É de praxe, tanto nas famílias alemãs, quanto nas italianas que, após o almoço, seja servido um “sagu com creme de leite”. Dias atrás, ao encher a minha tigela, reparei em algo escuro lá no meio do doce. Tirei de lado para observar com mais atenção do que se tratava e descobri que era apenas um “cravo-da-índia”, ingrediente essencial ao sabor da sobremesa. No início do século XVI, ele era trazido da Índia, por isso a sua designação. Na época, um quilo de cravo equivalia à barganha de sete gramas de ouro. Aspecto curioso é que, doutro lado do planeta, na China, os cravos já eram usados como antisséptico bucal. Ou seja, para uma boa apresentação, convinha mascar cravos para prevenir o mau hálito. Outro destaque mui antigo se dá à sua ação como repelente às formigas. Mas, de fato, além dos diferentes usos domésticos, análises científicas revelaram que o cravo contém 15% do óleo conhecido por “Eugenol”, matéria-prima na indústria farmacêutica, cosmética e odontológica. Então, há mais de 2000 anos, os cravos têm servido, além de condimento, como remédio. Enquanto “admirava” o meu pequeno cravo, junto à tigela, dei-me conta das bênçãos que Deus alcança à humanidade. Lembrando que a base do sagu é a fécula de mandioca, alimento indígena. Ou seja, sem preconceito, o sagu une diferentes culturas. Agora, de fato, comparo o pequeno “cravo” à FÉ, que tem a capacidade de dar sabor à vida das pessoas, bem como pode também curar. Que maravilha!
De 1984, “Isto Que é Felicidade” com Sandrinha.