Dona Maria, em memória... Dos 31 anos de vida ministerial, passei 19 anos “solteiro”. Além de pastor, nas paróquias fui acolhido por inúmeras famílias como filho e irmão. Ainda hoje os laços se mantêm fortes. A distância geográfica nem sempre possibilita visitas mais frequentes. Mas, o coração continua ligado e carregado de boas lembranças. Em 1994 cheguei na Paróquia de Panambi. Era um inverno frio e úmido. Logo me encrenquei. Era gripe, tosse e dor nos rins. Não queria preocupar meus pais. Não queria incomodar os membros. Até que Deus mandou um anjo. Minha vizinha - Dona Maria Müller (†), uma senhora idosa e viúva – percebeu minha situação. Com sua voz calma e sotaque carregado, apenas disse: Vou te fazer uma xaropada! As receitas populares são sempre um mistério, mas lembro da flor de coqueiro e do abacaxi. Hoje olho para trás e agradeço pelo remédio. Todavia, acho que o que curou mesmo foi a atenção e o cuidado dela para comigo. Como é bom perceber que as pessoas se preocupam com a gente. Como é bom poder estender a mão e ajudar. Todos têm suas virtudes e conhecimentos que podem ser colocados à disposição do Reino de Deus, ajudando o semelhante. Que Deus nos dê olhos “claros” para ver a dor do irmão. Leia a Parábola do Bom Samaritano (Lucas 10.25-37).