Você lembra qual foi e como foi o teu primeiro emprego? Com 14 anos coloquei na cabeça que deveria ter minha própria renda. Então, meu pai me perguntou: Você tem certeza disso? Sabe que não precisa. Você pode continuar ajudando em casa, cuidando do pátio e preparando os meus pedidos. Na época, meu pai era vendedor viajante. De fato, tinha oportunidade de me dedicar integralmente aos estudos. Respondi: Não! Vou trabalhar. Então, meu pai conversou e me encaminhou ao escritório contábil do Nelson, um primo de Porto Alegre. Aguentei somente um mês. No serviço interno, aprendi o que significa a palavra hebraica “nihil” (nada constata) que reapareceu depois no estudo teológico. Como office-boy, na rua aprendi a questão do cuidado e da responsabilidade. Certa tarde, ao retornar ao escritório, perguntei o que havia no malote que levava ao banco com frequência. São pagamentos em dinheiro! Responderam. Uma quantia além da minha capacidade. Fiquei assustado, pois era apenas um piá andando de ônibus. Porque recordo tal experiência da minha adolescência? Os adultos que estavam à minha volta, sejam meus pais, ou primo e colegas de trabalho me encaminharam, me acordaram e fizeram valorizar a minha adolescência. Depois da experiência citada, dediquei-me melhor às lidas domésticas e também aos estudos. Com palavras de ânimo e recursos, os meus pais me sustentaram até os 22 anos, quando fui ao estágio da Teologia, que era “remunerado”. Se tivesse seguido no trabalho adolescente hoje estaria aposentado. Mas, provavelmente não seria pastor. Reflito tal experiência em relação ao Batismo. A família traz a criança até o altar, onde será colocada sob a graça de Deus, que deseja a salvação daquele pequeno. A Palavra de Deus e a experiência de fé caminham junto com a humanidade. Ao ser humano sempre coube a escolha entre o bem e o mal, sabendo que qualquer decisão ou omissão tem o seu preço. À família e aos padrinhos cabem a responsabilidade de acompanhar, orar, incentivar e chamar a atenção. Ao pastor e à comunidade cabem proporcionar oportunidade de crescimento e reconhecimento daquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14.6). O reconhecimento de quem é Jesus traz salvação pessoal e, ao mesmo tempo, faz daquela pessoa um agente do Reino de Deus.