O medo... Ah, o medo... Ele caminha junto com a humanidade. Ele acorda sempre ao nosso lado. Deixar-se dominar por ele, não é coisa de Deus. Mas, fazer de conta que ele não existe ou não o levar em conta também não é coisa de Deus. Como é bom entender que o medo é um mecanismo criado por Deus, o autor da vida, que tem o início e também o nosso fim em suas poderosas mãos. Dia a dia precisamos nos convencer de que, para vencer o medo, precisamos do cuidado do outro e, principalmente, da ajuda de Deus.
Hoje, em seu relato, o evangelista aborda o tema “medo”. Como ninguém conhece o amanhã, por vezes temos pavor, fugimos e não queremos passar por momentos difíceis. A escuridão se aproxima, dias de temporais e ventos fortes abalam, monstros estão à nossa volta, prontos a nos engolir, alguns reais outros apenas frutos da imaginação. Se Deus é meu pastor, a quem temerei? Assim cantou o Salmista. Será que precisamos temer a dificuldade e prova, quando Jesus se faz presente?
Como narra o Evangelista? LOGO EM SEGUIDA, JESUS INSISTIU COM OS DISCÍPULOS PARA QUE ENTRASSEM NO BARCO E FOSSEM ADIANTE DELE PARA BETSAIDA, ENQUANTO ELE DESPEDIA A MULTIDÃO. TENDO-A DESPEDIDO, AO ANOITECER, SUBIU A UM MONTE PARA ORAR. O BARCO ESTAVA NO MEIO DO MAR. JESUS SE ACHAVA SOZINHO EM TERRA. ELE VIU OS DISCÍPULOS REMANDO COM DIFICULDADE, PORQUE O VENTO SOPRAVA CONTRA. DE MADRUGADA, JESUS DIRIGIU-SE A ELES, ANDANDO SOBRE O MAR. ESTAVA JÁ A PONTO DE PASSAR POR ELES. QUANDO O VIRAM ANDANDO SOBRE O MAR, PENSARAM QUE FOSSE UM FANTASMA. ENTÃO, GRITARAM, POIS FICARAM ATERRORIZADOS. JESUS IMEDIATAMENTE LHES DISSE: CORAGEM! SOU EU! NÃO TENHAM MEDO! ENTÃO, SUBIU NO BARCO E O VENTO SE ACALMOU. ELES FICARAM ATÔNITOS, POIS NÃO TINHAM ENTENDIDO O MILAGRE DOS PÃES. O CORAÇÃO DELES ESTAVA ENDURECIDO (Marcos 6.45-52).
De antemão, precisamos deixar claro que Jesus, de propósito, colocou os seus discípulos naquela situação difícil. A vida tem disso. Nem sempre a rotina é a mesma. Passamos por dificuldades, as quais trazem suas lições. Existem pessoas que se questionam: Porque Deus fez isso comigo? Quem sabe deveríamos perguntar: Porque não? Outra questão é como avaliar as situações. Dias atrás encontrei um membro que me falou da crise e da falta de recursos. Mas, na mesma conversa, percebemos os problemas que outros enfrentam por terem dinheiro e conforto demais, perdendo-se nos no trabalho ou nos prazeres da vida. Diante da dor, para onde voltamos os olhos? Onde encontramos resposta e alento para seguir adiante quando as barreiras aparecem?
Jesus permitiu uma guinada na vida dos discípulos. Eles seguiram sozinhos para Betsaida, no outro lado do mar. Às vezes, queremos seguir longe de Deus. Outras, aparentemente é Deus quem se afasta ou apenas deixa-nos por conta. Mas, ao mesmo tempo, Jesus nos dá uma dica de como seguir a vida. Ou, ao menos, daquilo que é necessário e traz mais tranquilidade. Ele sobe ao monte para orar. Se Jesus - que é Deus - precisa de momentos de conversa com o Pai, quem dirá a gente. Jesus nos ensina aqui um estilo de vida, que mais adiante o apóstolo Paulo evidencia aos tessalonicenses: “Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5.17). Ou seja, constantemente manter um elo com Deus. Você pode orar no monte ou no quarto. Você pode orar na igreja ou na fila do banco. O importante é a conversa e a entrega a Deus das situações.
De repente, em meio ao mar, o vento muda. A vida escurece. As dificuldades aparecem. Deus está ausente? Estamos sozinhos? As assombrações mostram a cara. Ficamos apavorados diante daquilo que a vida nos apronta. Há duas alternativas: Confiar ou desconfiar. A fé nos ajuda. A igreja que é o barco nos acolhe. Mas, nem sempre enxergamos Jesus com clareza. Noutras vezes, não queremos nos entregar. A escolha sempre depende de nós. O encontro com Jesus sempre depende da nossa vontade. Querer ou não querer? O resultado da decisão é distinto: Segurança ou insegurança, o que desejamos?
Os evangelistas Mateus e João apresentam aqui um desdobramento diferente. Eles dizem que Pedro tomou a frente do grupo desafiando o suposto fantasma que se identificou como Jesus. Se é você, permite que eu vá sobre as ondas. O Mestre autoriza. Então, Pedro caminha sobre o mar até que desvia seus olhos de Jesus. Aí afunda rapidamente. Mesmo sendo um experiente pescador, não consegue dar conta de sua vida. É o fim! Todavia, percebe uma mão estendida. A mão salvadora o retira das águas colocando-o de novo sobre o barco.
O medo faz parte da jornada, assim com as experiências de fé. Se apenas olhamos às tragédias e maldades que nos cercam, afundamos. Se nos deixamos levar pelos ventos (que sejam de doutrinas e filosofias), o barco se perde. Se as superstições e assombrações determinam nosso comportamento, ficamos perdidos. Mas, não estamos sozinhos. Nosso barco tem um guia. O leme está nas mãos de Jesus. Use a fé para responder aos dilemas da vida. Creia em Jesus como teu único Salvador. Estenda sua mão, tal qual Pedro, apegando-se a Jesus.
Por fim, uma última lição, exclusiva de Marcos. Os discípulos ao embarcarem para iniciar a viagem não estavam contentes. Eles estavam decepcionados com Jesus. Diante da multiplicação dos pães e peixes, quando o povo queria fazer de Jesus um rei, ele virou as costas e saiu de fininho. Humanamente falando, o Mestre não tinha interesse em ocupar o poder. Agora, novamente ele deixa claro seu plano de salvação. É preciso confiar. É preciso se entregar. É um ato pessoal, que traz benefício para todos que estão no mesmo barco. Mas, é uma questão espiritual, não política.
A atitude de Pedro que coloca Jesus à prova trouxe reconhecimento da limitação humana e da possibilidade salvadora que temos ao segurar a mão de Jesus caminhando ao seu lado. Por isso, não perca tempo. É momento de decidir. Motivos para medo e pavor, nós temos. As inseguranças fazem parte da vida. Mas, sempre de novo, precisamos lembrar e apelar a Jesus nosso Salvador. Amém!
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