Você é mesmo um burro! Gritou o chefe ao empregado que, sem querer, derrubou uma escada. Burro, não! Respondeu o rapaz. Assim você mete o animal numa história que nada tem a ver com ele. O chefe riu. Aliás, o burro é reconhecido por sua força e lealdade. Eu apenas me descuidei. Não vai acontecer de novo. A pequena narrativa é um fato comum. De propósito ou sem querer, gostamos de ofender ou acusar os outros, por vezes até sem pensar direito naquilo que dizemos e suas consequências. Numa oportunidade, os escribas chamaram Jesus de “demônio” (Marcos 3.22). Como demônio? Questionou o Mestre. Faço o bem e todos me conhecem. A resposta virou-se contra os acusadores: Cuidado! Não blasfemem. Assim, vocês acabam mostrando de que lá estão. Historicamente, sempre foi mais fácil apontar o dedo e jogar a culpa nos outros. Mas, quão difícil é olhar para si e perceber as próprias fraquezas, reconhecendo a responsabilidade. Como brasileiro e cristão, ao iniciar a semana, preciso parar e me perguntar: Afinal, qual é a minha responsabilidade nos 500 mil óbitos pela Covid? Doravante, o que posso e devo fazer? Com certeza, não basta chamar os outros de “burros”.