Por muito fiquei incomodado com a atitude do sacerdote na parábola do Bom Samaritano. Ele não ajudou aquele que estava ferido na sarjeta. Contudo, algum tempo depois, descobri que, na sua função, ele não poderia tocar em alguém ensanguentado, pois o tornaria impuro para celebrar. Ou seja, ele priorizou a lei (ou o exercício do seu ministério) em detrimento do amor ao próximo. Para complicar ainda mais a situação, o levita – que era uma pessoa religiosa - que seguia o sacerdote também não socorreu ao ferido. Possivelmente, viu a atitude do sacerdote e seguiu o seu exemplo. Eis aí um assunto que merece mais reflexão. Todo adulto sempre será um bom ou mau exemplo aos menores. Toda autoridade servirá de exemplo à população. Então, é urgente que se faça um autoquestionamento: Como adulto sou um bom exemplo às crianças e jovens? Como pastor (ou político, policial, professor, pai, mãe, padrinho, madrinha) sou um bom exemplo à sociedade com meu comportamento e discurso? Compreendo a profundida das palavras quando Jesus afirma categoricamente que “a boca apenas fala daquilo que o coração está cheio” (Mateus 12.34)?
P. Oziel Campos de Oliveira Junior (1946-2021) compôs “Arde a Voz em Meu Peito”.