Olavo era um homem forte e destemido. Por muitos anos, trabalhou na polícia. Deparou-se com inúmeras situações complicadas. Viu o que não queria ver. Fez o que não queria fazer. A vida fez dele um casca grossa, tanto com os amigos, quanto em casa também. Certo domingo pela manhã, indo em direção à padaria, ouviu um sino. Por anos seguia o mesmo trajeto sem jamais escutar algo semelhante. Lembrou-se da infância no interior. Era idêntico ao badalar da capela. Não suportava a ladainha do padre, mas sentia-se em paz na capela. Instantemente, resolveu mudar o rumo da caminhada, seguindo as batidas. Deparou-se com uma rua pela qual jamais havia passado, onde estava uma igrejinha bem humilde. Era momento de celebração. Olavo entrou e sentou-se num canto. Atentamente, ouviu algumas verdades espirituais. Mas, no seu íntimo, rebatia todas. Aguentou até o fim. Na saída, o sacerdote cumprimentava os fiéis junto à porta. Por cortesia, Olavo até pensou em elogiar o sermão, ainda que não concordasse com tudo. A fila da despedida foi como uma via-crúcis. O que faço? O que digo? Não tinha como escapar. Era a única saída. Por fim, passou pelo sacerdote com um simples “até logo”. Quem dera se fosse um simples “adeus”. Eu disse “até logo”? Logo, quando? Aquela despedida ficou gravada no coração, pois “sem querer” disse que voltaria àquela Casa de Deus. Todavia, a bem da verdade, não era algo ruim. Antes, uma provocação para mudar de vida. Assim, toda vez que ouvia o sino, voltava à capela. Com o tempo, ficou amigo do sacerdote, tornando-se um frequentador assíduo. Logo mais, estava ajudando nas celebrações. Definitivamente, tornou-se uma “nova criatura” (2 Coríntios 5.17) segundo os planos de Deus. A própria família e seus amigos reconheceram a mudança que a fé trouxe à sua vida. Então, se você ouvir o “sino”, não fuja. Caminhe em direção aos braços do Senhor.
