, o que proporcionava a possibilidades de trazer muitos quitutes à escola. Descobriu também que ele tinha um pequeno grupo de adolescentes, onde brincavam, cantam e aprendiam coisas de Deus. Ela passou a ir também, todos os sábados ao grupo. Depois de alguns meses, ela perguntou ao seu amigo: Na escola, deixei sempre claro, pelas minhas atitudes, que te odiava. Porque afinal você me ajudou naquele dia e continua sendo meu amigo? Ele calmamente respondeu: Se pagasse na mesma moeda sua atitude, quem sairia lucrando? Hoje tenho uma “grande” amiga. Precisamos sempre de novo lembrar o desafio de Jesus: Ame seu inimigo. Ore por ele (Mateus 5.44).
