Paróquia Martinho Lutero

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Onde estão os frutos?

14/02/2022

 

Quando Jesus me vem à memória, imagino-o caminhando por estradas poeirentas, pregando e curando. Noutras vezes, me coloco junto à mesa nas suas refeições, seja com Zaqueu ou na casa de Maria. Quando instituo a Ceia, de fato, tento me colocar junto no ambiente como há dois mil anos atrás. Agora, a reflexão de hoje me remete à minha infância. Jesus se aproxima de uma árvore para comer uma fruta. Mas, não encontra nada. Quem não trepou numa goiabeira ou jabuticabeira quando menino? Mas, o Mestre teve uma infeliz surpresa e, a partir dela, uma excelente lição. Ouçam...

QUANDO ELES ESTAVAM VOLTANDO DE BETÂNIA, JESUS TEVE FOME. VIU DE LONGE UMA FIGUEIRA CHEIA DE FOLHAS. FOI ATÉ LÁ PARA VER SE HAVIA FIGOS. QUANDO CHEGOU PERTO, ENCONTROU SOMENTE FOLHAS PORQUE NÃO ERA TEMPO DE FIGOS. ENTÃO, DISSE À FIGUEIRA: NUNCA MAIS NINGUÉM COMA DAS SUAS FRUTAS! OS SEUS DISCÍPULOS OUVIRAM ISSO. NO DIA SEGUINTE, DE MANHÃ CEDO, JESUS E OS DISCÍPULOS PASSARAM PERTO DA FIGUEIRA E VIRAM QUE ELA ESTAVA SECA DESDE A RAIZ. ENTÃO, PEDRO LEMBROU DO QUE HAVIA ACONTECIDO. ELE DISSE A JESUS: OLHE, MESTRE! A FIGUEIRA QUE O SENHOR AMALDIÇOOU FICOU SECA. JESUS RESPONDEU: TENHAM FÉ EM DEUS! EU AFIRMO QUE VOCÊS PODERÃO DIZER AO MONTE: LEVANTE-SE E SE JOGUE NO MAR. SE NÃO DUVIDAREM, MAS CREREM QUE VAI ACONTECER O QUE DISSERAM. ENTÃO, ISSO SERÁ FEITO. AFIRMO A VOCÊS: QUANDO VOCÊS ORAREM E PEDIREM ALGUMA COISA, CREIAM QUE JÁ RECEBERAM. ASSIM TUDO LHES SERÁ DADO. QUANDO ESTIVEREM ORANDO, PERDOEM OS QUE OS OFENDERAM, PARA QUE O PAI QUE ESTÁ NO CÉU, PERDOE AS OFENSAS DE VOCÊS. SE NÃO PERDOAREM OS OUTROS, O PAI QUE ESTÁ NO CÉU, TAMBÉM NÃO PERDOARÁ AS OFENSAS DE VOCÊS (Marcos 11.12-14, 20-26).

Tal parábola da natureza está relacionada ao templo e suas lideranças. À primeira vista parece que Jesus fez uma crueldade com a figueira. Mas, de fato, Jesus não tem nada contra as árvores. A figueira serviu de ilustração à fé viva, não apenas de aparência. Ele seguiu em direção à figueira, pois tudo indicava que ela estivesse carregada de frutos. Todavia, só encontrou folhas, por isso a condenação que deixou os discípulos impressionados. Aliás, ainda hoje também ficamos impressionados. Mas, vamos entender a lógica de Jesus com sua lição.

“O justo viverá pela fé” (Romanos 1.17). No templo, Zacarias recebeu a vocação de ser pai. No templo, Simeão e Ana se abasteciam espiritualmente e testemunhavam a fé no Messias. Entretanto, também no templo, Anás e Caifás faziam politicagem com os romanos. No templo, cambistas e comerciantes exploravam a fé do povo (Marcos 11.15-19). Então, surge a questão: Qual a razão das pessoas procurarem o templo? Por que vamos à Casa de Deus ainda hoje?

Na língua alemã, a palavra culto é apresentada como GOTTESDIENST, que denota um duplo sentido. Vou à igreja com as minhas preces, louvor e ofertas, seja de talentos e recursos financeiros. Eu sirvo a Deus com o que tenho e sou. Todavia, na realidade, a minha ação é somente uma reação àquilo que Deus faz. Eu amo porque Ele me amou primeiro (1ª João 4.19). Eu sirvo porque Ele me serve primeiro. No culto, Deus nos serve pela comunhão, perdão, palavra e bênção.

A fé autêntica reconhece tanto a presença, como sua ação em nosso favor. Não é apenas aparência. É vivência. Pela fé reconhecemos que só podemos fazer algo porque antes Deus nos abençoou. Só conseguimos testemunhar após reconhecimento de como Deus agiu em nossa vida. Aliás, quantas bênção experimentamos. Sequer temos noção. Outra questão, a oferta que depositamos no altar é fruto apenas do nosso esforço e trabalho? Quem nos dá oportunidade, criatividade e força? Assim, seguimos a reflexão, com Deus sempre na dianteira.

Na questão prática da fé, Jesus aborda o tema “oração”. Diga à figueira “seque” e ela secará. Diga ao monte “vá” e ele muda de lugar. Diz Jesus: Tudo o que vocês pedirem com fé, será atendido. Mesmo? Em algumas oportunidades, cheio de gratidão eu mesmo já reconheci: Que bom que Deus não atendeu todas as minhas preces! Muitas e muitas vezes, oramos e pedimos e errado. Por isso, toda prece deve se basear no Pai Nosso: Seja feita a tua vontade! Ou, nas belas palavras do Pe. Zezinho, somos desafiados a estar “em sintonia” com Deus. Quantas e quantas vezes a minha vida parece um rádio fora de sintonia. É preciso afinar a nossa jornada de acordo com a palavra. Não é fácil, mas necessário. Aí sim, podemos orar com o pensamento no Senhor e não somente na gente mesmo.

Jesus vai apertando a cita. Não bastam aparências. É preciso reconhecer que Deus é e o que faz. Então, a fé se reflete na vida de oração sintonizada com o Pai, a qual se revela autêntica na prática do “perdão”. Não basta querer usufruir da graça de Deus sem estender a compaixão às demais pessoas. Por imagem pública, o fariseu orou na praça: Eu sou bom. Tenho fé. Não sou como os demais que pecam. Todavia, o humilde pecador silenciou no seu canto (ou como diz o Mestre, no seu quarto) dizendo: Não presto. Senhor! Tem compaixão.

Então, lembrando que o ponto alto do “Gottesdienst” é, após a confissão, receber o perdão. Em seguida, ao levantar-se, estar disposto a perdoar e fazer um mundo novo. Todas as montanhas, sejam de medo, dúvidas, dificuldades, serão removidas. Amém!

“Em Sintonia” com Padre Zezinho.
 

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Em Sintonia - Pe. Zezinho.mp3


Autor(a): P. Euclécio Schieck
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Garuva-SC (Martinho Lutero)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Novo / Livro: Marcos / Capitulo: 11 / Versículo Inicial: 12 / Versículo Final: 14
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 66104

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