Às vezes paro e penso: Afinal, por qual razão sou cristão e luterano? Com 14 anos, de joelhos, orei e entreguei minha vida a Jesus, momento marcante e decisivo que determinou todo o meu futuro. Todavia, nos anos seguintes, dei-me conta de dois fatos. Primeiro, refletindo sobre os anos da minha infância, entendi a importância do meu batismo. É óbvio que não lembrava de como foi. Mas, reconheci o cuidado da minha família e da minha igreja. Reconheci também inúmeros momentos pontuais onde Deus claramente conduziu a minha história. Por outro lado, após minha conversão, em inúmeras situações foram necessárias novas decisões, momentos de arrependimento e reconciliação, tanto com Deus, quanto com o meu semelhante. A vida de fé é dinâmica. Hoje reconheço que estou aonde estou graças ao Senhor. Tive inúmeras oportunidades para abandonar a fé, seguindo por caminhos próprios. Mas, reconheço que sempre – com braços amorosos – o Pai me manteve junto à comunhão dos santos. Não é meu mérito. Antes, pura graça. Mas, afinal porque sou “luterano”? Entre os meus familiares há inúmeras vertentes religiosas, com uma predominância luterana. Sou grato pela minha história e por minha igreja. Mas, isso não é o mais importante. Entre alguns velhos amigos e, principalmente, entre alguns membros das comunidades onde servi, vi muitos abandonarem o “jeito” luterano de viver a fé, tomando os mais diversos caminhos. Muitos se deixaram seduzir pelas “modas” pentecostais. Eram pessoas que ansiavam por novas experiências, as quais estavam além dos costumes luteranos. Olhando para trás, percebo que a resposta aos seus anseios não foi encontrada plenamente noutra igreja, pois muitos logo mais foram adiante e mais adiante em novas buscas. De fato, a religião não preenche o buraco do coração humano onde só cabe Cristo. Infelizmente, muitos se perderam em suas buscas. Não tiveram a humildade de voltar à origem. De moda em moda, perderam suas raízes e alguns, o rumo. Desde o princípio, a história revela que unicamente Deus é quem mantém a Igreja. As modas vêm e vão. As pessoas iludidas pelo maligno se deixam levar atrás de picuinhas, esquecendo o fundamental: Só Jesus salva! Somente nele há satisfação. Sobre o Mestre e Salvador você aprende e experimenta na igreja católica romana ou ortodoxa, entre os tradicionais e os pentecostais. Todavia, um cuidado especial precisamos ter com os radicais e exclusivos, que desejam “humanamente” deter para si a salvação. O centro da fé cristã e luterana sempre foi e será o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário e sua ressurreição.
