Logo após ao início do culto, silenciosamente ele entrou na igreja. Acomodou-se na última fileira. Era desconhecido, maltrapilho, descalço e cheirando à pinga. Atentamente acompanhou a liturgia e os hinos. No momento da leitura falou baixinho: Tenho dificuldade com as letras pequenas da Bíblia. Prontamente aceitou o convite à Ceia, unindo-se ao círculo diante da mesa. Na hora da oferta fez questão de chegar ao altar, depositando 3 moedinhas. Ao sair, nada pediu, sequer disse seu nome. Apenas recebeu com gratidão o bombom oferecido em homenagem ao Dia dos Pais. Donde veio? Para onde foi? Assim como chegou, rapidamente sumiu. Todavia, deixou seu recado. Com suas atitudes, falou alto naquela noite, calando alguns preconceitos. Lembrei-me da passagem bíblica: “Não sejam negligentes com a hospitalidade. Sem saber, alguns acolheram anjos” (Hebreus 13.2). Era um andarilho ou um anjo? Com certeza, uma bênção.