Em 1906 meu avô Ricardo desembarcou em São Francisco do Sul/SC. Era um adolescente de 16 anos “curioso” pelo novo continente. Junto com seus irmãos, subiu pela serra até Rio Negro/PR. Nas suas aventuras, ele cruzou por Santa Catarina. Tentou a vida na Argentina. Mas, de fato, instalou-se no interior gaúcho. Morou em inúmeras cidades. Casou-se duas vezes (1911 e 1937). Teve muitos filhos, netos e bisnetos, espalhados em muitos cantos. Quase 100 anos depois da sua chegada, iniciei meu ministério no alto da serra, em Campo Alegre. Em 2006 – pela graça de Deus - adquiri uma casa junto à Estrada de Dona Francisca, onde meu avô tinha passado no século anterior. Hoje imagino meu avô “adolescente” caminhando na estrada poeirenta em frente à minha casa. Será que ele poderia imaginar ter uma família numerosa e um neto morando naquele canto do mundo? Pouco convivi com meu avô. Contudo, ouvi muito a respeito dele pela minha vó Maria. Em Canoas/RS, no fim da vida, ele tinha por hábito - nas manhãs ensolaradas de inverno - sentar na varanda para ler o Correio do Povo. Daqui a alguns anos (não muitos, espero), eu estarei sentado na varanda da minha casa com um tablete para ver as notícias do dia. O mesmo Deus que protegeu meu avô nas suas aventuras, me conduziu ao ministério em Campo Alegre. Ele tem o nosso futuro em suas mãos. Ele é o Senhor da História. Diante de tal verdade só podemos seguir o conselho do Salmista: “Entrega a tua vida ao Senhor. Confie n’Ele. Tudo o mais Ele fará” (Salmo 37.5). Quem aceita o desafio não tem outra atitude senão maravilhar-se, pois Ele é o Todo Poderoso que conduz as nossas vidas com muito carinho.