Eu sempre rogo a Deus pela minha contínua conversão, mas também daqueles aos quais prego. Eu creio numa transformação radical e repentina. Mas, confesso que tenho mais convicção naquela que é gradual, onde a pessoa vai acordando, entendendo e assim, gradualmente, mudando seus parâmetros e conceitos, vencendo maus-hábitos e superando preconceitos. Quando menino, tinha paixão por comprar e jogar “bombinhas”. Hoje, na virada de ano, ouço foguetes e penso no dinheiro jogado ao espaço. Além, é óbvio do estresse aos animais. Mudei completamente meus conceitos a respeito dos “estouros”, da alegria aos prejuízos que trazem consigo. Algo semelhante se deu com as “armas” de brinquedo. Quando menino, era hábil em fazer bodoques e trabucos. Também, gostava muito do estampido da espingarda de pressão. As pedradas e os chumbinhos seguiam em direção aos alvos propostos, sejam de papel ou pequenas aves. Também, aos domingos, costumava assistir às duas matinés no Cine Odeon em Santa Rosa. Quase todos os filmes norte-americanos de faroeste ou guerra apresentavam os supostos “mocinhos” matando índios ou soldados alemães e japoneses. Hoje, quando assisto um filme na TV com tiroteio, me pergunto a razão de tanto estardalhaço. Creio na conversão, obra do Espírito Santo. Penso que, em muitas percepções, ainda preciso entender melhor e crescer mais, sempre pelo lado da reflexão, do amor e do entendimento, sem alvoroço, estouros ou tiros.
De 1989, com Grupo Álamo, “Escuridão”.